Amanheça!

Capítulo 13/14 - Pessoas Perfeitas!

Quinta-Feira, dia 26 de Outubro, 9:30 da noite

Esgotos da Cidade de Gimeni.

Outros em seu lugar já teriam desanimado. Desde que entrou no esgoto, exceto pelo barulho da água escura correndo por toda a sua extensão, não havia outros sons, e por conta disso, qualquer coisa que ele achasse que ouviu, podia ser obra de sua imaginação. Peter por vezes, pensou ter ouvido um som de metal sendo arrastado, mas achou melhor não reportar, por ser incerto.

— Cochichos... pensei ter ouvido cochichos — pensava ele.

Estava andando com outros dois agentes parados em uma parte onde o esgoto era mais raso. Agora já tinham se afastado muito do local por onde entraram. Tinham passado por muitas bifurcações e não tinham o mapa, seria difícil se reencontrar com o grupo, porém, a prioridade era a busca.

— Cara, esse caso já está me enchendo. — reclamou um dos agentes que estava com ele.

Checavam todas as direções com suas lanternas e nada, nada além de pequenos ratos e placas de "Esgotos de Gimeni, construído em parceira com a AquaHeart". Passaram por uma curva para a esquerda nas plataformas do esgoto, pararam ali por alguns segundos.

Apesar de estar cético com a possibilidade de os sons virem de sua cabeça, esse era o motivo que o tinha levado aquele lugar. Peter tinha certeza que ouviu algumas vozes sussurrando naquela direção.

Ele olhava fixamente para a água, revirando sua mente e checando se aquilo podia ser um equívoco. Rapidamente se virou para trás e olhou para a direita, apontando sua arma e sua lanterna naquela direção, ele ouviu, tinha certeza que ouviu mais uma vez o som de metal sendo arrastado, estava longe, mas era audível.

— Ei, o que foi? — perguntou um dos agentes.

— Vocês ouviram isso? — perguntou ele, ignorando a pergunta do outro agente.

— Como assim — o segundo agente foi interrompido.

— Vocês ouviram esse som? — perguntou novamente, dessa vez falando mais rápido e preocupado.

— Não ouvi nada cara! — respondeu o primeiro agente.

— Tive a impressão de ouvir alguma coisa, — respondeu o segundo. — mas não tenho certeza.

— Tsc, tão útil quanto a estratégia inicial do comandante — pensou Peter, insatisfeito com as respostas.

— Mas... — iniciou o primeiro agente

— O que foi? — perguntou Peter, virando-se para o lado do agente e olhando diretamente para ele.

— Eu coloquei a mão nessa parede, — continuou ele. — e ela está meio quente, como se tivesse alguém encostado aqui há alguns segundos, ou minutos, e aparentemente, era mais de um, já que é um espaço de pelo menos um metro e meio.

Peter mal esperou o agente terminar de falar começou a andar na direção de onde o som tinha vindo, seguido pelos agentes. Seja lá quem estivesse encostado na parede, viu a luz da lanterna chegando e aquilo era um bom sinal, estavam cansados, tinham parado para descansar, seu único descuido foi não ter ido rápido o suficiente. Se certificou de apertar o passo, a próxima vez que a luz da lanterna fosse avistada, não haveria tempo para fugir.

Quinta-Feira, dia 26 de Outubro, 9:20 da noite

Esgotos da Cidade de Gimeni.

Ele pensava no que tinha ouvido poucos minutos, tudo fazia sentido, tudo se encaixava. Simulava em sua mente os rumos que certas situações do seu passado teriam tomado, se ele pensasse dessa forma na época... com certeza seriam bem diferentes.