• Capitulo 18 •

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MARAISA POV'S

Será que eu já posso cavar um buraco e enterrar a minha cabeça dentro? Se sim, eu posso fazer isso agora mesmo.

Eu não acredito que eu confundi molho de tomate com pimenta, uma fucking pimenta. Tudo por causa de quem? Ela mesmo, Marilia Mendonça, que me deixou extremamente envergonhada, eu sempre fico nervosa quando fico nervosa. Eu não deveria ter chamado ela pra jantar se eu nem consigo olhar no rosto dela direito, ainda mais uma janta.

Passei um vexame e tanto por causa da minha lerdeza, o estanho é que ela parecia realmente preocupada. Agora ela está me levando pra minha casa, está um silêncio realmente desconfortável.

Chegamos, finalmente.

Quando saio do carro, a brisa forte naquela noite me atinge, me fazendo arrepiar mesmo com a grossa jaqueta de couro me cobrindo. Logo dou a volta pelo carro e vejo Marrilia saindo de seu carro também. Tento apressar o passo pra dentro de minha casa mas foi em vão.

— Mara! — Marilia segura no meu braço me fazendo parar na hora, por que ela simplesmente não me grita ou algo assim?

Me viro rapidamente pra Marilia olhando pro rosto dela, a mesma estava olhando pro meus olhos, por um momento me vi perdida naquele olhar.

— Minha jaqueta... — Falou me fazendo acordar e senti meu rosto esquentar, é claro que ela queria a jaqueta dela.

Logo a tiro e sinto a brisa fria bater contra minha pele quente, me tremo toda. Estico minha mão pra ela pegar a jaqueta e a mesma a pega.

— Obrigada. — Agradeço.

— Não foi nada. — Marilia fala e da mais um passo a minha frente.

— Uh, está frio né? Vou entrar, obrigada mais uma vez Marilia, boa viagem de volta. — Falo tão rápido que quase me embolo nas minhas próprias palavras, mas ainda sim viro e começo a andar tão rápido quanto em rumo a porta da minha casa.

Ouço passos atrás de mim bem rápidos também.

— Maraisa... — Marilia segura no meu braço novamente, me forçando a virar, dessa vez eu também me viro, como sempre. Mas agora eu estou bem perto, estamos bem perto uma da outra, logo sinto os meus braços relaxarem igual a mesma fez. — Obrigada por hoje também, foi divertido. — Marilia soltou uma risada fraca, bom, parecia sincera.

Não respondi nada, eu realmente não estava em condições de abrir a boca naquele momento, então apenas assenti e curvei de leve a minha cabeça.

Eu estava esperando ela me soltar pra eu poder correr pra dentro de casa, trancar a porta e ir pro quarto pra enfiar debaixo do meu travesseiro pra tentar me sufocar pra ver se eu morro logo de uma vez, tudo isso só porque eu saí com a mulher que eu mais odeio em toda a minha vida, e detalhe, ainda por ter ficado toda nervosa como uma adolescente idiota apaixonada.

Mas ela não soltou, ela apenas desceu a sua mão e entrelaçou com a minha e eu não fiz nada, era como se eu tivesse uma trava ali naquele momento que não deixava eu me movimentar ou fugir.

— Como depois desses anos todos você conseguiu ficar ainda mais bonita? — Marilia falou baixo.

Meu deus do céu essa não é Marilia Mendonça.

— Você é a mesma mulher que me chama de Morena Barata e me odeia? — Perguntei, completamente confusa.

Marilia soltou uma risada alta, como se o que eu tivesse dito fosse a coisa mais engraçada do mundo.

— Sim eu sou. — Falou cessando os risos. — E eu não te odeio. — Acrescentou.

— Bom, não era o que parecia a algumas semanas atrás e bom, anos. — Falei pra mim mesma mas parece que Marilia também ouviu.

Imprevisível//adaptação MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora