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[P.O.V Autora]

Minho se encontrava em choque, era informação demais para sua cabeça, tudo parecia uma mentira aos seus olhos, sentia que tudo ao seu redor era falso, não sabia dizer nem mesmo se ele próprio era real. Ele estava apavorado, tinha medo do que fariam com ele, apesar de não temer a morte em si, temia a dor que poderia sentir. O Lee mais novo encarava o maior esperançoso, ele poderia ser sua última chance de salvar alguém dali e poder denunciar aquela instituição, ele precisava de outra pessoa para confirmar a história consigo e assim poder processar e fechar aquela clínica; Se Felix não conseguisse a ajuda de Minho, talvez não aguentasse mais as torturas que sofria e tentasse o pior...

─ Eu acredito em você, Felix. Eu sabia que tinha algo de errado aqui. ─ Declarou, vendo o último citado se virar para si com um sorriso aliviado. ─ Conheci duas pessoas, Chan e Sana, eles tentaram me alertar sobre algo, talvez para não ser punido, e depois acho que eles foram punidos.

─ Eu tentei alertar Chan e Sana no começo, mas como eu disse, quiseram tirar prova disso e acabaram na pior. ─ Suspirou se lembrando de como os dois amigos eram sorridentes para pacientes da clínica, agora raramente via eles alegres, e se num dia estavam felizes, no outro estavam péssimos. ─ Nós também somos proibidos de alertar os novos pacientes, é como se eles quisessem que vocês cometessem erros apenas para puni-los, é doentio.

─ Felix, eu não quero ficar aqui. ─ Disse choroso, sentindo um grande aperto no peito. ─ Eu quero ir embora, Lix. ─ O Lee mais novo se surpreendeu com o apelido, porém não o advertiu, havia gostado daquilo. ─

─ Nós vamos embora, okay? ─ Afirmou abraçando lateralmente o outro, e apesar de não se conhecerem muito ainda, seriam o único apoio emocional um do outro por hora. ─ Eu tenho um plano. Todo ano, a clínica traz alguns artistas para cá para fazerem algumas apresentações e nos animarem, porém, durante o evento a segurança fica voltada totalmente para o pátio, o resto da instituição fica quase sem nenhum segurança. A parte mais difícil é sair do pátio, mas temos cinco dias para pensar no que fazer sobre isso. Depois que sairmos daqui, precisamos correr para a cidade mais próxima, que é Sokcho, e pedir ajuda por lá. É um plano perigoso, parece simples agora mas as coisas podem sair do controle, preciso saber se vai mesmo entrar nessa comigo, Minho. ─ O mais velho, ainda nervoso, não precisou de muito tempo para tomar sua decisão. ─

─ Estou dentro.

[•••]

Após Felix e Minho terem concordado em colocar o plano em ação no dia do evento, ambos voltaram á seguir suas rotinas normalmente, uma vez ou outra conversando no pátio para não levantarem suspeitas. Enquanto o mais velho fingia que tudo estava bem e tentando ao máximo ser bem comportado, não queria acabar indo para alguma daquelas tenebrosas salas que Felix dizia existir... Este, por outro lado, mudou um pouco sua rotina. O Lee mais novo tinha o costume de resistir muito durante as sessões de "Terapia à Força" e ser bem desregrado, porém, estava dando seu máximo para parecer finalmente domado pela Clínica Smile, apesar de ainda fingir tomar seus remédios de forma correta, quando na verdade os guardava para jogá-los fora depois.

Outro que também passou à jogar fora seus remédios foi Minho, e depois de parou de tomá-los, finalmente pode abrir os olhos para o mundo ao seu redor. Diferente do que o Lee via, a clínica era cinzenta, quase sem cores, as plantas eram murchas e mortinhas, nem a comida parecia mais tão comestível assim, ela parecia um monte de mingau jogado em um prato. Depois de algumas conversas com Felix, Minho descobriu que parte de suas doses diárias de remédio eram alucinógenos que mudavam sua visão do mundo, e até o fazia ver certas coisas como flores belas ou comidas saborosas; Também descobriu que a clínica só era bela por fora, a única cor do local se encontrava fora, e que no subsolo do local, as salas de Terapia à Força eram usadas sem moderação.

Este era outro dia que Minho acordava com medo do local que se encontrava, mas ainda sim fingia estar tudo bem, e novamente ia até o pátio ter sua desagradável refeição, que nem o mesmo gosto tinha mais. O Lee acordou com um péssimo humor, poderia facilmente tacar fogo naquele lugar inteiro só com o olhar amedrontador. Minho geralmente era um garoto muito gentil e adorável, entretanto, tenho certeza que você não gostaria de esbarrar nele em um dia ruim. E justo naquele dia, Minho foi obrigado à ir para uma aula de artes como uma das atividades recreativas da instituição, ainda reclamaria com Sulli por ter colocado ele ali, mas só depois de expressar sua raiva na arte.

Minho chegou na sala de atividades e encontrou até Felix ali, provavelmente arrastado por outras enfermeira. Desta vez, não puderam conversar, estavam rodeados de pessoas e em um espaço muito pequeno, qualquer um poderia ouvir a conversa deles, era muito perigoso. Um professor simpático entrou no salão falando demais para o gosto de Minho, porém apenas permaneceu quieto e ouviu ele falar um pouco sobre a arte em si e o que fariam naquele dia. O Lee mais velho até tentou prestar atenção, mas tudo que entendeu era que deveria pintar o que estava sentindo agora, e assim o fez. Com tons de tinta forte, Minho pintou um belo quadro abstrato cheio de desenhos que lembravam raiva e angústia, se sentindo leve ao liberar tudo aquilo na tela, porém a calmaria se tornou medo quando viu Felix encarando seu quadro assustado, o próprio havia pintado flores e animais fofos, e quando notou, era tarde demais. 

─ Senhor Lee Minho, pode nos acompanhar por um momento? ─ Um enfermeiro o chamou, junto com outros dois logo atrás de si. ─ 

Desta vez quem estava em maus lençóis era Minho. 

Continua...

Mask [MinLix - Stray Kids]Onde histórias criam vida. Descubra agora