⌦🎗️ - 01

472 76 11
                                    

[P.O.V Autora]

Já havia se passado um mês desde que Minho tinha colocado o pé naquele lugar, e apesar de estar amando ser ele mesmo, às vezes certas coisas o irritavam. A constante animação dos enfermeiros muitas vezes acabava por ser um incômodo à sua personalidade introvertida, trazendo mais desconforto do que diversão, então quem mais cuidava de si era Sulli, que já estava acostumada com o Lee quietinho em seu canto, lendo um bom livro ou desenhando em seus cadernos, então ela apenas se ocupava em elogiar o mais novo. Minho apreciava muito seus elogios, nunca havia recebido algo assim de seus pais, ele era como uma criança alegre recebendo um doce. O jovem de 17 anos estava tendo um progresso em sua saúde mental, não muito rápida, mas ainda sim era um progresso.

Foi descoberto que o Lee possuía os mais diversos problemas mentais, entre eles ansiedade, depressão, fobia social, TDAH e outros um pouco mais leves. Todo aquele acúmulo de problemas só poderia ser explicado pela negligência dos pais em questão à levar ele à um psicólogo assim que os primeiros sintomas apareceram. Para seus pais, algumas rezas e água benta poderiam resolver todos os problemas do mundo. Sulli ficou um pouco abismada quando descobriu que aquele jovem já vivia rodeado de câmeras e cobranças tão jovem, e ao ser diagnosticado com fobia social, não tentou forçar à barra com o Lee, deixando ele ficar apenas em seu confortável quarto e ter suas refeições por lá, mas já era hora de ele começar à tentar socializar um pouco.

Unnie, por favor, me deixa aqui, eu não quero tomar café da manhã com eles. ─ Reclamou se escondendo em baixo da coberta, Minho tinha um estranho sentimento perante Sulli, ela era como a mãe amorosa que nunca teve. ─

─ Vamos, Min! Vai ser legal, eu juro! ─ Disse se sentando na ponta da cama e tirando o lençol de cima de sua cabeça, vendo os cabelos castanhos bagunçados. ─ Você precisa tentar conversar com alguém, todos são legais por lá! Tem a Ryujin, que parece brava, mas é um amor. Tem a Tsuki, que é muito carinhosa. Tem o Wooyoung, que é o mais animado daqui. Tem o Felix... ─ Sulli ficou quieta por um tempo, pensando se deveria falar sobre aquele paciente. ─

─ O que tem o Felix?

─ Bom... Ele é bem quieto também, mas com ele não tem jeito, é uma fortaleza. Acho que nunca vi ele conversar com ninguém, e olha que eu tentei muito.

─ Hm... ─ Aquele garoto estava começando à interessar o Lee, talvez fosse alguém que lhe entendesse em relação à fobia social, poderia tentar conversar com ele. ─ Tudo bem, mas me promete que se algo acontecer, você vai me ajudar, e só você, sabe que eu não gosto dos outros enfermeiros...

─ Tudo bem, se algo acontecer, o que acho que não vai, eu irei te ajudar. ─ Afirmou sorridente, entregando alguns dos remédios diários de Minho e um copo de água. Se sentia tão mais leve desde que começou à tomar os remédios que dormia como um anjo... Afinal, nem sabia a quantidade exata de remédios que tomava por dia, já nem se importava em contar. ─ Eu vou checar se está tudo pronto para descermos e já venho te buscar, não saia daí, espertinho.

─ Vou pensar. ─ Brincou. ─

O Lee era um dos pacientes que dormia com a porta destrancada por nunca ter tentado fugir do local, não via motivo se estava sendo bem cuidado ali. Também nunca havia tentado nada contra si, somente alguns arranhões pela sua pele quando tinha alguma crise, mas nada que algumas pomadas não resolvessem. Apesar de sempre ter sido alguém quieto, acabava dando suas escapadas durante à noite. O pequeno pátio aberto do segundo andar era muito reconfortante e gostoso de noite, então sempre dava um jeitinho de sair de seu quarto para ficar nem que fosse alguns poucos minutos sobre a luz da Lua. Sulli o buscava quase todas as noites por lá, afirmando que se outra pessoa o pegasse ali, as coisas ficariam realmente ruins.

Minho colocou uma calça moletom preto e uma blusa de manga longa branca, estás eram as roupas que ele mais usava, coisas simples, nada daqueles ternos e smokings chiques que usava em um período passado de sua vida, agora só vestia o que se sentia bom usando, era tão libertador. O Lee se sentou perto da janela para observar um pouco o pátio, haviam muitas pessoas ali, temia ter uma crise no meio daquela gente toda e não conseguisse sair à tempo... De longe, viu um menino sozinho, sentado na grama perto da grade do pátio que cercava a instituição, de cabelos castanhos como os seus e aparentemente distante nos próprios pensamentos...

─ Min? Vamos? ─ Sulli perguntou assim que entrou no quarto, tendo o garoto se virando para si e andando até si. ─ Você vai ver, não é tão ruim, vou te mostrar algumas pessoas muito legais.

O Lee sentiu e se deixou ser levado pela enfermeira escada à baixo até estarem no primeiro andar, nas áreas comuna dos pacientes, e ao ver mais pessoas ali, em um número significativo, quis voltar correndo para seu quarto, acabando por paralisar no meio do caminho. Sulli parou ao seu lado e esperou pacientemente ele respirar devagar, usando uma das técnicas para conter crises que haviam lhe ensinado, seguindo em frente logo após alguns bons minutos de reflexões sobre o que estava fazendo ali.

A mulher levou Minho até uma mesa com algumas poucas pessoas e pediu que ele se sentasse ali para que ela pegasse sua comida e suas outras pílulas que só poderiam ser ingeridas após uma refeição no mínimo. Na mesa haviam um menino e uma menina, aparentemente da mesma idade que a sua, que pararam de conversar assim que ele se sentou. Os dois novos jovens se olharam e sorriram para Minho, que ficou meio sem jeito e abaixou a cabeça.

─ Deixa eu adivinhar, Sulli te arrastou para cá? ─ A garota perguntou com um sorrisinho, rindo em seguida quando este concordou. ─ Ela sempre faz isso como os novatos, sempre faz eles tentarem se enturmar depois de um tempo em seus próprios quartos. Ela é muito bondosa, mas muito insistente.

─ Bastante, na verdade. ─ Minho disse risonho, se sentindo um pouco mais aberto para falar. ─

─ Mas eae, porque está aqui? Tentativa de suicídio? Internação médica? Vontade própria? ─ A garota questionou, mal dando tempo do Lee pensar sobre as perguntas que lhe foram feitas. ─

─ Desculpe por essa faladeira dela logo de início, talvez ela não saiba como não assustar os novatos. ─ O rapaz repreendeu, dando um tapinha na cabeça da garota. ─ Eu sou Bang Chan, essa sem noção hiperativa é a Sana.

─ Sana Minatozaki! Muito prazer! ─ Estendeu sua mão para Minho, que a apertou um pouco receoso, pessoas falantes às vezes o deixavam um pouco desconfortável, mas em geral, Sana parecia legal, Chan também. ─

─ Lee Minho, e respondendo suas perguntas, bom, meus pais acharam melhor me colocar aqui depois de eu tentar... Você sabe. ─ Minho fez um sinal de arma para sua cabeça, tendo Sana segurando sua mão en seguida. ─

─ Não faça esses gestos. ─ De repente, Sana ficou séria e começou à olhar ao redor. ─

─ Porque...?

─ Não vai querer descobrir. ─ Chan afirmou, ele parecia querer proteger Minho de algo, mas o que?  ─ Apenas não faça sinais que se relacionem à coisas ruins, e tome cuidado com o que fala.

─ Mas me expliquem pelo menos o porquê disto... ─ De longe, os três jovens puderam ver dois enfermeiros de aproximando, chamando Chan e Sana sem muitas palavras. Ambos se olharam e tremeram, deveriam ter ficado quietos.

─ Apenas siga nosso conselho, não fale nada à ninguém, nunca.

Continua...
Aceito teorias viu pessoal hmhm.

Mask [MinLix - Stray Kids]Onde histórias criam vida. Descubra agora