Capítulo 26 - A visita e o inacreditável.

538 65 125
                                    

Olá, como estão?

Esse capítulo está grandinho também, e como sempre, cheio de pontas soltas, para atiçar a curiosidade de vocês e interligar toda a história.

Espero que gostem.

×××

[Rosé Pov]

Havia se passado dois dias desde a festa, e desde o ocorrido naquela sala privada do segundo andar, eu não havia mais visto Lisa, o que tornavam as coisas um pouco complicadas dentro da minha cabeça.

Isso porque eu não sabia mesmo o que iria acontecer depois daquilo. Se ela iria me tratar normalmente, se iria me ignorar completamente ou se ela estaria mesmo jogando esse jogo de sedução comigo. Mas a questão que mais pega é que eu estava com receio, independente da escolha que ela tomasse como certa.

Mas eu não deveria pensar tanto nisso agora, e acho que nem conseguiria, porque minha caixa de mensagens está sendo bombardeada há uns dois dias também, e quem está me pertubando? Bom, eu também queria muito saber.

Eu estava jogada no meu sofá, normalmente isso não é um hábito, mas desde a festa, percebi que precisava de um tempo sozinha, com meus pensamentos. E percebi que nos últimos dias, em que estive trabalhando loucamente nesse projeto com Lalisa, e lidando com coisas que eu, com toda a certeza do mundo, jamais imaginaria, acabei guardando meus problemas pessoais em uma caixa secreta. E durante o tempo que estou tendo em casa, descobri que eles podem sair dessa caixa e me dominar completamente, como se fossem meus donos.

E no fim, eles eram mesmo. Já fazem bons anos que deixo eles controlarem minha vida, me tornando escrava não só da empresa, mas dos meus medos, medos esses que eram banais para a maioria das pessoas, mas enormes para mim. E cara, tá tudo piorando com esse tal de M me perturbando, e me lembrando constantemente da Alice. Mas não da Alice que eu amo lembrar, mas sim da Alice machucada e desacordada ao meu lado no dia do acidente.

E isso me faz pensar mais ainda.

Como alguém seria tão cruel ao ponto de usar um trauma tão grande para chantagear e perseguir alguém do nada?

Do nada, até onde eu sei, né?

Respirei fundo, enquanto observava o teto branco da sala do meu apartamento. Eu estava mergulhando fundo nesses pensamentos, mas minha vontade era apenas de tomar um banho, escovar os dentes, me alimentar, coisas que alguém ansioso e depressivo almeja mais do que tudo, mas não tem forças para fazer.

E eu até poderia ficar nesse ciclo sem fim, infinito, por vários dias. Fingindo que eu não tenho trabalho, amigos, e nem um possível rolo que deve ter pensado que eu morri, para felicidade ou infelicidade dela, né? Estou confusa.

Enfim, poderia ficar aqui jogada, se não tivesse alguém apertando minha campainha logo agora. Que saco!

Caminhei com dificuldade até a porta, e dei uma espiada no olho mágico, dependendo de quem fosse, talvez eu devesse fingir que morri.

Para a minha grande surpresa, era ninguém mais do que Lalisa Manoban por trás daquela porta.

Sim, simplesmente ela. Agora alguém me responde, o que ela faz aqui? Será que bebeu novamente?

Ela ficou encarando o olho mágico, como se o olho dela fosse mágico também e pudesse me ver através daquela porta. Eu fiquei ali esperando, na esperança que ela desistisse e fosse embora, porque convenhamos, hoje não é um bom dia.

Ela apertou a campainha novamente e voltou a encarar o olho mágico. E eu, obviamente, fingi que nem estava ali.

Ela tirou seus óculos escuros do rosto, e voltou a encarar o olho mágico.

 Roses Are Dead  - Chaelisa.  Onde histórias criam vida. Descubra agora