Capítulo 32 - O inesquecivel nascer do sol.

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[Rosé pov]

Lisa andava em uma velocidade considerável pelas ruas da cidade. Os vidros entre-abertos traziam um ventinho gostoso que batiam sobre minha pele, trazendo uma sensação boa. No som do carro, tocava "starboy" do The Weeknd, tornando o momento agradável e até memorável para mim, porque havia tempos que não me sentia assim, viva.

Pela primeira vez, eu estava curtindo um passeio de carro sentada no banco do carona sem sentir aquela sensação de medo e desespero subir, formando um nó enorme em minha garganta. Pela primeira vez, eu sentia que estava aproveitando o passeio, sem me preocupar se algo iria acontecer comigo e com quem estivesse ao meu lado, o que era completamente estranho, porque a sensação deveria ser completamente oposta, pois estou dividindo o espaço com Lalisa.

E ela, apesar de parecer contente e satisfeita com minha presença, sequer me olhava nos olhos enquanto dirigia, e era a única coisa que incomodava naquele momento.

[•••]

Lisa nos levou até um porto que havia na cidade, onde também havia um pier que tinha uma vista incrível para o mar. Com as horas avançando, no fundo, eu queria acreditar que ela me levou até ali para ver o nascer do sol.

— Vem Park! — Ela me chamou, enquanto descia do carro.

Eu sai em seguida, ela trancou o carro e me puxou por uma das mãos. Andamos quase correndo pela ponte, indo até a ponta do pier.

Nos apoiamos na barra de proteção da ponte. O vento soprava mais forte próximo ao mar, fazendo os cabelos ondulados de Lisa saírem do lugar, exceto sua franja.

Retirei delicadamente uma mecha de cabelo que insistia em voar sobre seu rosto, assim podendo enxergar melhor os olhos negros de Lisa. Diria que eles são como o mar, muito bonito, misterioso e amendrontador em certos momentos, mas convidativos.

A morena abriu um sorrisinho para mim, enquanto pegava a garrafa de vinho da minha mão, virando um gole generoso, depois passando a mesma para mim, para que eu pudesse beber também.

O lugar estava iluminado com poucas luzes, não que precisasse de muitas, pois a lua iluminava o local tranquilamente, fazendo a vista se tornar linda.

Passei a garrafa para Lisa novamente, que bebeu outro gole generoso do vinho. Meu estômago embrulhava com a idéia de que o dia em breve amanheceria, e aquele seria nosso "café da manhã".

Passamos bons minutos apenas observando o mar. Era estranho como o silêncio com Lisa se tornou confortável, talvez seja porque não suporte da ideia de trocar muitas palavras com ela, porque ela parece uma porta de tão seca, mas ao mesmo tempo me sentia desconfortável, porque ela não falava comigo desde que me buscou.

— Porque está tão quieta? — Perguntei, quebrando o silêncio.

— Só não estamos conversando, Park. — Ela mantinha seus olhos grudados no horizonte. — Isso te incomoda?

— Um pouco. — Respondi de forma sincera, olhando para a morena. — Porque não está falando comigo?

— Mas eu estou! — Ela rebate, me olhando de volta.

— Bom, agora você está, mas e antes? — Disse, um pouco receosa. — Lá no carro. Porque me trouxe para viver essa noite, se sequer olha em meus olhos?

Ela abriu um sorrisinho, enquanto ajeitava seus cabelos.

— Só estava concentrada no trânsito, Park.

— Só isso?

– Só isso. — Ela suspirou, enquanto se aproximava de mim, fazendo algo se formar ao pé da minha barriga. — Sei de tudo que passou, só queria garantir que se sentisse segura ao meu lado no carro.

 Roses Are Dead  - Chaelisa.  Onde histórias criam vida. Descubra agora