4° Capítulo

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Deixem A Estrelinha 🌟

Os olhos Castanhos se abriram cautelosamente, pois os raios fortes de sol atingiam-lhes o rosto. Soltou uma longa respiração e se espreguiçou, levando uma de suas mãos até seu olho esquerdo e o coçando.

Era, decerto, muito cedo ainda; seu relógio biológico soava sempre junto com o nascer do sol, fazendo-a acordar mesmo se tivesse dormido bem tarde na noite anterior.

O frio era ainda mais intenso do que pela madrugada, Any achava o frio daquele horário do dia o pior de todos os horários. Ela pegou sua escova de dente e, junto com uma garrafa de água, sua toalha de rosto e um copo plástico, saindo do caminhão. Se debruçou sobre a beira da estrada e começou a escovar seus dentes.

Resmungou algo quando vestígios de água respingaram em sua roupa e ao terminar sua higiene matinal deu uma olhada no cenário ao seu redor.

- Bom dia -a moça que dormia na cabine, aparentemente, havia despertado, dando um leve susto em Any

- Dia! -Sina respondeu cética- Se quiser escovar seus dentes eu tenho uma escova extra no meu porta-luvas.

- Faria mesmo a gentileza de me ceder sua escova nova? - Heyoon perguntou contente e Any acenou, indo buscar o objeto- Oh, céus, obrigada -a garota agradeceu assim que Any lhe entregou a escova de dentes.

- Desculpe ter esqueci de a porta do caminhão aberta. Tenho o hábito de acordar só e...

- Não se preocupe -Heyoon disse após terminar de escovar seus dentes e jogar um pouco de água em seu rosto- Eu já estava acordada, de todo o modo.

- Certo. -Any disse, caminhando outra vez para o caminhão. Heyoon entrou no mesmo e se sentou ao seu lado, esperando Any ligar o caminhão, no entanto, ela não fez.

- Não irá dirigir agora? -A garota perguntou curiosa.

- Não. Esperarei as garotas acordarem. É proibido transportar pessoas na parte de trás. Só faço isso à noite e mesmo assim nem sempre. É perigoso.

- Oh -Heyoon expressou, vendo Any pegar algumas coisas no isopor

- Sirva-se -Ela disse séria e Heyoon sorriu sem graça antes de pegar um sanduíche para si e uma garrafinha de suco.- Dormiu bem? -perguntou Any de repente- Eu sei que não é um lugar muito confortável, mas infelizmente é o melhor que posso oferecer.

- Dormir muito bem na verdade. -respondeu com um sorriso puro- À propósito, não deveria me ceder sua coberta. Acordei de madrugada e te vi encolhida em seu banco, desculpe -disse dando uma mordida em seu sanduíche.

- Não se preocupe, estou mais acostumada do que você nessa vida de estrada -Any disse sinceramente- Esta noite dormiremos em um hotel; precisamos de uma noite descente de sono e de um bom banho -Heyoon empalidece ao ouvir aquilo.

- Será que eu...hm, poderia dormir em seu caminhão? -Any franziu o cenho em confusão.

- Por que? Se estou dizendo que teremos uma cama confortável a nossa disposição?

- Eu, hm... -Enrubesceu e olhou para baixo- Não tenho dinheiro para pagar um hotel. O dinheiro que eu tenho é para outra coisa.

- Não posso me dar ao luxo de te pagar um quarto, mas se não se incomodar pode dividir o quarto comigo e com a Diarra. Só tem duas camas, mas a gente da um jeito. Qualquer coisa posso dormir no chão ou...

- Não quero me aproveitar de sua hospitalidade. Realmente posso dormir aqui -Heyoon disse prontamente

- Pois eu me oponho. Você dormirá conosco em um quarto descente. - Any disse solenemente e Heyoon soltou uma risada gostosa- Do que ri?

- Você é sempre tão séria assim? -Perguntou em um sorriso. Any soltou um resmungo baixo e lhe encarou.

- Não sou séria.

- Bem, desde que cheguei só lhe vi séria.

- Bem, desde que chegou não tive motivos para rir e que eu saiba ainda não bati forte com minha cabeça a ponto de rir do nada.

- Oh, desculpe -Heyoon pediu desconcertada pela resposta que ganhou de Any. A mais velha suspirou e meneou a cabeça.

- Não! Me desculpe você -disse ela- É que não sou acostumada a falar com pessoas além de minhas irmãs e minha cunhada. Minhas respostas se moldaram à forma como lhe respondo. Eu não tive a intensão de ser rude.

- Tudo bem. -Heyoon respondeu, comendo em silêncio e admirando a bela paisagem através da janela da frente.- Então, qual é a sua história?
-ela perguntou após algum tempo.

- Eu não tenho uma história.

- O que? -Heyoon proferiu rindo- Claro que tem. Me diz! Um ex-namorado que partiu seu coração? Uma família que te espera voltar ansiosamente? - Any torceu a boca e Heyoon prosseguiu- Vamos lá, todos temos uma história

- Qual é a sua? -Any perguntou, vendo Heyoon sorrir e franzir os olhos

- Hey, eu perguntei primeiro -Any nada disse- Seu te contar a minha você me conta a sua?

- Talvez

- Any!

- O meu talvez é tudo o que você tem, Senhorita Jeong -Heyoon bugou e assentiu.

- Bem, cresci no litoral; fui criada por meus avós grande parte da minha vida; sou solteira... -Os olhos castanhos analisaram meticulosamente os orbes castanhos em busca de tentar reconhecer se aquela informação lhe agradava, no entanto a mulher permaneceu imóvel- E estava indo para San Diego visitar o túmulo de minha mãe.

- Certo.

- Sua vez.

- Como eu disse, eu não tenho uma história. - o risinho nasalado de Heyoon fez Any lhe encarar

- Você me enganou.

- Pelo contrário, te disse a verdade desde sempre.

-Tudo bem. Dirige desde que idade? -Heyoon perguntou, vendo Any rosnar algo baixinho

- Você faz perguntas demais, Heyoon.

- E você da resposta de menos.

- Você não precisa saber da minha vida pessoal. Isso é apenas uma carona; não seremos amigas para toda a vida, daquelas que trocam mensagens após uma longa aventura.

- Você é bastante mal humorada para uma mulher de vinte e sete anos -Heyoon constatou ainda com um meio sorriso em seus lábios.

- E você é bastante intrometida para uma de vinte e seis -Heyoon se calou diante daquilo. Não iria arruinar sua única carona por discutir com uma garota teimosa e ranzinza.

A porta foi aberta por uma Sabina faminta e calada. Seu bom-humor matinal era nulo e por isso Any nada disse.

- Bom dia, Sabina -Heyoon saudou.

- Fale comigo depois das dez da manhã. Por esse horário de agora sou movida unicamente a fome -Heyoon se encolheu no banco ao ter recebido uma patada de uma segunda pessoa em menos de cinco minutos. O mau-humor pela manhã naquela família era nítido.

O olhar de Any pousou em Heyoon ao notar a garota corar diante a falta de educação tanto dela como de Sabina.

- Heyoon, eu não quis...

- Tudo bem, Any. Você tem razão. É só uma carona -Any assentiu mas se sentiu levemente molesta com algo que não sabia o que era.

Destino InCerto (HEYANY/ANYOON)Onde histórias criam vida. Descubra agora