Any G.
09.05.2019
Rio de JaneiroMinha cabeça estava encostada na janela aberta do carro, meus cachos voavam livres por causa do vento, eu encarava o meu reflexo pelo retrovisor, mas não pensava em nada, apenas me encarava sem pensar em absolutamente nada.
Escutava o barulho do vento se misturando com o barulho do mar em que nos aproximavamos, escutava também o som baixo do carro que Joshua está à dirigir. Escutava também seus dedos batendo contra o volante no ritmo da música.
Vez ou outra sentia seus olhar me queimar, e de todo o modo não pronunciava nenhuma palavra desde a pequena discussão que tivemos assim que desembarcamos aqui, no Rio de Janeiro, nossa cidade Natal.
A discussão foi boba, ⎯⎯ como sempre ⎯⎯ começou com nós praticando o último exercícios que a psicóloga nos passou, durante esses cinco dias, por pelo menos dois minutos, praticamos um pouquinho, mas nunca dura muito tempo, justamente porque nenhum dos dois consegue segurar a língua dentro da boca.
Rolei meus olhos para longe do retrovisor e apoei meu queixo na janela, e encarei a imensidão do mar a minha frente. Foi automático, respirei fundo e fechei meus olhos, sentindo cheiro gostosinho de lar.
E logo meus pensamentos tomaram conta de mim, minha adolescência passou como flashs em minha memória. ⎯⎯ e me forcei a ignorar meus piores momentos que vivi nesse mesmo lugar que eu chamo ou chamava de lar ⎯⎯ Um pequeno sorriso tomou conta dos meus lábios, enquanto eu podia jurar escutar risada dos meus amigos, sentir aqueles abraços carinhosos e aconchegante. Ah, eu amo esse lugar.
Mas o odeio ao mesmo tempo.
⎯⎯ pretendo me encontrar com a minha mãe, antes de irmos encontrar nossos amigos. ⎯ a voz de Joshua interrompeu meus pensamentos.
Me ajeitei sobre o banco e o encarei, que mantia seus olhos focados na estrada.
⎯⎯ tudo bem, não me importo.
E realmente não me importava de encontrar a mãe dele primeiro. Na verdade eu amo a mãe dele, ela é a melhor pessoa desse mundo inteiro, o tipo de mãe que eu queria ter tido.
Me pergunto como uma mulher tão maravilhosa, pode ter feito e criado um filho tão... ah, desprezível e insuportável como o Joshua. Gosto de pensar que ele é adotado.
⎯⎯ se você preferir, pode ficar no carro ⎯ franzi o meu cenho pra ele ⎯ prometo ser rápido.
⎯⎯ de jeito nenhum! Que ideia é essa? ⎯ ele revirou os olhos e eu logo entendi. ⎯ ciúmes porque sua mãe prefere a mim do que a você!?
⎯⎯ ah, por favor, Gabrielly... Cala a boca.
Soltei uma risada fraca, ainda o encarando. O silêncio tomou conta do ambiente mais uma vez, mas dessa vez eu fui a primeira a quebrar e a iniciar a nossa atividade.
⎯⎯ esse corte ficou bom em você. ⎯ elogiei o seu cabelo recém cortado.
Seus olhos saiu da pista por um segundo apenas pra me encarar. E então seus ombros relaxaram, e sem desviar o olhar da estrada ele disse:
⎯⎯ amo quando seu cabelo está natural. ⎯ não consegui evitar de revirar os olhos.
Mas de todo o modo, desviei o meu olhar para o retrovisor, encarando o meu reflexo. Levei minha mão as pontas cacheadas do meu cabelo e as toquei levemente.
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𝘼𝙥𝙚𝙣𝙖𝙨 𝙉𝙚𝙜𝙤𝙘𝙞𝙤𝙨 ⟶ 𝗕𝗲𝗮𝘂𝗮𝗻𝘆
Fanfikce🍃 𝗕𝗲𝗮𝘂𝗮𝗻𝘆 Onde Josh Beauchamp e Any Gabrielly se odeiam, mas conseguem deixar isso de lado quando o assunto é negócio. E por pura obra do destino os dois construíram juntos uma das maiores indústrias e pequenas empresas de todo o Brasil. Um...