Any G.
02.07.2019
São PauloA sala de cirurgia nunca me pareceu tão assustadora como agora. Eu já sentia meus olhos pesado, as vozes dos médicos sumindo aos poucos e a dormência tomando conta de todo o meu corpo.
Enquanto eu ainda tinha um pouco de consciência me perguntei se a outra pessoa deitada na maca à poucos metros de mim era o tal do doador anônimo. E por um instante tentei reunir forças que eu não tinha, para olhar para ele e descobrir quem era o desconhecido que está fazendo essa loucura por mim.
Como ele poderia exigir a doação para alguém sem ao menos conhecer? Ele ou ela certamente me conhece.
Mas não basta só me conhecer, essa pessoa sabe do meu problema e por um instante me perguntei se Alberto quebrou o sigilo. O que é bem idiota, já que é bem óbvio que quebrou.
Mas não importa.
Tentei me convencer, mesmo que nessa altura do campeonato eu não tenho mais a escolha de desistir. Vai acontecer.
Deixei que meus olhos se fechassem e rezei para que nessas horas de inconsciência eu sonhasse com algo bom. Eu realmente não reclamaria se sonhasse com Josh.
Puta merda... eu estou gostando tanto dele.
Soa até ridículo começar a gostar justamente do cara que eu odiei desde o momento em que eu o conheci.
Não... eu não o odiei desde o primeiro momento.
Eu menti pra mim mesma e para ele, dizendo que o odiei desde o primeiro instante.
Mas uma coisa é verdade, eu escolhi odiá-lo. Eu me obriguei a odiá-lo pois sabia que no instante que ele entrasse na minha vida, eu me apaixonaria perdidamente... E sinceramente eu sempre tive medo do amor.
⎯⎯ Flashback
14 anos atrás...Olhava as marcas arroxeadas do meu braço pelo reflexo do espelho da escola. Eu estava sozinha, e agradecia por esta sozinha apenas para olhar para elas e refletir.
Algum dia isso ia acabar?
Me assustei quando alguém abriu a porta, rapidamente cubri os meus braços com a manga do moletom que eu usava e abri a torneira fingindo lavar as mãos.
Observei pelo reflexo as duas garotas entrarem rindo no banheiro, ambas com a camiseta regata da escola, já que fazia um calor do caralho no dia de hoje.
Mas eu já estava tão acostumada a sempre estar de blusa de frio, que nem mesmo o clima insuportavelmente quente do Rio de Janeiro me incomodava.
Passei a mão molhada pelos meus cachos, tentando ao máximo abaixar o frizz, o que não adiantou muito e eu sabia que daqui alguns minutos estaria totalmente horrível. Bufei baixinho e sai do banheiro, antes que a minha crise de baixa alto estima me consumisse.
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𝘼𝙥𝙚𝙣𝙖𝙨 𝙉𝙚𝙜𝙤𝙘𝙞𝙤𝙨 ⟶ 𝗕𝗲𝗮𝘂𝗮𝗻𝘆
Fiksi Penggemar🍃 𝗕𝗲𝗮𝘂𝗮𝗻𝘆 Onde Josh Beauchamp e Any Gabrielly se odeiam, mas conseguem deixar isso de lado quando o assunto é negócio. E por pura obra do destino os dois construíram juntos uma das maiores indústrias e pequenas empresas de todo o Brasil. Um...