Doença do luto

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♡○●Doença do luto●○♡

Algumas horas se passaram. O pai das crianças já havia sido avisado sobre a situação e infelizmente não tinha como voltar para casa. Ele estava a viagem por conta de seu trabalho e só conseguiria voltar uma semana depois. Xiao ainda estava na sala, agora sozinho com o corpo adormecido de Aether ao seu lado. Depois que as coisas haviam se acalmado na noite passada, Xiao passou a madrugada toda pensando. Desde que ficará no quarto, sua marca no pulso não parava de brilhar, no entanto, ela não ardia mais, apenas fazia cócegas e passava uma sensação de tranquilidade. Provavelmente seria o que Aether estava sentindo.

Xiao se sentia estranho. Vira aquela criança com pouca idade, cuidará dele como se fosse um irmãozinho. O alimentou, vestiu, banhou, brincou consigo e ainda foi ele quem lhe ajudará com diversos problemas na escola. Ele não queria ser seu pretendente, não conseguiria ter aquela visão de Aether. Um menino tão amoroso e novo. Por mais que a diferença de idade fosse pequena, Xiao não se sentia confortável com isso, e esse assunto estava o deixando cada vez mais preocupado. A vontade era de correr dali para o mais longe do loiro possível, mas travou ao sentir uma mão agarrar seu pulso iluminado.

- Você está nervoso, Xiao Xiao?

"Pare de me chamar assim!" Pensava o jovem enquanto tinha um conflito interno. Ele queria sumir, queria parar de se sentir tão nojento ou incapaz. Ele queria apenas deixar de existir, e tudo isso de uma noite para o dia apenas por conta de uma marca! Sua cabeça estava a mil pensamentos por hora.

- Eu... estou só preocupado...

- Você disse que não iria doer que nem a sua marca grande! Xiao Xiao você mentiu para mim! - Disse Aether fazendo um pequeno biquinho nos lábios. Perigoso! Fofura era algo que Aether conseguia transmitir, e isso era algo que derretia Adeptus de uma forma inimaginável!

- Pelo visto você é um caso especial como a mim...

- ... Por que está com raiva? - E foi ali que Xiao se surpreendeu. Ele havia esquecido que agora Aether também conseguia sentir o mesmo que si quando estavam próximos. Isso só o deixou pior! Ele sentia raiva e repulsa de si mesmo, logo, todo aquele ódio seria transmitido para Aether, o deixando triste por algo que ele nem ao menos sabia o que era.

- Só estou nervoso, não se preocupe tanto. Irei buscar algo para comer. - Fez questão de sair o mais rápido dali sem nem ao menos olhar para trás quando escutou a doce voz o chamando. Por sorte, Lumine e Lisa, a babá, entraram no quarto doidas para ver o garoto que acabará de acordar.

Xiao fez questão de andar em passos largos até a área de alimentação que havia ali, encontrando ao longe seu pai conversando com alguém de cabelos ruivos. Lembrava daquele homem, era um amigo que visitava seu pai algumas vezes. Desde que sua mãe havia falecido no parto, aquele cara havia passado a ir com frequência a sua casa, ajudando Zhongli a cuidar de si.

- Oi! Tio Childe. - Se aproximou assustando os adultos que pareciam estar em uma conversa profunda.

- Xiao? Nossa como está grande! - Childe era o único que sabia da marca no braço de Xiao, ele e o médico, e agora Aether também. Fora isso, ninguém nunca soube sobre. O ruivo havia saído a negócios dias depois de sua marca aparecer, e desde então nunca mais haviam o visto.- "Tio" o caralho, pirralho. Está quase da minha idade.

- Olha a boca, Ajax! Na frente do meu filho não fale palavrões. - Retrucou Zhongli.

- Sabe que a primeira palavra dele foi "puta merda" não é?

- Porque alguém não parava de falar isso perto da criança! - E assim começou outra discussão que se encerrou tão rápido quanto começou. - Como estar Aether?

Hate is only born to protect love Onde histórias criam vida. Descubra agora