I know places | OC

09| Bad Blood

09| Bad Blood

''Now we got problems and I don't think we can solve 'em. You made a really deep cut and baby, now we got bad blood''

- ⸙͎-

- Acordem, crianças!

A voz rouca e impaciente de Scott invadiu meus ouvidos junto com o barulho alto da buzina. Não estava nada contente com a forma que fui acordada pelo mais velho, qual a necessidade de fazer esse escândalo? Abri meus olhos lentamente tentando ficar confortável com tamanha claridade. Ainda estávamos estiradas preguiçosamente no banco de trás da SUV, Amanda roncava com a boca aberta, os cabelos que anteriormente estavam perfeitamente alinhados em um rabo de cavalo agora se encontravam desgrenhados e soltos caindo pelos seus ombros. Scott nos encarava pelo retrovisor, parecia extremamente cansado. Amanda deu um pulo e abriu a porta colocando apenas a cabeça de fora, o barulho desagradável que saia de sua boca anunciava que todo aquele álcool ingerido não estava nada afim de ficar em seu estomago por muito tempo. Segurei os cabelos da loira enquanto Scott se limitou a fazer uma careta de nojo e esbravejar um "Isso é sério, Amanda?". Amanda vomitava suas tripas e coração, sua pele sempre tão dourada e viva estava pálida, esbranquiçada. Dei leves tapinhas inúteis em suas costas dizendo que tudo ficaria bem mesmo sabendo que não acarretaria efeito algum sob a menina. Scott que ainda permanecia imóvel com seu cotovelo apoiado na janela enquanto a mão repousava sobre seu rosto, decidiu que faria algo para ajudar a situação caótica, afinal eu também não estava sóbria. O homem dirigiu para outra vaga do lugar que agora reconheci ser um estacionamento subterrâneo. Desceu do carro driblando o líquido que Amanda havia expelido, pôs a filha sentada no banco e a tomou em seus braços.

- Fique aqui. Não saia do carro até que eu volte. Estamos entendidos? - Scott Turner ordenou e eu me limitei á assentir com a cabeça. Ele fechou a porta traseira e o observei caminhar em direção á um elevador com sua filha apagada em seus braços. Scott tinha mil e uns defeitos mas jamais poderia ser injusta e dizer que ele não era um bom pai. A Amanda havia feito um estrago naquele lugar, queria ser capaz de entender como um ser tão pequeno consegue ingerir tanto álcool. Tirei meus saltos e pulei para o banco da frente. Estava exausta e nem sabia mais se era dia ou noite mas sentia a adrenalina correndo nas minhas veias, liguei o som do carro de Scott e uma música desconhecida tocava em sua playlist, era diferente do que eu o imaginava ouvindo. Fechei meus olhos e afundei no banco, Scott estava demorando muito para voltar. Será que estava dando banho na Amanda antes de dar em mim?

Ri dos meus pensamentos idiotas, um homem como ele jamais desperdiçaria seu pedigree comigo, Scott era renomado e respeitado, bem, é o que todo mundo diz e sua postura parece concordar com tal boato. Ele já está em seus 40 enquanto eu ainda estou decidindo o que vou fazer com meu futuro. Obviamente não estou fantasiando igual essas adolescentes, não me imagino entrando no altar e tendo filho com eles, meus pensamentos caminham por uma estrada mais suja e tortuosa. Scott não faz parte dos meus planos de matrimonio e maternidade mas sim, os planos de diversão. O som do carro anunciou uma notificação no celular do homem e logo fui arrancada do meu estado de tédio. Não seria certo vasculhar o celular de alguém mas o qual seria a emoção da vida sem as coisas erradas?

Tateei o banco ao lado tentando encontrar algo mas não havia nada além de um livro e chicletes, abri o porta luvas e também não havia nada de interessante. Mas ao abrir o compartimentos de organização lá estava ele: o celular prateado de Scott Turner me aguardando.

Scott não é um dos melhores desenvolvendo senhas, não era nada mais e nada menos que a data de aniversário invertida da Amanda. A foto de bloqueio era ele dentro de uma piscina sorrindo com um óculos de sol preto, estava lindo naquela luz. Puxei sua barra de notificações e senti o sabor da inveja.