06 | The sweet escape
"Come help me out . I need to get me out of this joint. Counting on you to turn me around. Instead of clowning around, let's look for some common ground."
- ⸙͎-
Natalie entrou em seu apartamento e sentiu o vazio a engolir, estava mau acostumada com a presença constante de Amanda e se sentia sozinha por não ter mais ninguém com quem passar os dias. A amiga estava ocupada com as mil e uma tarefas da faculdade, fazendo novos amigos e descobrindo como viver. Liv estava sempre ocupada com o trabalho e a vida dupla de esposa e amante. Por mais que a amasse, não concordava com seus atos. Tinha traumas herdado0s pelas traições constantes de seu pai e sua mãe, não queria se tornar uma versão moderna de seus progenitores. Natalie não admitia mas era uma romântica, dizia não gostar de filmes clichês mas não dispensaria a oportunidade de vivenciar um roteiro de cinema.
Os dias se arrastavam lentamente e a mulher gastava seu tempo tentando reorganizar todas as pendências que havia deixado em aberto durante sua vida.Tomara a decisão de iniciar uma faculdade pois nunca é tarde demais para recomeçar. Tinha 25 anos, estabilidade financeira e determinação. Nada estava faltando. Exceto apoio, Natalie sentia falta de alguém a apoiando e esse sentimento de solidão se tornara constante à cada dia. Sentia a solitude a abraçar e esta era a única que não a largava.
Desde o dia que dormiu no quarto de Scott, Natalie sentiu que Amanda se afastara. Queria esperar o momento certo para aborda-la pois sabia que a menina ainda não estava lidando bem com o acontecido. A mais velha entendia o sentimento da amiga pois Amanda nunca dividiu seu pai e ver o homem ter zelo com outra mulher, mesmo que momentâneo, a assustava.
Natalie estava organizando seu closet que estivera bagunçado desde o inicio da mudança quando recebeu uma mensagem de Amanda a convidando para almoçar fora, havia chegado a pouco da faculdade e não estava animada para cozinhar. Segundo a menina, cozinhar é uma arte e deve ser feita com prazer. Natalie aceitara o convite um pouco receosa pois sabia que o enorme elefante branco na sala se manifestaria em algum momento durante o encontro. Amanda não é o tipo de pessoa que guarda seus pensamentos para si, ela organiza e então os expõe com cautela. Natalie não estava feliz com a situação pois não tomara decisões naquele dia, estivera desacordada durante a guerra fria entre os Turner. Era apenas mais uma vítima das constantes brigas entre pai e filha.
As duas combinaram em se encontrar na frente do prédio e pegar um táxi, o caminho fora silencioso e o único barulho audível era a respiração pesada do motorista e as batidas de seus dedos no volante em síncrona com a melodia da canção no rádio. Natalie encarava os tímidos respingos de chuva que molhavam o vidro do táxi amarelo. A paisagem desaparecia em segundos a impedindo de observar atentamente a beleza à seu redor.
Em pouco tempo chegaram à um restaurante no centro da cidade. Natalie vestia calça jeans, blusa branca e uma jaqueta. As botas pretas em seus pés a deixavam um pouco mais alta e estava satisfeita com a sensação momentânea. Amanda usava um vestido preto e tênis, não estava muito afim de se produzir para encontrar com a melhor amiga. Havia entregado a posse do cargo de "melhor amiga" para Natalie pouco antes do desconforto ser instalado. A menina estava feliz em finalmente ter encontrado alguém compatível para ocupar tal importância em sua vida, desde sua adolescência estivera em alerta com todas as pessoas que tentavam se aproximar mas Natalie quebrou seu campo de força quando demonstrou não saber da existência do pai famoso da amiga. E a menina se sentiu pronta para deixar que finalmente alguém novo entrasse em sua vida.
- Nat, sei que a última semana foi um tanto esquisita mas eu só quero que saiba que eu não estou brava com o fatídico dia que você dormiu no quarto do meu pai. - Amanda falou dramaticamente enquanto colocava o guardanapo em seu colo. Já haviam feito os pedidos e bebericavam uma garrafa de vinho.
- Então por que desapareceu? - Natalie perguntou e levou a taça de vinho à sua boca.
- Você sabe como é complicado minha situação com meu pai, Nat.
- Na verdade não sei. Até pouco tempo nem sabia que ele era famoso. Você não fala muito sobre ele então estou pisando em ovos.- Natalie rebateu arqueado uma de suas sobrancelhas. Estava um pouco decepcionada com o posicionamento infantil da amiga mas tentava por na balança que a menina tinha apenas 20 anos, apesar de ser uma diferença pequena, Natalie havia experiências que até mesmo pessoas mais velhas não vivenciaram. Cada vez que voava, conhecia alguém novo e que compartilhava um pouco de seu conhecimento com a mulher. Moldou seu caráter baseado em seus aprendizados e não no que fora herdado de sua família.
- Você sabe que eu sou receosa com tudo que envolva o meu pai, Nat! - Amanda estava apreensiva pois sabia que um deslize poderia estragar mais um relacionamento. - Eu tive medo de você ser mais uma aproveitadora me usando para ganhar atenção dele. Quando o vi tendo cuidado com você, meu alerta soou. - Respondeu a menina.
- Amanda, a única coisa que sei é que dormi na sala e acordei no quarto. Notei que tinha algo de errado quando você não apareceu no meu apartamento no dia seguinte ou sequer respondeu minhas mensagens.
VOCÊ ESTÁ LENDO
I know places | OC
RomansaNatalie Sun é uma comissária de vôo que decide largar sua vida em Dubai para realizar o sonho de morar em Nova Iorque. Entrou no avião sem planos para o futuro mas não sabia que o destino já havia traçado sua história, encontraria todas as formas de...