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— Deve haver algo mais que você possa fazer!

O curador idoso se recostou na cadeira e olhou para Draco do outro lado da mesa. — Sinto muito — disse ele gentilmente. — Eu sei que é muito difícil. Eu sei que você está passando por isso há anos. Mas quando as coisas chegam a este ponto, não há nada que possamos fazer. Batimentos cardíacos param.

Draco sentou-se rigidamente na ponta da cadeira. — Eu posso doar. Eu tenho dinheiro. Eu tenho um monte de...

— Sr. Malfoy. Você poderia nos dar todas as moedas em seus cofres e nós ainda não poderíamos ajudar. No exame de doze semanas de sua esposa, o batimento cardíaco estava indetectável. Estamos agora com quatorze semanas, e ele não voltou. Sinto muito. Mas esta gravidez é inviável. A Sra. Malfoy já agendou o procedimento.

Draco olhou para a superfície polida da mesa, o mata-borrão de couro vermelho colocado precisamente no centro dela. Ele manteve os olhos nele, não se permitindo olhar para a expressão simpática que ele sabia que o Curandeiro estava lhe dando. Todos usavam a mesma cara. Uma ligeira inclinação da cabeça, um ligeiro abaixamento dos cílios. Ele estava cansado de ver isso.

Ele apertou os lábios, inalou lentamente e se levantou. — Vou registrar uma queixa no conselho. A pura incompetência da equipe aqui é uma vergonha. Espere um pedido para que os registros de minha esposa sejam transferidos para um curandeiro particular.

— Se esse é o seu desejo — O curandeiro o observava, dedos entrelaçados. — Você foi testado, Sr. Malfoy?

Draco parou na porta, a mão na maçaneta de bronze. — Ela pode engravidar —, disse ele. — A questão é ficar grávida. Isso não tem nada a ver comigo.

Ele olhou por cima do ombro, a garganta apertando, um pensamento de repente o atingiu. Ele nunca considerou que ele poderia ser o problema. — Certo?

— Pode haver... anormalidades. — O curandeiro foi até um arquivo e retirou vários panfletos de cores vivas. Ele os estendeu para Draco. — Considere isso. Pode haver muitas razões pelas quais seu esperma pode estar afetando as gestações. Trauma em sua juventude, por exemplo. Lesões nos testículos. Problemas genéticos, talvez. Ou exposição a longo prazo à magia negra poderia...

— Obrigado, — Draco disse bruscamente. Ele pegou os panfletos do Curandeiro e fechou a porta atrás dele.

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Draco inclinou o copo para frente e para trás, observando a fina película de uísque deslizar pelo fundo. Ele tateou em busca da garrafa ao lado dele, então olhou turva para a mesa vazia. Ele levantou a cabeça quando alguém entrou na frente dele. — Clube privado. Potter. Não é bem-vindo.

— O mordomo me ligou. Disse que você está bebendo há cinco horas.

— E?

—Aparentemente, eles não dão a mínima para a quantidade de álcool que você bebe, mas você foi ouvido usando, e cito, 'linguagem pouco cavalheiresca'.

— Não sabia que ele falava francês, — Draco murmurou.

— O nome dele é Jean-Michel. Meio óbvio. — Harry estendeu as duas mãos para ele. — Vamos, vamos lá. Eu vou te levar para casa. Hermione provavelmente está preocupada.

Draco sugou o resto do uísque de seu copo e o deixou cair no tapete. — No hospital. Pegando ela — Ele riu amargamente, gesticulando para seu estômago. — Limpar. Esvaziá-lo. De novo. De novo.

O rosto de Harry caiu. — Merda. Malfoy, eu sou- Isso é o que, o quinto?

— Sexto. Seis abortos. Eu pensei, quando nos casamos. Você sabe. O plano. Casar, formar uma família. Ser pai dentro de um ano, e — Ele balançou enquanto se levantava e Harry o segurou pelos ombros. Draco olhou para ele. — Ouvi dizer que sua esposa acabou de... Bebês em todos os lugares. Sem confusão. Colocar um no forno? — Ele bateu palmas. — Nove meses depois, um pãozinho. 'parabéns e huzzah'.

— Malfoy. Vamos lá. Você está bêbado. Eu não o culpo. Mas você não deveria estar em público desse jeito. Se você quiser ficar bêbado, eu vou te levar de volta para a Mansão e você pode esvaziar os vinhos do porão.

Draco deu um passo e a sala girou. Harry tinha um braço em volta dele no segundo seguinte. — Fique firme, Draco.

— Não é justo, Potter. Blaise e Tori tiveram o terceiro filho. Você tem dois. Weasel e-e-e qualquer que seja o nome dela. Giggly. Eles têm dois. — Ele se agarrou ao colarinho de Harry, seu rosto se contorcendo. — Por que não podemos? Apenas um. Apenas um. Isso é tudo o que queremos. Um filho. Faça de nós uma família.

Harry gentilmente soltou os dedos de Draco. — Vai acontecer. Eventualmente.

Draco bufou. — Não devia contar mentiras.

— Não é mentira. — Ele ajustou seu aperto em Draco e o levou até a lareira. — É uma esperança.

Her Desperate Cure | DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora