Her Desperate Cure | Dramione

3

Draco colocou uma xícara de chá fresca no cotovelo de Hermione e acariciou seus cabelos, tentando não notar como os cachos ásperos ficaram presos em seus dedos ou o pente manchado preso ao acaso em sua têmpora. — Isso não é necessário —, disse ele. — Eu te disse, se acontecer, acontece. Mas isso...

Ele olhou para as pilhas de livros espalhados sobre a mesa, nas cadeiras e no sofá, sobre cada superfície plana no escritório e empilhados no chão. Ele pegou o resto de uma flor prensada, uma que ele deu a ela durante o namoro. Desmoronou em sua mão.

Draco limpou os pedaços de sua palma e escondeu um suspiro. — Isso não é saudável, Hermione.

Ela enfiou uma pena quebrada no livro que estava lendo e o fechou. — Tem que haver alguma coisa —, disse ela. — Existem centenas, talvez milhares de livros sobre fertilidade e concepção, e um deles pode ter...

Ela respirou trêmula. — Um deles terá uma resposta.

Draco segurou sua bochecha e gentilmente virou sua cadeira para olhar em seus olhos, sua respiração travando nas olheiras sob eles. — Hermione. Seja realista. Você não vai encontrar nada. Você está tentando há muito tempo.

— Tem que haver. — Ela passou a mão pelos livros. — Tem que haver uma resposta.

— Fizemos tudo o que podíamos. Fomos a todos os consultores, fizemos todos os testes. Conhecemos os resultados. A guerra, ela... As coisas que vivemos, Hermione. As coisas que sofremos. Nós dois fomos afetados. — Eles revisaram os resultados dos testes dezenas de vezes. A tortura que ela recebeu, a magia negra marcada nele... Eles foram danificados. Ambos foram danificados. — Separadamente, não é uma preocupação tão grande, mas juntos... Você conhece nossas chances tão bem quanto eu. Não há resposta para isso.

Hermione balançou a cabeça. — Eu não aceito isso. Talvez isso signifique que as coisas serão mais difíceis, mas não significa que seja impossível. Eu posso engravidar. Já consegui isso várias vezes! Tantas vezes. Nós só temos que descobrir como passar do primeiro trimestre.

Draco segurou o rosto dela com as duas mãos e se inclinou para beijar sua testa. — Eu estive pensando, — ele sussurrou em seu cabelo, odiando-se pelo que estava prestes a dizer, mas sabendo que precisava dizer. Todas as suas tentativas, todas as suas perdas. Eles teriam que enfrentar a realidade em algum momento. — Talvez... talvez com nossas chances. Elas são tão pequenas. Talvez seja hora de pararmos de tentar.

— O que?! — Hermione recuou, olhando para ele com os olhos arregalados e brilhantes. — Você... Você não quer filhos agora?

— Não. Não. Hermione, não foi isso que eu disse. Eu quero filhos. Você sabe que eu quero, você sabe o quanto eu quero. Mas, sim. Talvez? Eu às vezes acho que devemos parar de tentar. É que... — Ele suspirou e abaixou um joelho para olhar em seu rosto. — Cada vez que você engravida, você aguenta um pouco mais. E isso... enquanto isso é uma melhora, a cada vez, é mais difícil para você. Exige mais de você. Isso te coloca no hospital por mais tempo.

Sua garganta apertou. — Perdemos oito. Oito gestações desde que nos casamos. E nenhuma delas passou das quinze semanas.

— Mas eu estou segurando eles por mais tempo. Eu estou, Draco. Vale a pena. — Ela abaixou a cabeça, brincando com seu anel de casamento, girando facilmente o anel de ouro em torno de seu dedo fino. — Vale a pena para mim.

Draco colocou sua mão sobre a dela. — Não vale para mim. Não se eu perder você no processo. Você sangrou tanto da última vez que precisou de duas transfusões de sangue. Você poderia ter morrido.

— Eu não morri. Eu não vou. Eu vou descobrir isso. — Ela apertou a mão dele e se inclinou para beijar sua bochecha. — Nós vamos conseguir o que queremos. Nós vamos ter um filho. Eu vou ver você segurando nosso bebê. Agora deixe-me voltar aos meus estudos. Eu quero terminar este livro antes de dormir.