Capítulo Onze.
Tough girl, I'm in pain
It's lonely at the dark
Black outs and airplanes
I still pour you a glass of champagne
A tough girl
Whose soul aches
Sia – Big Girls CryUm par de braços, que eu já considerava de certa forma familiar, abraçou-me por trás, impedindo-me assim de continuar a remexer-me violentamente. A visão diante dos meus olhos, ou a ilusão, ainda me assombrava e apesar de já não se encontrar ninguém ali à exceção de Lexi que me olhava agora, eu sentia o pânico a apoderar-se de mim a cada segundo que passava. Ela agarrou os meus braços com a maior força que possuía, olhou-me nos olhos e tentou acalmar-me.
- Charlotte, ninguém te vai matar, não está aqui ninguém! Só tu e eu, nós estamos sozinhas.
Os meus pulsos começavam a latejar devido à força com que ela os agarrava, no entanto, o meu corpo começava a ceder às suas palavras tranquilizadoras, enquanto o meu cérebro processava a informação nova. Eu estava segura, entre amigos, família para ser mais concreta. E demorou alguns minutos, eu tinha a completa noção disso, mas Lexi ainda estava debruçada sobre mim a segurar os meus pulsos contra o asfalto frio, acima da minha cabeça enquanto me tentava sossegar, garantindo que ninguém se encontrava ali.
Quando consegui erguer a cabeça por ligeiros centímetros, apercebi-me que as luzes das casas vizinhas começavam a acender-se. As pessoas saíam cá para fora, vestidas com pijamas e robes, apenas para se depararem com duas raparigas no meio da rua. Os olhares eram reprovadores; Talvez eles pensassem que eu fosse louca. E não o era? Desde o desaparecimento dele que tudo mudou, eu mudei e não foi para melhor.
Lexi assentiu com a cabeça, um gesto que interpretei como se eu estivesse pronta para ir para casa. Eu repeti-o, e ela parou de segurar os meus pulsos de vez. Por sua vez, estendeu ambas as mãos e ajudou-me a erguer do chão, enquanto o meu olhar, que começava a encher-se de lágrimas de vergonha e frustração, se encontrou com o seu penoso. Lexi sentia pena de mim porque ela entendia que me estava a autodestruir, todos os dias um pouco mais.
Apercebi-me que a porta da casa que no fundo também sentia que me pertencia se abriu, revelando Scarlet e Harry com o pequeno Ryan ao colo. Ambos se encaminharam na minha direção, porém Harry estacou no portão da entrada. Scarlet, por sua vez, aproximou-se de mim e afastou alguns cabelos do meu rosto, enquanto eu sentia a vontade completa de descambar nos seus braços e chorar como se não chegasse ao dia seguinte para o fazer. Lexi soltou os meus braços, afastou-se ligeiramente e observou a forma como Scarlet me envolveu num abraço apertado. Eu cerrei os olhos e o Mundo à minha volta desapareceu.
Arranjando uma forma muito desajeitada de me conseguir levar para dentro, Scarlet e Lexi conseguiram amparar-me, enquanto caminhávamos em direção à casa. Eu queria apenas fechar-me no quarto de Zayn, vestir um dos seus casacos, e deitar-me na sua cama, relembrando todos os seus toques, beijos, carinhos. Tudo o que eu não podia ter agora por ele estar longe de mim.
Harry não tinha entrado connosco; Ele tinha levado Ryan consigo e segundo Lexi, ele tinha ido falar com alguns vizinhos, talvez para se desculpar pelo meu ataque súbito. Nada me fazia sentir mais envergonhada, nada me fazia querer voltar para York e fingir que a minha existência já não era mais necessária. Scarlet não parou na sala de estar, com a ajuda de Lexi, subimos as escadas em direção ao quarto que me foi atribuído assim que cheguei, no entanto ambas pararam muito pouco depois de termos passado pelo quarto de Zayn e acabaram por virar de direção, adentrando assim pelo quarto dele. E eu senti-me segura de novo. Esta era a minha zona de conforto, tudo o que eu precisava de momento para me sentir bem comigo própria, com as roupas dele, o cheiro imaginário, a sua figura deitada naquela cama, completamente imaginada por mim. E eu tinha a noção disso agora, que esta tristeza que se apoderou de mim, este buraco negro que sugava toda a minha felicidade, estava a atirar de volta todos os momentos que partilháramos juntos, pois apesar de ele ser o meu ser mais precioso, era também o que me magoava mais. Irónico como a pessoa que nos causava mais dor, era também a única que nos podia salvar ao final do dia.
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BEAUTIFUL NIGHTMARE - LIVRO 2 ✓
Fanfiction( SEQUELA / CONTINUAÇÃO SWEET DREAMS ) Passaram-se sete meses desdes os acontecimentos que atormentaram Charlotte. Ela a sua tia Lyn, mudam-se para York, esperando poderem recomeçarem as suas vidas, no entanto Charlotte não está nada bem com o desa...