Capítulo 16.
Silent voices to a distant crowd
I'm still singing but there's no one around
I keep screaming 'til by lungs run out
But no one listens, no more words coming outDotan - Numb
O silêncio que rodeava este local era sombrio – aprendi a apreciar esses momentos de solidão, não me sentido completamente abandonado mas aceitando as sombras que insistiam em assombram-me. Haviam das em que achava que as havia merecido, depois de tudo o que aconteceu, depois de tudo o que eu fiz, não seria este castigo demasiado leve? Eu sabia que merecia pior – muito pior que isto. Sempre que os via a regressar, a necessidade de conter o riso que borbulhava na minha garganta tornava-se cada vez mis complicado. Eles pensavam que me conseguiriam quebrar e como falharam, vezes atrás de vezes, desistiram com o tempo. Não sem me exilar com umas cicatrizes novas aqui e ali, mas alguém me havia dito que elas eram lindas. Que me faziam quem eu era hoje.
Um monstro.
Aprendi lidar com a demonstração dos meus sentimentos de todas as vezes que diziam aquele nome, talvez passando a impressão errada, uma que demonstrava que eu não queria saber. Era tudo mentira – os pesadelos que me assombravam também continham imagens de tortura, dor, sangue, o meu nome a ser chamado... e enquanto eu corria, o chão por debaixo dos meus pés apenas se repetia, nunca me permitindo que chegasse ao seu lado e lhe garantisse que tudo ia correr bem. Na minha mente eu segurava na sua cabeça enquanto afagava os seus cabelos, o seu corpo no chão enquanto sangue corria pelos cantos dos seus lábios. Um sorriso fraco seria oferecido, um olhar de tristeza por saber o seu destino, até que a sua voz me diria que tudo iria ficar bem.
Morte era o que seguia. Um vulto aparecia das sombras que cobriam a noite com a escuridão, a mesma onde aprendi a encontrar conforto, os olhos da criatura a brilharem com uma mistura de dourado e laranja quase comparado a um fogo incessante, libertando um riso maquiavélico.
O vulto desaparecia quase rapidamente como surgia, mas não sem primeiro me causar dor. Obrigando-me a recordar todos os momentos em que decidi abandonar o que seria doloroso para ela, tudo o que eu fazia era, tinha quase certeza disso, mas tudo mudou e eu não era a mesma pessoa. Sabia que iria ser castigado, que isto nunca poderia desenvolver e no entanto, aqui estava eu. A milhas de distância, possivelmente esquecido, acreditado morto. Não seria melhor que todos seguissem em frente dessa forma? Acreditarem que o destino se encarregou de me fazer pagar por todos os atos que cometi, por todas as vezes que as minhas mãos se encontravam cobertas de sangue, por todas as mortes que carregava nos meus ombros. A promessa de uma vida melhor, de felicidade, não passava tudo de uma ilusão temporária que quis acreditar ser possível. Pessoas como eu não tinham direito a um final feliz, apenas um destino que era inevitável e mesmo por saber isso, é que me odiava por arrastar alguém inocente para o meio desta confusão que chamava de vida.
Despertando dos pensamentos sombrios que tomavam possessão da minha mente, senti a presença atrás de mim e antes de dizer algo permiti que ele entrasse, sentando-se atrás de mim.
- Conseguiste dormir? – Mais uma vez senti a indignação a apoderar-se de mim, a falsa preocupação de alguém que realmente não queria saber, apenas para a sua própria diversão vir brincar com o fogo. – Tens um dia longo hoje.
- Como se tu quisesses saber disso. – A minha voz soou com mais veneno do que realmente pretendia.
- Sabes que a tua raiva está a ser depositada na pessoa errada. – Ele continuou e consegui ouvir os seus passos, meros segundos depois vendo a sua figura sentando-se à minha frente. Cruzando os braços em frente do banco em que ele se sentara, o homem loiro aprontou-se em aproximar-se, mas considerou quando libertei um grunhido. – Eles não te estão a dar nem um momento para respirares.
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BEAUTIFUL NIGHTMARE - LIVRO 2 ✓
Fanfiction( SEQUELA / CONTINUAÇÃO SWEET DREAMS ) Passaram-se sete meses desdes os acontecimentos que atormentaram Charlotte. Ela a sua tia Lyn, mudam-se para York, esperando poderem recomeçarem as suas vidas, no entanto Charlotte não está nada bem com o desa...