O MILAGRE (ERERI - RIREN + OMEGAVERSE)

Capítulo V.

— Bom dia, meu amor. — Carla disse animada ao ver Eren abrir a porta da conveniência que dava acesso diretamente para sua casa, vendo o filho já arrumado. — Você tá tão lindo e cheiroso! Tá ansioso?

— Bom dia, mãe. — Eren foi até a ômega e deixou um beijo no topo dos cabelos castanhos. Logo, parou próximo ao balcão, se olhou no reflexo de um enorme espelho que havia ali e ajeitou os dois grampos pretos que estavam em sua franja. — Obrigado. Um pouquinho, nunca fui para Trost antes.

Carla soltou um riso ao ver a animação do filho e o quão preocupado ele estava com a aparência.

— Acho que a ansiedade vai além da sensação de conhecer um novo lugar.

— Como assim?

— Bom, você está indo para outra cidade com Levi. É como se fosse um encontro. — Ela pontuou, fazendo Eren ficar vermelho.

— Não é um encontro. Só vou porque coincidiu dele ter que ir lá para pegar algo para Hanji e provavelmente queria uma companhia. Somente isso. — Ele justificou, dando de ombros. — Você vai ficar bem aqui sozinha?

— Claro que vou! Sua mãe aqui não tem sangue de barata não. Pode ir e se divertir. Faz quanto tempo que você não sai? Ou melhor, faz quanto tempo que você não sai com alguém? Com um alfa bonito daqueles então? — Ela se abanou.

Eren revirou os olhos, desistindo de toda aquela conversa. Sua mãe era cabeça dura e sabia que aquela ideia não iria sair tão cedo da mente dela; porém, se pegou nervoso ao pensar que aquilo poderia, sim, ser um encontro.

Poderia, não poderia?

Seus sonhos vieram à tona, perturbando sua mente e bagunçando seus pensamentos. Os abraços, beijos, conversas íntimas... Tudo parecia tão real de alguma forma, mesmo que soubesse que tudo era apenas um sonho.

Mas por que então sonhava com Levi? Por que, depois de anos, o encontrou em uma cidadezinha pequena do interior? Qual a probabilidade disso acontecer? Qual o significado daqueles sonhos? Por que pareciam que eram tão próximos daquela forma?

Essas dúvidas rondavam sua cabeça sempre que se pegava pensando nisso. Era confuso de alguma forma pensar que, talvez em algum outro lugar, eles ficavam juntos. Não tinha ideia do que poderia ser aquilo, mas alguma coisa remexia dentro de si de uma forma incrivelmente gostosa e nova.

Sua atenção foi chamada ao ouvir o barulho da porta automática e o cumprimento veio logo após.

— Bom dia, gente. — Era Historia e trazia consigo um pequeno buquê em mãos e um livro pequeno em outra.

— Bom dia! — Os dois responderam juntos, sorrindo.

Historia era a dona da única floricultura da cidade e uma beta casada com Armin. Animada e amorosa como era, conquistou a família Jaeger logo na primeira semana e ia regularmente aos sábados levar um arranjo floral para ser colocado em cima do pequeno balcão da conveniência.

— Tudo bem, Carla, Eren? — Ela sorriu doce. — Aqui está meu neném semanal. Dessa vez são orquídeas. — Ela estendeu o buquê e Carla o pegou com um sorriso grande nos lábios.

— Ele é lindo! Muito obrigada, Historia.

— Não precisa agradecer, dona Carla. Aliás, cadê o pequeno Zeke?

— Dormindo. Aos fins de semana deixamos ele dormir bastante. — Carla apontou para a porta e Historia deu um risinho, olhando para Eren.

— Ah, eu trouxe uma coisinha para você! — Ela estendeu o livro para ele. — Esses dias te vi lendo "Diário de uma Paixão" e pensei que você gostasse de ler coisas do tipo. São os contos e lendas que cercam nossa região, acho que você pode gostar.