Arco I - Parte III - Reconstrução

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Tudo o que as pessoas ali presentes puderam ver foram as lágrimas sendo derramadas através do rosto ainda abaixado de Kazuto enquanto ele tentava segurar o choro, numa fração de segundos depois o garoto que estava ao lado do que fez a pergunta sendo aproximadamente 4 anos mais velho que o mesmo deu um cascudo no menino — Idiota! Ainda não é hora pra essas perguntas — disse em tom de repreensão.

As funcionárias interferiram dizendo que Kazuto passou por dias difíceis e portanto precisava descansar, o menino que fez a pergunta pediu desculpas e abaixou a cabeça, Kazuto ainda chorando apenas assentiu e então as funcionárias resolveram reunir todos para um lanche mas Kazuto disse que estava sem fome e então foi deitar-se, demorou um pouco mas após algum tempo acabou caindo no sono.

No dia seguinte o garoto acordou espantado com todo o movimento que estava tendo, e a causa era que as crianças estavam se arrumando para ir à escola, passos apressados indo de um lado pro outro somados com as diversas vozes que se misturavam no ar e ecoavam pela casa faziam parecer que o lugar havia se transformado numa escola de samba muito desorganizada.

Kazuto com os olhos arregalados e a boca semiaberta apenas olhava para os lados tentando entender as diversas informações que seu cérebro recebia, vendo os meninos brigando para ver quem iria usar o banheiro e as meninas acusando umas às outras de terem pego algum acessório qualquer, o garoto apenas soltou uma leve risada que não passou despercebida pelas outras crianças, então por um breve momento todos pararam o que estavam fazendo — Bom dia Kazuto!disseram em bom tom.

O garoto apenas devolveu o cumprimento já vendo todos retornarem para a bagunça de antes. Ainda levaria uma semana para que Kazuto voltasse a estudar e apesar da semana de aula seguinte ser última do ano Saori achou importante que o garoto fosse, além de conhecer sua nova escola ele também poderia ficar mais próximo das outras crianças do orfanato.

Após algum tempo que as crianças do orfanato haviam saído, Kazuto se encontrava deitado no sofá enquanto pensava como seria passar os dias seguintes naquela casa enorme sem fazer nada.

Então lembrou-se das palavras gentis e encorajadoras que recebeu dos pais de Eugeo, ele estava cansado de ser inútil, de ser aquele garoto que só brincava e assistia televisão, portanto resolveu perguntar para as funcionárias se não poderia observá-las afim de aprender mais sobre a rotina e os trabalhos que ali eram desempenhados, elas ficaram felizes com a atitude e permitiram.

Os dias seguintes prosseguiram dessa forma, Kazuto acordava um pouco mais tarde que os outros e tomava café sem pressa, o que deixava quase todas as outras crianças com uma leve inveja mesmo que o garoto já tenha explicado que seria assim só naquela semana.

Após tomar café e descansar um pouco ele ia observar as funcionárias realizarem seus trabalhos, limpeza em suas várias formas, preparação de refeições, organização e etc. sempre anotando tudo, à tarde enquanto todos faziam tarefa ele se juntava com alguma criança de sua idade e observava os conteúdos, mesmo que fosse ir para a escola apenas na última semana ele queria entender o que estava sendo passado.

No restante do tempo ele ficava no sofá lendo alguma coisa ou apenas pensando, não sentia ânimo para juntar-se às outras crianças em suas brincadeiras ou conversas ainda que fosse chamado, também evitava os momentos onde deveria ir rezar com todos, dizia que Deus havia o abandonado e portanto não tinha intenção de criar um vínculo com ele, e essa rotina permaneceu durante toda aquela semana.

Chegando no sábado Kazuto pediu para ajudar nos afazeres mesmo não tendo a idade mínima, afinal ele tinha anotado tanta coisa e gostaria de pôr em prática, acabou errando algumas coisas pela falta de experiência, depois de receber conselhos das funcionárias e as tarefas serem concluídas o garoto foi rever o que havia anotado, e foi assim que sem querer ele entendeu o processo lógico simples de aprendizado em 4 Fases:

Kirisuna - Um amor para se conquistarOnde histórias criam vida. Descubra agora