CAPÍTULO VII: A LOUCURA E A GRANDEZA

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"Se você tivesse uma chance ou uma oportunidadePara ter tudo o que você quisesse, um momentoVocê pegaria ou deixaria escapar?" — Lose Yourself  (Eminem)

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"Se você tivesse uma chance
ou uma oportunidade
Para ter tudo o que você quisesse,
um momento
Você pegaria ou deixaria escapar?" — Lose Yourself  (Eminem)

Quatros anos antes

Eram quase seis da tarde, o sol descia rapidamente, quase desaparecendo no horizonte de árvores. A floresta escura, em tons de musgo, e com os pinheiros altos mostrava como estávamos, mesmo, no meio do nada, como aquela cidade era isolada do mundo. Cada vez que o sol desaparecia mais, o abismo em mim crescia, e a floresta ficava mais escura, meu coração disparava a galope, minhas mãos suavam, e todo meu corpo tremia.

Eu vivia assim: entre a certeza de que morreria em um instante diante da realidade perversa que me cercava. Se não fosse fisicamente, emocionalmente eu estaria fadado à desgraça. Hanna ainda não tinha aparecido, falei para ela chegar às cinco horas para não ter chances de Jaime me achar, mas aquela maldita mulher não aparecia.

Já tinha perdido a conta de quantas vezes olhei pela janela do meu quarto para ver se Hanna tinha parado o carro branco na rua. Era como se meus olhos se virassem automaticamente na direção da janela, minha nuca e pescoço doendo já por conta da inclinação, mas eu encarava sem parar, isso quando não andava de um lado para o outro, criando círculos particulares de ansiedade e nervosismo.

Se Jaime conseguisse me encontrar hoje, eu estaria fodido. Queria e aproveitava o dinheiro daquela carnificina que eu sabia muito bem que acontecia, mas não pensava muito nisso. Às vezes fantasiava que papai era somente um magnata do petróleo, tudo seria tão mais fácil. Mas o que Jaime vendia não era encontrado no fundo do oceano, apesar de conseguir fazer algumas pessoas pararem lá.

Liguei para Hanna pela terceira vez, caiu na caixa postal de novo. Irritado, eu abri o aplicativo e mandei mais um áudio, talvez o décimo entre a fileira de tantos outros com o mesmo conteúdo de sempre, aquele que eu dizia sem pensar:

— Oh sua filha da puta! Cadê você, caralho?! Não falei para chegar às cinco horas?! Vai me deixar esperando até que Jaime apareça e me leve com ele para alguma merda?! Vem logo! — Mandei ofegante pelo grito, pelo meu coração acelerado e pela minha vida, e aquele momento que era a corda bamba mais estreita que eu tinha andado até o momento.

Aquela maldita mulher ia mesmo me deixar nas mãos do Jaime e foda-se, o Starboy que se vire, o que eu tenho haver com isso? Ela deveria pensar. Eu tinha dinheiro, sabia exatamente onde meu pai guardava tanto os dólares quanto os euros naquela casa. Mas eu não tinha um carro para ir para longe, tinham os cinco carros de Jaime, mas as chaves... o filho da puta guardava no cofre.

Quem guarda armas e chaves em um cofre e dinheiro não? A porra de um Don que não precisa se preocupar se o dinheiro vivo sumir, já que tinha milhões em sua conta bancária no exterior. Seus bens materiais, por outro lado, não podiam ficar em um banco.

Starboy [+18] || degustaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora