CAPÍTULO VI: CARRIE, A ESTRANHA

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"Eu não quero saber todos os seus segredos porque eu vou contar

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"Eu não quero saber todos os seus segredos porque eu vou contar

Já é difícil suficiente ficar sozinho comigo mesmo

Eu não sei quanto tempo vou aguentar

Eu sei que você tentou o seu melhor, eu sei que você tinha boas intenções

Mas você me empurrou até o limite e eu escorreguei e caí

Eu não sei quanto tempo vou aguentar". — Like A Villain (Bad Omens)

Atualmente

Sentia a dor repercutir por todo o meu corpo, a visão do meu cabelo cortado de qualquer forma, o álcool ainda percorrendo meu corpo, mas o cheiro de podridão daquele novo balde era muito maior. Starboy somente fumava seu cigarro e me encarava, nunca consegui traduzir seus olhares, agora não seria diferente. Ergui a cabeça o máximo que podia, não me deixaria abalar mais por conta de um cabelo.

— Cabelo cresce — falei cuspindo as palavras de ódio, fechei a cara, não ficaria mais vulnerável como antes.

Se ele quisesse destruir o que restou de mim, deveria fazer algo muito pior. O monstro deu de ombros, ainda de pé e perto de mim, soltou a faca no chão e a ouvir sibilar, suspirei, tentei ao máximo esconder o efeito que ele tem sobre mim, mas acho que não estava sendo eficaz porque o diabo sorria para mim com o cigarro nos lábios soltando a fumaça.

— Mas dedos não... — me contorci de novo tentando me soltar, os filetes escarlates ficando cada vez mais grossos em meus braços, escorrendo e indo até minhas axilas expostas e pingando no chão sujo — a língua também não, e você fala demais para o meu gosto — segurou o cigarro entre os dedos, parei de me mexer quando ele aproximou a bituca de mim, meu corpo inteiro tremendo, mais de raiva do que de qualquer outra coisa — como é ser queimada, Katherine? Você se lembra da sensação? Tem saudade? — balançava a chama perto demais do meu rosto, sentia até o calor, em menos de um centímetro eu queimaria.

— Eu poderia até sentir saudade disso, mas nunca de você — grunhi travando a mandíbula, ele riu baixo, afastou a bituca e a jogou longe naquele cômodo pequeno, senti cada terminação nervosa minha relaxar com essa visão. Starboy andou em círculos, pensativo, e, por fim, foi até o balde maior com o líquido escuro e vermelho com o pior cheiro de todos. Após conhecer Torrio um ano atrás, infelizmente, fiquei familiarizada com o maldito cheiro que exalava do balde grande e de metal.

— Gosta de Stephen King? — ele falou rindo, mas não respondi — porque, agora, você vai fazer um cosplay de uma das minhas personagens favoritas dele — abri a boca para falar, mas a fechei imediatamente na hora que vi ele virando o balde com as duas mãos e jogando tudo em minha direção.

Fechei os olhos com força, senti o impacto, cada canto do meu corpo dolorido com os hematomas deste e do outro banho. Esse líquido era mais substancial, ele era pesado, fazendo minha cabeça curvar ainda mais para frente, meu corpo pedindo ainda mais o chão com a gravidade, meus pulsos e tornozelos pulsando com o peso que aumentou.

Starboy [+18] || degustaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora