Louise - Momento da Caverna
Adentrei naquela caverna sem mais delongas. Não reparei muito se havia outros detalhes ao redor, então qualquer outra coisa importante eu acabei deixando passar. Isso pois uma coisa chamou mais a minha atenção: Logo à frente da porta de pedra, havia um sarcófago de pedra destampado. Este parecia ser a única coisa que milagrosamente não estava tão empoeirada, permitindo que sua cor de obsidiana pudesse ser vista.
Me aproximei mais, iluminando o sarcófago e seu interior. Dentro dele, havia uma mulher. Sua pele era pálida acinzentada e seca, e seus cabelos cor de fogo pareciam ralos demais.
Morta, aquilo era um cadáver, que talvez tenha sido colocado ali por algum invasor, visto que o estado do corpo estava extremamente conservado, como se a morte fosse recente. Além disso, não havia nenhum fator de conservação naquele ambiente. Mas algo havia brilhado contra a luz da lanterna. Ao dirigir a lanterna em direção ao brilho, este foi identificado como uma pedra de azul marinho, formato circular. Ao seu redor, havia várias escrituras de símbolos de palavras antigas, cravadas na parede. Ao me dar conta, havia vários desses símbolos e escrituras ao redor de todo o compartimento. Será que aquilo representava uma nova civilização antiga? Um símbolo cultural? Independente, aquela caverna era um tesouro histórico e cultural. Aquela força que estava sentindo, provavelmente curiosidade, me levou a este lugar magnífico.
Meus pensamentos foram interrompidos quando eu comecei a ouvir uma voz conhecida vinda da porta, citando palavras as quais eu não entendia e nem identificava a língua. Quando olhei, era Dandara que estava citando-as, enquanto seus olhos percorriam pela escritura principal na parede em frente à saída. A garota estava lendo as escrituras. Seria algo muito interessante se a terra não começasse a tremer logo depois, e se a caverna não desse sérios sinais de que iria desabar a qualquer momento. Antes de olhar para a minha amiga, olhei de relance para o cadáver dentro da tumba, e eu podia jurar a minha vida que o rosto da mulher estava rejuvenescido, e seus olhos, abertos, como se tivesse voltado à vida.
Rapidamente, corri até a minha amiga:
- Dandara, o que você tá fazendo? Vamos embora, a caverna vai desabar.
Sem resposta, a garota ainda continuava recitando aquela língua estranha. Tentei sacudi-la, puxá-la para fora da caverna, nada adiantava: Dandara permanecia imóvel, indiferente a tudo aquilo, como se estivesse em transe.
Até que, por algum milagre, Dandara acordou, mas infelizmente não da forma que esperava: A garota simplesmente me desferiu um tapa em minha face, um tapa forte. Em resposta imediata eu me afastei bruscamente. Como ela podia fazer aquilo?
- O que você fez Danda? O que você está fazendo? Vamos embora daqui agora. Vamos, venha.
Mesmo que Dandara estivesse parado de citar as escrituras, a terra não havia parado de tremer, nem as pedras presas ao teto pararam de cair, inclusive uma me acertando fortemente a minha cabeça, deixando um hematoma que sangrava em meu rosto.
- Merda, temos que ir embora daqui agora, não podemos ficar discutindo aqui.- Sem esperar por respostas, peguei a mão de Dandara e avancei contra a saída do compartimento. A cacheada rapidamente se soltou de mim, dizendo:
- Agora que você estragou tudo, eu não preciso mais de sua ajuda. Eu vou embora sozinha- E assim seguiu a garota para fora do compartimento.
Tentei acompanhá-la, mas o ferimento causado pela pedra não ajudava muito, já que ele não parava de sangrar, me causando uma dor de cabeça muito forte.
- Dandara, espera- Supliquei enquanto tentava sair daquele lugar também mas, para piorar a minha situação, ao sair do compartimento, o resto da caverna possuía um forte cheiro de algum perfume adocicado. Perfume este que piorava a dor que sentia.
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As Bruxas de Endoritya
FantasyDandara e Louise são duas amigas que vão passar o fim de semana em um acampamento na esperança de se reaproximar como nos velhos tempos, onde elas descobrem que há um mistério gigante a cerca de seus morros e montanhas. Talvez a lenda de bruxas exis...