Vengeance

Capítulo 4

Olá novamente, como vocês estão? Espero que bem.
Estou aqui mais uma vez com um novo capítulo dessa minha querida fic.
Aproveitem e boa leitura.

:)

.

.

.

Play: I Didn't Change My Number - Billie Eilish

Raiva.

Sentimento muitas vezes acompanhado de angústia, ansiedade, frustração, contra alguém ou alguma coisa, que pode se exteriorizar quando nosso ego se sente ferido ou ameaçado.
Por um lado, se canalizada corretamente, a raiva pode ser um grande precursor de mudanças em alguém. Já pelo outro, pode gerar rancor e mágoa, fazendo com que qualquer pessoa tenha lapsos de estresse e/ou ansiedade.

Não há nada que controle um sentimento tão poderoso como esse. Ele toma conta de cada célula do nosso corpo e faz com que nosso cérebro, de alguma forma, deixe de funcionar corretamente. A raiva nos cega, nos deixa absortos a qualquer estímulo externo. Ela substitui a dor e faz com que nos sintamos poderosos.

A raiva pode aparecer por uma simples memória, pode tomar conta de nós por inteiros ao simplesmente vermos um rosto ou um nome conhecido, sejam esses traumáticos ou não. Muitas vezes a raiva aparece como resultado a algo que acontece em nossas vidas ou quando algo está acontecendo, ali, naquele exato momento.

Biologicamente falando, a raiva faz com que nosso corpo quase entre em colapso quando a sentimos em excesso. Ela ativa nosso sistema nervoso simpático - conhecido como o sistema de "lutar" ou "correr" - e faz com que ele tome controle de tudo. Nossa pressão aumenta, nossos batimentos cardíacos disparam, nossa respiração fica pesada e nós começamos a suar.

E se fosse possível escutar cada pulsar daquele coração que agora batia sem parar e com uma força que a tempos não sentia antes, o homem à frente da latina conseguiria escutar. Mas Camila estava ali, imbatível. Seus dedos quase brancos por conta da força em que fazia para manter suas mãos fechadas e com a mesma força sua caixa torácica subia e descia sem parar. O ar entrava e saía rapidamente pelas narinas da latina e ela sentia que a qualquer momento explodiria ali, na frente de Jon e de todos.

-A quanto tempo não nos vemos não é mesmo? - Jon começou e com certeza iria até o limite de Camila - Parece que os anos foram bons com você.

-O que você faz aqui? O que você quer?

-Não é óbvio Karla, estou aqui por você - deu um passo à frente para se aproximar da mulher que não tirava seus olhos de Jon. E se um olhar pudesse matar, Jon já estaria morto.

Camila não queria o homem perto e estava se segurando para não agir com grosseria. Sua garganta ardia por conta das palavras não ditas, sua boca queria mover-se e dizer tudo o que estava preso, tudo o que não tinha sido dito anos atrás.

-Por mim Jon? E a quanto tempo você está atrasado para fazer isso? - respondeu-lhe ficando frente a frente com o homem - Você não deveria estar aqui, vá embora.

Jon a observou por alguns longos segundos. Segundos esses que pareciam uma eternidade. Moveu sua cabeça levando seu olhar aos arredores. Levou uma das mãos a testa tentando controlar o suor que insistentemente descia por ela. Ao redor, todos os olhares estavam observando aquela situação, mesmo com a música do ambiente e tantas pessoas presentes ali, era possível enxergar e sentir a tensão que havia tomado conta do lugar.

Jon aproximou-se mais ainda de Camila, ficando quase que com os rostos colados. Mas ele não deixaria aquilo se transformar em algo maior, não causaria uma cena e uma situação desnecessária, não quando seu principal objetivo havia sido atingido. Lentamente se aproximou até que estivesse o mais próximo possível dos ouvidos de Camila.