Capítulo Quatro: Magia Selvagem

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Capítulo Quatro: Magia Selvagem

Severus cambaleou, quase caindo de joelhos quando eles apareceram.

A casa parecia pacífica no escuro. A Morrigan estava ao lado dele, os braços cruzados sobre o peito, olhando para a única janela que tinha grossas barras de ferro.

"O que você..."

"Eles o fazem trabalhar, você sabia?" Sua voz era suave, sedosa como pele de cobra e fria como gelo. Isso o fez estremecer. "O dia todo, desde o momento em que a aurora toca o céu até muito além da hora em que os meninos doentes deveriam estar na cama."

"Ele não é um garotinho."

Ela virou os olhos escuros para ele. "Ele nunca foi." Ela desviou o olhar e ele pôde respirar. "Você gosta do trabalho dele? Ele sabe fazer um jardim florescer."

Severus fechou a boca, lançando um olhar fulminante para a mulher, mas voltou os olhos para o jardim. A lua apareceu por trás do véu de nuvens atrás do qual se escondia. A luz prateada se derramando além das sebes, iluminando as flores adormecidas.

Ele piscou para as longas fileiras de flores. "Eu pensei que Potter fosse apenas mediano em Herbologia."

"Ele esconde demais."

Ele abaixou a cabeça. "Talvez."

A Morrigan avançou, os olhos fixos na janela escura com as grades. "Esse é o quarto dele."

Severus seguiu o olhar dela e franziu a testa. "Eles acham que ele é um criminoso?"

"Isso e muito mais."

Ele podia sentir seus dentes começando a ranger. "Então é melhor libertá-lo."

"De fato."

A trava trancada girou sob a mão da deusa. Severus a seguiu para dentro da casa, seus lábios se curvando para a cozinha de pedestres. Seu nariz comprido se contraiu com o cheiro forte de desinfetante que enchia a sala. Atravessando o corredor, ele levou um momento para olhar para a parede de fotografias que não se moviam. O silêncio assustador deles fez sua pele arrepiar.

"Trouxas," ele murmurou com um aceno de cabeça. Ele correu seu olhar de foto em foto, sua carranca ficando mais profunda. "Onde está Potter?"

"Ele está lá em cima."

"Não, nestes."

A Morrigan se virou e piscou para as imagens. "Eu não sei essas coisas." Ela deu de ombros e se virou. "Devemos nos apressar."

"Os trouxas podem nos ouvir?"

"Não. Eles dormem."

"Bom."

Juntos, eles subiram as escadas. Severus podia ouvir os roncos pesados ​​dos dorminhocos em seus quartos. Ela o conduziu até uma porta salpicada de fechaduras prateadas. Ele podia sentir sua pressão arterial começar a subir.

"Você pode..."

O espesso clique-clique-clique das fechaduras parecia alto no corredor. Ele escutou os dormentes, mas eles não se mexeram. Ela abriu a porta e entrou no quarto escuro. Ele seguiu.

A visão do garoto arqueando-se para fora da cama, a boca aberta em um grito silencioso, fez o sangue de Severus gelar. Potter estava arranhando os lençóis, cravando os calcanhares no colchão e sacudindo a cabeça de um lado para o outro. Sangue escorria de seus olhos, cobrindo uma trilha grossa no cabelo sobre suas orelhas.

Severus não vacilou quando seus joelhos bateram no chão ao lado da cama. Ele empurrou um braço sob os ombros de Potter, puxando-o para perto.

"Pronto, Potter. Pare com isso. Acorde. É um sonho, só isso. Apenas um sonho. Acorde agora. Potter, seu filho idiota, eu juro que se você não acordar neste instante..."

Para Trilhar um Caminho Estreito - Continuação de FaithOnde histórias criam vida. Descubra agora