Capítulo Seis: Conversas
Sirius andou de um lado para o outro na sala de jantar formal. A mesa estava estilhaçada, as cadeiras estavam viradas e o aparador estava meio dentro e meio fora de uma das grandes janelas que ladeavam a sala.
Remus estava observando seu amante da porta. Ele tinha os braços cruzados sobre o peito para esconder os tremores em suas mãos. A raiva de Sirius estava perto de chamar o lobo que dormia em seu sangue; cada vez que o animago estilhaçava outro objeto, o lobo chegava mais perto de sair.
"Isto é impossível!" Sirius parou de andar. Ele colocou as mãos no pesado manto de carvalho e deixou o queixo cair no peito. "Harry... ele..." O animago engoliu em seco algumas vezes. "Isso não pode estar acontecendo."
Remus queria concordar. Remus queria quebrar coisas junto com sua amante. Mas não era isso que Sirius precisava no momento.
"O diretor diz que está em um lugar seguro," ele apontou.
" Este é um lugar seguro," Sirius rugiu de volta.
Remo estremeceu. "Eu sei que."
O animago suspirou e levantou a cabeça. "Desculpe, Moony."
Remus apertou os lábios e não disse nada.
"É só que... toda vez que eu acho que algo vai dar certo com Harry, algo o tira do meu alcance." Sirius colocou as mãos na frente do rosto. "É como uma piada de mau gosto. Colocá-lo tão perto e depois afastá-lo novamente."
"O Ministro não respondeu?"
"Claro que sim. Mas as cartas nunca dizem nada que eu queira ouvir. Estão investigando o desaparecimento ", o animago baixou as mãos e bufou. "É claro que a última carta que recebi dizia que Harry havia saído de casa voluntariamente."
Remo ficou parado. "O que?"
"Você não tem lido os jornais?"
"Não." Remus não conseguia olhar um jornal por dias. Todos os relatórios incendiários chamaram o lobo muito perto da superfície.
Sirius endireitou uma das cadeiras e afundou nela. Ele enterrou o rosto nas mãos. "O ministro perdeu sua plataforma de bons valores familiares desde que Harry se foi e aquele massacre em Portsmouth. Ele mudou sua postura para uma de medo. Ele está se gabando de que foi o ministro que nos ajudou a atravessar a Segunda Guerra e que ele seria capaz para nos fazer passar por este 'novo tempo sombrio'." A amargura escorria das últimas três palavras.
"Que novo tempo sombrio?"
"Fudge não tem coragem de revelar Harry como um novo Lorde das Trevas, mas a imprensa está fazendo isso por ele." Sirius soltou uma risada que era meio soluço. "Todos os jornais, menos o Profeta Diário, entraram no jogo da especulação. Precisamos de Harry, Remus. Depois, precisamos de uma coletiva de imprensa e uma equipe de relações públicas."
Remus arriscou um passo para dentro do quarto. "Certamente as pessoas não podem ser tão estúpidas." Ele se aproximou do outro homem. "Harry morreu para salvar o mundo. A misericórdia de um deus o trouxe de volta. As pessoas devem se lembrar disso." Ele colocou a mão no ombro do outro homem.
Sirius se virou e passou os braços em volta da cintura de Remus, enterrando o rosto no estômago do lobisomem. "Eles têm que se lembrar, Moony. Algo tem que ser feito."
Remus colocou a mão no cabelo escuro. Ele olhou pela janela quebrada, olhos desfocados. "Eles vão se lembrar, Almofadinhas. Tenha um pouco de fé. Você vai ver."
****
Sasha abriu caminho pela multidão. Seu primo estava atrás dela em algum lugar; o homem rotundo era tímido demais para enfiar cotovelos, pés e mãos nas pessoas e fazê-las se mexer. Sasha não tinha tais escrúpulos.
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Para Trilhar um Caminho Estreito - Continuação de Faith
FantasiA continuação de Faith. Toda ação tem uma reação e nem todas são boas.