Destino

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(10/10/2020)

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(10/10/2020)

— Anda, Môni. Ou eles vão nos ouvir! — A apresso em um tom de repreensão, e aperto mais as embalagens brilhosas e barulhentas contra o peito, enquanto tento equilibrar o peso do meu corpo sobre a minha cômoda.

— Eu não vou subir nisso nem a pau! — Resistiu ao meu pedido em um murmúrio estridente, batendo os pés firmemente no piso revestido em madeira, como uma criança mimada.

— Você quer assistir o filme ou não? — Questiono arqueando as sobrancelhas. — Se não quiser eu não vejo problemas em assistir sozinha. — Provoco fazendo menção de lançar meu corpo pela clarabóia escancarada, sua mão fria agarrou o meu tornozelo no último segundo.

— Não, tudo bem, eu vou. — Cedeu exasperada, segurando firmemente as alças da mochila que eu lhe passei há alguns minutos.

— Por um momento achei que você ia mesmo desistir.

— Eu ia mesmo e só voltei atrás, porque não quero te deixar sozinha aqui fora. — Rebateu alisando os braços desnudos, o vento frio a arrepiando dos pés a cabeça.

Mordendo um sorriso que ameaçou desenhar os meus lábios, me preocupo em firmar um dos meus pés na aba de uma das telhas velhas, usando-a de apoio para o meu corpo, para sair pela clarabóia, o outro permanecia sobre a cômoda.

Ser alta e ter as pernas compridas teriam que servir pra alguma coisa um dia, afinal.

— Segura a minha mão. — Tento transmitir segurança, mesmo sentindo uma certa instabilidade vindo do telhado que me sustentava, e que a sustentará quando eu puxar seu peso para fora.

Pressionando a mão contra os lábios, numa tentativa de reprimir seu grito, ao ser puxada do quarto, Mônica não tardou para envolver seus braços ao redor do meu quadril firmemente assim que seus pés tocaram o telhado, me tirando o equilíbrio momentaneamente.

— Não acredito que estou fazendo isso… — Olhou para baixo visualizando o sítio inteiro imerso em um silêncio cortante. Vagalumes podiam ser vistos voando por cada hectare de terra dali de cima, assim como podia se ouvir grilos orquestrando uma linda sinfonia, responsável por acalmar os nervos da ruiva ao meu lado.

— Já ouviu falar no ditado "Só se vive uma vez?" — Ela assentiu. — Então trate de colocá-lo em prática agora, eu estou implorando.

Mônica revirou os olhos.

— Você não existe. — Balançou a cabeça negativamente, como se desaprovasse cada palavra que saía pela minha boca. Mas eu vejo o fantasma de um sorriso dançando em seus lábios. Cada vez que eu me atrevia a dizer algo para distraí-la, ela tentava inutilmente escondê-lo.

30 dias com ela ⚢ [✓]Onde histórias criam vida. Descubra agora