(15/10/2020)
Agarrando a canga verde firmemente contra meus quadris, tombo minha cabeça suavemente para trás, e aprecio a calmaria que a trilha e as folhas das árvores que nos escondem parcialmente do sol ofereciam. Um alívio bem-vindo do calor infernal que recaiu sobre o sítio hoje.
— Acho que nunca vou me acostumar com a beleza desse lugar. — Mônica confessou em um suspiro contemplativo. Seu corpo girava no lugar para que ela pudesse observar os arredores mais amplamente, à medida que erguia e encaixava o óculos de sol nos cachos ruivos.
— Sabe que eu nunca me acostumei? — Comentei com um sorrisinho contido, ajeitando a alça da bolsa térmica nos ombros. — Passei a maior parte da minha infância aqui e nunca deixei de me impressionar com a beleza e a grandeza disso. — Contei nostálgica, me lembrando das vezes que eu escapava da minha avó e corria pelada por essa mesma trilha, fugindo do temido banho.
Uma risada escapuliu da minha garganta com a lembrança, Môni imediatamente lançou seus olhos atentos na minha direção e os manteve congelados em uma expressão divertida.
— O que é tão engraçado? — Ela questionou curiosa e em um tom zombeteiro. A grande ladeira que nos levaria diretamente ao lago nos encarava, enquanto nos preparamos silenciosamente por um momento para enfrentar o esforço que isso nos exigiria.
Expiro um grande punhado de ar, os meus pulmões ardiam pelo esforço da subida. Respirei fundo, antes de fazer menção de responder a sua pergunta.
— É que quando eu era mais nova… — Comecei a contar a história. A água invadiu o horizonte, nós observamos aquela fonte inesgotável de alívio para o mormaço. Franzi os lábios, uma vibração incessante e anormal surgiu da bolsa que estou carregando.
Meu cenho refletiu a minha confusa, conferi o telefone ao mesmo tempo que Môni fez o mesmo, o celular dela repetia as mesmas ações que o meu.
Isso era estranho, não há sinal nenhum aqui. Trouxemos os nossos celulares com o único objetivo de registrar o máximo de fotos e vídeos possíveis e para escutarmos música também, a possibilidade da chegada de notificações incessantes sequer passou pela nossa cabeça.
Forçando o meu olhar, encaro o visor levemente ofuscado pela claridade, avistando duas barrinha de sinal.
Arregalo os olhos.
— Puta que pariu, se eu soubesse que conseguiria sinal aqui… Teria vindo antes. — Um murmúrio embasbacado deixou meus lábios. Qualquer chance de continuidade ao que estava falando deixou de existir assim que o celular travou em uma notificação específica.
— Não… — Mônica exalou em choque, se recusando a acreditar no que lia. Os seus lábios entreabertos e os olhos arregalados expressavam completamente o seu estado de espírito.
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30 dias com ela ⚢ [✓]
RomansaLídia tem dois problemas. Ela está apaixonada pela sua melhor amiga. Ela nunca a viu antes. Isso deveria ter a impedido, mas ela não conseguiu evitar desenvolver sentimentos pela garota que esteve presente em cada momento da sua vida, durante cinco...