Ingressos

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(22/10/2020)

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(22/10/2020)

Três dias se passaram desde o episódio na piscina e tanto Môni quanto eu nos esforçamos para agir normalmente na presença uma da outra.

O que era difícil estando próxima dela 24 horas por dia, incluindo agora. Estamos dividindo o notebook aguardando a liberação da pré-venda dos ingressos do show da Cacofonia.

O que é irônico, visto que quando estávamos longe uma da outra costumávamos fazer esse mesmo ritual, mas diferentemente da nossa situação atual, o facetime foi deixado de lado, substituído pelo ao vivo e a cores e pelo calor que nossos corpos compartilhavam. 

— Não aguento mais esperar. — Môni resmungou impaciente, enfiando a mão na vasilha de salgadinho e levando até a boca.

— Nós conseguimos nos conter a semana inteira, algumas horas não serão nadinha para nós. — Respondi reprimindo a minha ansiedade e expressando uma positividade que não era minha. 

Môni ergueu a cabeça, reconhecendo isso imediatamente, assim não comprando nada do que eu disse.

— Nem você acredita nisso. — Rebateu desdenhosa, sua sobrancelha arqueada desaparecendo do meu campo de vista posteriormente, à medida que seu corpo voltou a desabar outra vez nos travesseiros.

— Você me conhece tão bem. — Choramingo e afasto o notebook, não aguentando mais olhar para ele, por esse motivo, me junto a Mônica no colchão também, ambas encarando o teto branco e sem graça.

Ela riu, sua risada não demorando para se transformar em um grunhido irritado.

— Que desânimo é esse, crianças? — A voz da minha mãe invadiu o cômodo, anunciando a sua chegada antes mesmo de eu visualizar seu corpo esguio no batente.

— Nem parecem o poço de entusiasmo de hoje cedo. — Papai resmungou, seu nariz enrugado em confusão. — Eu esperava, pelo menos, uma recompensa a minha visita ao telhado para instalar a internet para vocês. Eu poderia ter caído, perdido um braço, fraturado o cóccix... — Fingindo uma careta de insatisfação pra nós, ele se sentou na king size como quem não queria nada, mas logo acolhendo Môni e eu quando pulamos em seus braços, oferecendo um abraço sufocante de agradecimento.

— Obrigada papai... Mas, sem querer ser pé no saco... — Me desvencilho do seu peito, coçando o pescoço freneticamente. 

— Mas já sendo... — Mamãe imitou o meu tom, me olhando com o seu nariz enrugado em desaprovação.

— Só queria saber o que é tudo isso. — Ofereço um sorriso sem graça, me referindo aos brownies empilhados cuidadosamente em uma tigela e as latinhas de refrigerante que abandonaram os braços fortes do papai, assim que ele entrou no quarto.

— Apoio moral. — Responderam em uníssono, como se fosse óbvio. Ótimo, o que deu neles?

— Que fofo, deixa eles ficarem, Lídia. — Minha melhor amiga agarrou meu antebraço, me encarando com seus grandes, lindos e irresistíveis olhos pidões.

30 dias com ela ⚢ [✓]Onde histórias criam vida. Descubra agora