MÊS 06
"Morrendo de tesã... saudade!"
Hinata nunca tinha sido temperamental em toda sua vida e ceder às vontades das mudanças hormonais foi aterrorizante. Era uma vontade ensurdecedora de explodir com qualquer coisinha que estivesse fora do lugar, de gritar até que sua garganta doesse ou de chorar até ficar desidratada. E tudo isso acontecia em um intervalo de dez minutos, a futura mamãe já não aguentava mais viver daquele jeito!
Sua sorte foi que durou apenas uma semana e que a fase seguinte era muito mais fácil de lidar.
Na verdade, seria muito mais fácil de lidar se ao menos Sasuke estivesse presente e não no meio de um lugar que ela desconhecia! E ele ainda tinha dito que concluiria a missão o mais rápido possível para voltar logo para casa! Mentiroso! Agora ela estava subindo pelas paredes, tentando aliviar aquela maldita vontade de transar somente com os dedos. Era ainda mais difícil com aquela barriga enorme no meio do caminho, atrapalhando-a.
Em todas as vinte e cinco semanas de gravidez que vivenciara, a Uchiha não imaginava que seu ventre teria crescido tanto. Àquela altura, ela parecia ter engolido uma melancia das grandes e bem madura. Olhar-se no espelho nunca fora tão estranho. Apesar de o formato estar bonito, com a pele esticadinha e poucas estrias prateadas; Hinata sentia que aquela no reflexo não era ela. Como poderia? Estava tão diferente!
Os pés começaram a inchar nos últimos dias, parecia que tinham sido picados por insetos desconhecidos. Seu rosto estava mais arredondado, apesar de isso ter lhe dado uma aparência ainda mais jovem. Precisava admitir: a gravidez a deixara lindíssima! Em contra partida, lá estavam as cicatrizes devido ao crescimento rápido da barriga. Mesmo passando óleos essenciais, hidratantes e bebendo mais de dois litros de água por dia, elas apareceram. Todo cuidado que teve não foi suficiente.
Sem falar da montanha-russa de emoções! Aqueles hormônios malditos!
A jovem acabara de tirar do forno um tabuleiro de rolinhos de canela, tão cheirosos que ela chegou a salivar, quando a porta da frente bateu. Os instintos de Hinata imediatamente alertaram um intruso, já que não esperava por visita alguma. Antes que as veias do Byakugan adornassem os orbes claríssimos, uma enxurrada de pensamentos loucos passou pela cabeça dela. Desde um ladrão — mas quem diabos seria doido suficiente de roubar a residência de um Uchiha? — até Kakashi vindo pessoalmente lhe dar a notícia de que Sasuke estava morto.
Contrariando tudo isso, assim que sentiu as nuances de chakra, ela constatou que era ninguém mais, ninguém menos, que seu marido chegando de missão. Seu coração bateu desesperado para se desprender das amarras bem atadas pela saudade que sentia. Retirou a luva térmica usada para poder tocar no tabuleiro quente e andou tão rápido quanto aquela barriga lhe permitia.
— Sasuke-kun! — gritou por ele assim que o viu.
Hinata não se preocupou com os arranhões na face tão atraente, porque ele estava ali e isso era tudo o que importava para ela. Um sorriso pequeno, porém sincero, delineou os lábios masculinos no mesmo instante em que viu sua esposa saltitar alegremente em sua direção.
— Tsuma! — correspondeu ao chamado, abrindo os braços para acomodá-la.
Ela permitiu-se ser transportada para o mundo de sensações inebriantes ao qual apenas Sasuke tinha acesso. Beijaram-se com ternura, aproveitando o momento que possuíam depois de tantas semanas longe um do outro. Separaram-se depois de um selinho demorado, seus olhares encontrando-se apaixonados.
Ah, como Hinata amava aquele safado! Quer dizer... Ah, como Hinata amava aquele homem!
— Que saudade que eu estava de vocês — ele sussurrou, tocando-lhe o ventre por baixo da blusa lilás que ela vestia.
O Uchiha ergueu o tecido enquanto se postava de joelhos. Prevendo o que ele faria, a jovem enrolou a blusa até embaixo dos seios a fim de manter a barriga exposta, assim Sasuke poderia acariciar-lhe o ventre com ambas mãos, além de demonstrar todo o seu amor pelo serzinho que crescia ali dentro dando beijos demorados. Ele adorava fazer aquilo, principalmente depois de Tsunade dizer que fazia bem para o bebê escutar a voz do pai ainda na gestação.
E o melhor de tudo, talvez a melhor coisa em todo mundo, também era o momento em que Sasuke se sentia mais realizado e desacreditado: quando o fruto de seu amor com Hinata se mexia ao escutar sua voz. E era exatamente o que estava acontecendo! Sempre que acontecia, a ex-Hyuuga ficava com os olhos cheios de lágrimas, por ser uma sensação divina sentir seu filhote corresponder aos estímulos do pai; mas não naquele instante.
Não que ela estivesse insensível ou algo do tipo, a verdade era que Hinata queria arrancar todas as roupas do corpo do marido e cavalgar nele até o amanhecer. Só que Sasuke estava tão entretido com sua barriga... Como simplesmente dizer para ele que ela não queria mais carinho na barriga? E sim que ela queria foder?
— Sasuke-kun... — murmurou, soltando o tecido da blusa como um pedido mudo para que ele parasse de mexer ali.
O Uchiha se levantou com uma sobrancelha erguida.
— O que foi? — perguntou, achando estranho a atitude da esposa.
— Você não quer tomar um banho quentinho? — ela inquiriu de volta, encurtando o espaço até somente o ventre protuberante os separar. As mãos grandes e calejadas encontraram a cintura não-tão-mais-fina. — Ou comer... alguma coisa — disse cheia de insinuações enquanto subia as mãos pelo peitoral firme para enlaçá-las no pescoço masculino.
Sasuke agora tinha as duas sobrancelhas franzidas.
Hinata estava persuadindo-o a transar?
— Hina... — A voz dele se perdeu na garganta.
Os olhos bicolores desviaram dos perolados para a barriga que abrigava seu filho — ou filha —, depois voltaram para o par de pérolas. Um sentimento estranho apossou-o, era como se estivesse prestes a cometer o pior dos pecados. Como ele seria capaz de enfiar-se dentro dela com força, tal qual costumava fazer? Ele não era capaz de cometer essa atrocidade!
— O que? — ela sussurrou, puxando alguns fios da nuca dele. Aquilo seria um de seus pontos fracos, se ele não estivesse em uma batalha interna.
— Eu não consigo — respondeu com o último resquício de voz que possuía.
— Como assim? — Hinata se afastou minimamente, o cenho franzido em confusão.
— Eu não... Eu... — Sasuke tentava pronunciar a frase completa que sua mente tinha formado, mas simplesmente não conseguia. Não tinha coragem. Ela ia se afastar mais um passo se suas mãos não estivessem tão firmes na cintura feminina.
— Como assim você não consegue transar comigo, Uchiha Sasuke? — indagou entredentes. Agora os olhos de pérola estavam carregados de um misto de ira, mágoa e desapontamento.
— É porque... Ah, meu amor...
— Você não me quer mais? Não me deseja mais? É por causa da barriga? Do meu corpo? — ela começou a falar sem parar, a voz saindo embargada por um iminente choro.
— Não, não, não! — Apressou-se em negar. O que mais aquela cabecinha linda estaria pensando? Sasuke não queria saber. Então pigarreou, puxando-a para mais perto. — Eu só me sinto um monstro por fazer... Por transar com nosso bebê... Aí... Dentro... — tentou se explicar, pausando nas partes da frase que se sentia menos confortável de pronunciar.
— Ah, você é mesmo um monstro! — vociferou, afastando as mãos dele de si.
Ela não disse mais nada, apenas deu-lhe as costas e sumiu corredor adentro.
Ah, a gravidez... Era para ser bela, não era? Deveria ser o momento mais incrível e realizador para um casal que deseja aumentar a família.
Bom, não estava sendo assim para eles naquele dia.
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Oi, amores! dessa vez vou ficar devendo o banner que anuncia o nome do capítulo pois estou postando do meu Tablet :(
espero que vocês tenham gostado! ah, não se esqueçam de votar e marcar as partes que vocês mais gostaram hehehehe
um beijo e até o próximo ♡
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9 meses para o caos
Fanfic... que é a vida de pais de primeira viagem. Ter controle sobre o Rinnegan trouxe paz para a rotina de Sasuke. Agora, após dois anos de seu casamento com a Princesa do Byakugan, eles aproveitam a vida de casados sem grandes preocupações. Pelo menos...