Chapter 19: O segredo de Kisa

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!ALERTA GATILHO!

Esse capitulo terá gatilhos e coisas dolorosas

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Você já fez algo que se arrependeu amargamente? Fez algo que te fez querer arrancar sua pele por ter nojo dela ou simplesmente por se sentir culpada? Já fez algo que parece ser a pior coisa do mundo?

Pois bem, eu fiz. Não porque eu queria, eu fui obrigada. Era isso ou arranjavam um jeito de matar meus irmãos.

A exatos cinco anos atrás. Eu só tinha onze anos e uma vida a seguir. Não sei ao certo em que momento aconteceu isso, depois que aprendi a viajar no tempo minhas memórias ficaram bagunçadas, elas se misturaram e eu dificilmente sei diferenciar a realidade da imaginação.

Voltei muitas vezes no mesmo passado tentando mudar um futuro que não aconteceu, neste momento em meu presente não sei mais o que devo fazer. Agora sou uma adolescente com a mentalidade de uma múmia anciã.

 Viver mais de dez mil vidas não é muito bom quando se perde em seu propósito e eu me perdi mais de dez mil vezes.

Os irmãos Louis foram anjos que apareceram em minha vida, assim como todas as outras pessoas por quem me apaixonei, mas diferente das outras, eles me deixaram presentes e eu sou grata a eles.

Nesse exato momento eu estou me olhando no espelho, meus irmãos estão levando uma baita bronca dos meus tios, mas como eu precisava respirar vim pro banheiro e me tranquei aqui. 

Eu estava fora de controle, meus cabelos agora estavam brancos e minhas diversas cicatrizes ao qual odeio tanto estavam aparentes, meus olhos negros como o vasto espaço, tudo isso por minha falta de preparo. Tudo isso porque fraquejei. 

Falhei em matar minha mãe. Ela estava tão perto que eu podia sentir os batimentos cardíacos, eu podia ter enfiado minha mão em seu peito e arrancado aquela merda que ela chama de coração. Mas não fiz. 

Nunca cheguei a batalhar com ela em alguma viagem no tempo, muito menos em viagens multiversais, então imaginei que ela não era um ser difícil de matar. Mas meu coração doeu quando tentei fazer algo.

Eu não iria querer que meus futuros filhos tentassem me matar. Eu só ia querer ser uma amiga pra eles.

Achei que se eu assumisse minha versão mais velha eu não teria medo dela, mas agora minhas lágrimas silenciosas saiam de meus olhos e minha garganta ardia profundamente, era como se eu tivesse que gritar milhares de palavras pra essa dor sumir. Mas os outros me escutariam e eu não queria isso.

Eu sinto que estou presa nas correntes do inferno que eu mesma criei. A melodia que meu eu deveria criar se tornou uma cantiga trágica com ódio, medo e rancor, isso não sou eu. Essa merda que minha mãe me fez não deveria ser eu.

Eu só tenho 16 anos e uma vida longa a seguir. Pouco me importa se mentalmente vivi mais do que todos os imortais, eu ainda só tenho 16 anos.

Tentei me acalmar, mas minhas cicatrizes faziam com que eu me odiasse, por isso eu as escondia. As da boca me faziam sentir como se eu fosse a merda de uma marionete, um boneco de ventríloquo. A do pescoço era a menos aparente, mas não me permitia esquecer das torturas. As do rosto foram apenas por diversão de Allynora, que decidiu que minha cara precisava de um toque a mais para ficar bonita.

 Não tive sucesso em ficar calma. Minha garganta ainda estava fechada ardendo como fogo, meus olhos não paravam de tremer assim como minhas mãos.

Eu

Me 

Odeio

Foi a única coisas que minha voz interior me disse. Ela não estava errada.

O Legado Mikaelson ☑- EM REVISÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora