Capítulo 1

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Os murmúrios, que outrora eram ouvidos através das imponentes portas duplas, cessaram assim que as mesmas se abriram. Dando passagem a seu Lord junto de seu Círculo Interno.
Todos observaram - em silêncio - o corpo ofídico sentar-se em seu trono, ansiosos por suas ordens. Estas que tardaram a vir.
"Iniciem." Seu senhor ditou simples, dando início a reunião.
"Sim, Mi Lord. O ministério agora pertence a ti meu Senhor, Fudge já não detém nenhum poder sobre o mesmo." Iniciou Lucius, orgulhoso de si mesmo.
"Ótimo." Sibilou o ser ofídico a sua frente, satisfeito com o trabalho de seu estimado Comensal.
"A Ordem ainda não foi capaz de encontrar o menino Potter, Mi Lord." Relatou Severus em seguida, desgosto pingando de sua voz.
"Típico." Respondeu-o seu Lord, concordando.
"Mi Lord, os líderes da CBI - Comunidade Bruxa Italiana - pedem por uma reunião com o Senhor." Revelou Olimpia, matriarca da família Zabini.
"Concedido, a informarei um dia para que eles venham." Permitiu seu Lord, satisfeito com o desempenho de sua Comensal.
"Mi Lord, a ASME - Aliança de Seres Mágicos Europeia - também lhe pede por uma reunião." Revelou agora Fenrir, um dos líderes da dita aliança.
"Concedido, e também o farei saber um dia." Concordou seu Lord, novamente satisfeito com os avanços de seus seguidores.
Comensal após comensal relatou seus próprios feitos, satisfazendo a expectativa que seu Líder os impunha.
"Se isso é tudo, esta assembleia está encerrada." Ditou o Lord por fim, notoriamente satisfeito com seus Comensais.
Um por um, os homens e mulheres aparataram, esvaziando o cômodo até que restasse apenas o Círculo Interno junto a seu Senhor no ambiente.
"Sigam-me." Falou por fim, levantando-se e saindo da sala, seguindo para seu escritório e abandonando seu glamour ofídico.
"Mi Lord, nós a encontramos." Relatou Bellatrix sem-delongas quando todos haviam se sentado, conseguindo um repuxar de lábios de seu Senhor.
"Ótimo. Qual o estado deles?" Perguntou o Lord novamente sem expressão, definindo quais seriam seus próximos passos.
"Eles estão bem Mi Lord, tanto ela quanto o feto." Respondeu Narcisa, representando o trio que examinara a mulher.
"Perfeito. Estão dispensados, mas os quero aqui em 3 dias." Anunciou o Lord por fim, liberando seu Círculo Interno.

Ao que todos saíram, o Lord se pôs a organizar os papéis que dominavam sua mesa, um sorriso contido adornando-lhe os lábios.
"Tom! Tom! Tom! Tom!" Gritou-lhe Nagini ao adentrar seu escritório, sibilando ao enrolar-se em seu corpo.
"O que foi Nagini?" Perguntou neutro a seu familiar, mascarando seu pequeno sorriso com uma face apática.
"É verdade? Vamos Tom não me deixe esperando!" Pressionou-o a cobra de quase 4 metros, com algo que o homem julgou ser um sorriso - ele esclareceria isso em outro momento.
"Sim, é verdade Nagini. Eles o encontraram." Revelou Tom sem mais conter-se, devolvendo seu sorriso a seus lábios.
"Oh, minha criança! Finalmente!" Comemorou o réptil agarrando-se mais a si, abraçando-o a seu próprio modo - palavras da própria.

Dois dias. Exatos dois dias foram necessários para que o temido Lord das trevas finalizasse os preparativos para o ritual, e mais um para que seus Comensais se preparassem devidamente para o mesmo. Falhas não seriam toleradas.
Ao que todos chegaram e posicionaram-se no círculo de aparatação, o próprio Lord os aparatou para as ruínas do Castelo de Dunnottar - situado na costa leste da Escócia.
"Tragam-na e posicionem-se em seus lugares." Ordenou assim que tudo estava magicamente em seu devido lugar, ansioso pelo resultado final de seus esforços.
"Sim, Mi Lord." Concordaram rapidamente seus Comensais, ansiedade e temor refletidos em seus atos.
"Mi Lord, os sinais dela estão estáveis assim como o do feto." Anunciou Narcisa ao posicionar a mulher no meio de um dos círculos principais e dirigir-se a seu próprio lugar, atenta a tudo.
"Ótimo, lembrem-se de me avisarem sobre qualquer alteração. Menor que seja." Pediu, a seu próprio modo, aos três responsáveis pela gestante e seu bebê - Narcisa, Lucius e Severus.

Com todo o necessário sendo dito, o Lord logo iniciou o ritual de transferência. Visando transferir o bebê - sua prole e herdeiro - para o corpo de Bellatrix. A mais forte capaz de gerar dentre suas fileiras, que se encontrava no outro círculo principal.
O ritual se encontrava na metade quando as chamas brancas se elevaram, as ondas se agitaram contra as pedras, e a voz do Lord passou a soar mais alta, contrastando com sua magia em seu auge - que forçava os despreparados ao chão.
Tudo parecia se encaminhar para o fim, relativamente bem, se desconsiderasse a exaustão mágica de alguns presentes - detalhes ao ver de Tom - e suas óbvias inclinações ao desmaio.
Os sinais da gestante eram estáveis, o feto estava bem também - Narcisa os monitorou a cada segundo. As palavras haviam sido recitadas, a magia tomada a sua própria proporção, a gestante carregava sua prole, seu sangue, e Bellatrix havia concordado em carregar o feto, por livre vontade - "A maior das honrarias", dissera ela.
Então, por quê? Por que o ritual falhou no final? Por que sua prole havia sido retirada de sua progenitora, mas nunca transferido para Bellatrix? O que havia acontecido de errado? E o principal, onde estava seu filho? Seu herdeiro.
Eram tantas perguntas sem respostas, tantos questionamentos que o afundavam em sua própria mente, tantas dúvidas e variáveis que erguiam-se, que ele mal percebeu quando seus seguidores caíram inconscientes com o descontrole mágico que rodeou as ruínas, se sobrepondo aos resíduos de sua própria magia.
"Idiotas." Murmurou Voldemort em um misto de irritação e descrença, beirando a histeria ao ver os corpos desacordados ao seu redor.

Tom não precisou de muito para compreender que havia mais alguém na ilha com eles, ou que a tal pessoa era a variável em seus planos - os traços mágicos confirmavam isso por si só - ele só não sabia quem a pessoa era. Ao menos por hora.
A assinatura mágica era familiar a si, embora agora mesclada minimamente a sua própria, o trazia o sentimento de familiaridade. Pertencimento.
Ele poderia achar o bruxo facilmente com base apenas nisso, seria demorado, mas ele o faria para ter seu herdeiro de volta. E verdade seja dita, se esse bruxo não desejava a morte por uma linda luz verde esmeralda, era bom que seu filho estivesse bem, e vivo.

"Tom! Tom! O que aconteceu? Por que eu não sinto nada diferente em Bella?" Bombardeou Nagini assim que o herdeiro Slytherin aparatou novamente para a Riddle Manor, seus olhos reluzindo em carmim.
"Lhe explico mais tarde Nagini." Sibilou Tom em baixa voz, evitando dirigir sua raiva a sua familiar, preferindo volta-la a qualquer outro. Inclusive ao grupo desmaiado a seus pés.
"Levantem-se idiotas!" Ralhou após alguns segundos os observando, notando que os corpos largados em seu chão estavam despertando.
"Sinto em dizer Mi Lord, mas não acho que isso será possível." Segredou o herdeiro Prince com um sorriso cruel, sarcasmo pingando de suas palavras.
"Ainda que me machuque, tenho que concordar com ele." Concordou Rabastan em um tom dramático, recebendo um concordar risonho de seu gêmeo.
"Inúteis." Murmurou seu Senhor em um falso tom choroso, abandonando seu glamour, revelando seus olhos azuis manchados pelos vermelhos. Atraindo a atenção de seu Círculo Interno.
"Mi Lord-" Iniciou Narcisa, mas o simples abano da mão de seu Lord a calou.
"Bebam isso, os quero em seus melhores estados para nossa conversa." Decretou Voldemort, finalizando a discussão. Um sorriso maldoso adornando seus lábios.
"Estamos fodidos." Chorou Rodolphus dramaticamente, bebendo o líquido de um dos frascos. Pouco se importando com o gosto horrível que atravessou-lhe a garganta.
"Irei encomendar os caixões, todos sob medida é claro." Brincou Régulos em uma falha tentativa de distrair seus companheiros e a si mesmo.

"Agora que todos parecem decentes e despertos, vou esclarecer tudo. Primeiro, um imprevisto ocorreu durante o ritual, como vocês já descobriram o feto não foi transferido para Bella." Iniciou seu Lord ao que todos se acomodaram, tendo Nagini enrolada em si. Que sibilava vez ou outra em compreensão.
"Segundo, havia outra pessoa lá, o responsável pelo descontrole mágico que os desmaiou. E terceiro, suspeito que essa pessoa está com meu herdeiro." Finalizou o Lord com seus olhos completamente escarlate, refletindo a raiva que se apossava de si.
"Como o acharemos meu Senhor? O bebê correrá perigo se não for alimentado com sua magia!" Ralhou Fenrir grosseiramente, crianças sempre foram o fraco do lobisomem.
"Eu sei, contudo a assinatura mágica do indivíduo é única, e tenho certeza de que a conheço. Será fácil achá-la uma vez que eu a procure pessoalmente." Revelou seu Líder impassível, mas era possível ver a raiva refletida em seus olhos.
"O que faremos enquanto isso meu Senhor?" Perguntou Lucius cautelosamente.
"Vocês virarão a Escócia de cabeça para baixo, obviamente. Quero uma lista com todos os bruxos, seres mágicos e trouxas que já colocaram o pé naquele país nos últimos 3 meses." Ditou sem delongas, sabendo das capacidades de seus seguidores.
"Com sua licença." Pediu Severus primeiro, decidido a iniciar pelos meios trouxas de transporte, sendo o mais próximo de familiarizado com eles. Tendo os gêmeos o seguindo.
"Com sua licença também." Pediu Fenrir segundos depois, decidido a entrar em contato com todos os seres mágicos existentes na Europa. Sendo seguido por Régulos.
"Com sua licença." Pediu agora Lucius, segurando delicadamente na mão de Narcisa - que chamou a Bella. Visando a alfândega e os meios de transporte bruxo.
"Eles saíram da propriedade Tom." Sibilou Nagini tristemente, sentindo pelo vínculo a tempestade que eram os pensamentos de seu mestre.
"Obrigado Nagini." Agradeceu Tom antes de deixar sua magia correr solta, destruindo tudo num raio de 3km ao redor da Riddle Manor, evitando apenas a própria construção.
"Pode chorar criança, estarei aqui a todo momento." Sibilou carinhosamente sua amável familiar, comprimindo-o em um abraço. Confortando-o a seu próprio modo.
"Levaram meu herdeiro, meu filho, Nagini! Meu sangue foi tirado de mim!" Balbuciou o Lord com a voz embargada, a ansiedade o dominando. Podia ser um Lord das Trevas, mas era seu filho quem havia sido levado. Seu único filho.
"E eu sei que você vai encontrá-lo Tom, inclusive o ajudarei com o máximo de minhas capacidades minha criança." Sibilou a cobra em um sibilar amoroso, desejando poder secar as lágrimas de seu amado filhote.
"Durma um pouco criança, quando acordar terei notícias." Prometeu a serpente assumindo sua forma humana, usando-a para guiar seu contratante até seus aposentos, deixando-o aos cuidados de Morfeu - deus do sono, e representação dos sonhos, na mitologia grega.
"Pobre criança, farei o possível para encontrar seu filhote." Sibilou Nagini uma última vez, dirigindo seu olhar pesaroso para seu inegável filhote, retornando a sua figura ofídica e saindo da propriedade. Ignorando o que restara da floresta que contornava a propriedade.

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