Capítulo 5

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"Potter." Cumprimentou-o Snape ao que o menino adentrou sua sala, pronto para sua detenção.
"Professor Snape." Cumprimentou-o em retorno o aluno, temeroso pelos acontecimentos ainda recentes daquela madrugada - alheio aos planos do pocionista.
"Organize-se e execute a poção que está no pergaminho, não erre, pois você é quem irá bebê-la." Avisou-o o professor com sua típica face estoica ao acenar para o pergaminho e os ingredientes no fim da sala, analisando-o com olhos ansiosos.
"Sim Sr." Murmurou o menino que dirigia-se até o pequeno caldeirão, analisando as instruções no pequeno pergaminho.
"Senhor, qual é essa poção exatamente?" Perguntou-o o Potter ao selecionar os ingredientes que seriam necessários - nitidamente curioso.
"Concentre-se, se você executa-la bem eu lhe darei a resposta." Respondeu-o o pocionista, ciente de que a curiosidade era o maior incentivo para seu aluno impulsivo. E reduziria - as gritantes - chances de seu pequeno plano falhar por descuido do jovem.
"Sim Sr." Respondeu-o o herdeiro Potter, concentrando-se unicamente no que fazia - curiosidade refletida em seus olhos esmeralda.

"Professor Snape, eu terminei." Avisou Harry ao engarrafar a última parte do líquido que preenchia o caldeirão, este que - para surpresa de Severus - continuava inteiro. Um sinal de que o menino não havia falhado drasticamente.
"Ótimo Potter, agora beba-a." Incentivou-o o herdeiro Prince - seu olhar analítico no menino.
"Funcionou?" Perguntou Harry após beber, incerto de quais seriam os efeitos colaterais da poção que ele sequer sabia o nome.
"Paciência Sr. Potter." Ralhou - ou brincou? - o professor. Também ansioso pelos efeitos da poção.
"Era para isso acontecer?" Questionou-o Harry assim que o brilho dourado fez-se presente, envolvendo seu corpo - concentrando-se em seu estômago.
"Certamente. Parabéns Sr. Potter, você concluiu com sucesso a poção." Parabenizou-o Snape - pela primeira vez na vida - evidentemente perplexo com a visão.
"Brilhante! Agora se não for incômodo, o Sr. poderia me dizer o nome dessa poção?" Pediu-o novamente Harry, confortável com o calor que aquela luz trazia, mas sem perder sua curiosidade.
"Antes que eu o responda, aconselho que você se sente Potter." Recomendou o Prince, apreensivo com as possíveis reações que Harry poderia ter.
"Essa poção em específico é pouco conhecida, mas tem os mesmos efeitos e propósitos da poção Gravitatis." Iniciou após o menino sentar-se, atento a suas expressões - faciais e corporais.
"Espera, essa não é a poção usada para identificar gestações?" Interrompeu-o o menino, abismado - ligando um ponto a outro.
"Sim." Respondeu-o simples, sabendo que postergar não resolveria o problema.
"Então, eu?" Questionou-o Harry, levando - inconscientemente - suas mãos a seu ventre. Protegendo-o.
"Sim." Afirmou mais uma vez, vislumbrando a confusão que apossava-se de seu aluno.
"Mas como? Eu nunca nem o fiz!" Confidenciou-o o jovem herdeiro, desacreditado - sua magia oscilando a sua volta.
"Eu entendo seu desconforto Harry, mas eu devo pedir para que você se acalme. O castelo não resistiria a outro descontrole seu." Pediu-o Severus, seu tom calmo e leve ao brincar com o motivo de Harry estar detento - ato que envergonhou o menino, distraindo-o por tempo suficiente para que sua magia se acalmasse.
"Agora que você está mais calmo, aceita ouvir minha breve explicação?" Perguntou-o Snape ao olha-lo, sua postura novamente séria.
"Não que eu tenha outra escolha." Murmurou Harry, em resposta - sua expressão tornando-se amarga, assim como sua boca.
"Nós sempre temos, pirralho. Eu ao menos o darei liberdade sobre as suas." Respondeu-o o Prince, sua voz suave - acalmando o mais novo entre os dois.

"Brilhante!" Lamuriou-se Harry em um falso tom de alegria, cinismo pingando de suas palavras.
"Essa certamente não é uma reação que eu esperava." Desdenhou o pocionista, brincando ao desfazer parte das barreiras que agora cercavam seu escritório - deixando apenas as de privacidade e silêncio.
"Espera, se essa é a verdade, então eu presenciei o ritual sendo executado." Deduziu o jovem em alta voz, sua mente trabalhando.
"Correto." Concordou Severus, curioso com o rumo dos pensamentos de seu aluno.
"O ritual de transferência em específico, cujo a taxa de sucesso é igual ou inferior a 2%." Continuou o herdeiro Peverell, buscando em sua mente detalhes sobre o rito.
"Correto novamente, 10 pontos para a Grifinória pelo conhecimento em ritos e passagens antigos." Anunciou o professor, contendo seu orgulho - ou ao menos tentando.
"Eu até te agradeceria, mas agradecer por ainda estarmos vivos me agrada mais." Brincou o Potter, embora suas palavras - obviamente - fossem venenosas.
"A propósito, quem foi o néscio que teve essa ideia?" Perguntou ácido a Severus, curioso para saber o alvo de seus xingamentos.
"Não acho sábio chamar o Lord das Trevas desta maneira." Gracejou Severus, divertindo-se com a falta de autopreservação de seu aluno - não que ele fosse admitir isso.

"Severus, como ele está? Digo, o bebê." Perguntou-o o Peverell em dado momento, mudando completamente o rumo da conversa que tinha com Severus - não que o pocionista se incomodasse com isso.
"Gostaria de descobrir?" Perguntou-o o Prince em resposta, animando-se com a animação do outro. Dando início a uma série de exames.
Nenhum dos dois saberia dizer quando os honoríficos - e os insultos - foram deixados de lado, não que eles se importassem com isso. Ambos sentiam-se confortáveis com a presença um do outro - e isso era o suficiente para eles.

"O bebê está ótimo, Harry. E você também." Anunciou o Prince ao ler os diagnósticos e prognósticos, analisando os sinais de ambos.
"Seus sinais estão estáveis por hora, mas logo ele precisará de vocês dois, a magia de ambos é necessária para o desenvolvimento do núcleo mágico dele. É incrível ele continuar saudável com a ausência do Lord." Concluiu o adulto, incerto sobre o que estava mantendo o bebê vivo - embora grato pelo mesmo motivo.
"Incrível, não é mesmo?" Divagou o menino em falso tom de perplexidade, desviando os olhos de seu professor - fazendo-se de mal ator.
"Explique-se pirralho." Pediu o pocionista - a seu próprio modo.
"Eu posso, ou não, ter núcleos gêmeos." Admitiu o menino, ciente de que esse fenômeno não era visto a mais de 70 anos - créditos às suas horas de leitura.
"Morgana me ajude! Você herdou isso, correto?" Questionou Snape, curioso com o fato disso nunca ter sido revelado - mas abstendo-se da pergunta.
"Sim." Confirmou Harry em um sorriso - alegre por saber que essa herdade provinha de sua família materna.
"Interessante, terei que pesquisar sobre isso." Murmurou o Prince em resposta, adicionando esse novo item a sua - extensa - lista mental.
"Permita-me adivinhar, você suspeita que essa foi a causa da anormalidade no ritual, ou ao menos parte dela, e que o bebê herdará isso." Perguntou-o o Potter em divertimento, sua sobrancelha arqueada - desafiando-o a dizer que ele estava errado.
"Correto mais uma vez, devo dizer que estou impressionado Sr. Potter." Elogiou-o o pocionista, satisfeito com a cobra escondida em meio aos leões.
"Possuo muitos encantos." Gracejou o menino em contrapartida - exaltando-se.
"Certamente. Mas sinto em lhe dizer que seus núcleos gêmeos não serão o suficiente para suprir as necessidades do bebê, e eu temo o que isso fará com você se você seguir sem a magia de Voldemort. Compreende isso criança?" Perguntou-o quando as breves risadas cessaram, assumindo novamente uma postura mais séria - embora sua voz continuasse calma, paternal.
"Com a sua franqueza, fica difícil até mesmo tentar manter-se ignorante." Respondeu-o dando-se por vencido, não adiantaria fingir ignorância - embora a ideia lhe parecesse tentadora.
"Grifinório impertinente." Acusou-o Severus, seus olhos revirando-se em suas orbes.
"Sonserino astuto." Devolveu-o Harry, mostrando-lhe a língua - um claro ato de maturidade.
"O que você fará agora?" Questionou-o quando os as provocações cessaram.
"Não tenho certeza, pelo menos ainda não. Mas eu sei que não quero que o tirem de mim, ele já faz parte de mim, de quem eu sou." Respondeu-o seu aluno, enchendo-o de orgulho.
"Isso já é algo. E por respeito a isso, não direi nada ao Lord por hora." Prometeu-o ao mais novo, tranquilizando-o.
"Obrigado por entender." Agradeceu-o o Peverell.
"Eu sempre tentarei te entender Harry, mas agora, limpe essa bagunça. Você ainda tem 20 minutos de detenção para cumprir." Prometeu-o novamente, antes de manda-lo voltar a seus afazeres - encerrando a conversa, mas mantendo o clima leve no ambiente.
"E eu achando que teria tratamento especial." Lamentou-se - falsamente - o Potter, dramatizando ao máximo sua situação.
"Grande ilusão a sua, ainda precisa limpar o caldeirão." Informou-o Severus, indicando-o o objeto - divertindo-se com seu drama.

Suas habilidades eram exímias, sua capacidade a frente de seu tempo, seu entendimento muito acima da média, e sua compostura era exemplar. Ou ao menos assim era considerado.
Severus lembrava-se vagamente da ordem dos fatos - créditos a Harry, por induzi-lo a isso.
O homem recordava-se de ministrar suas aulas, de tirar pontos das casas adversárias de suas cobras - um velho hábito adquirido com o tempo - de discutir com Dumbledore e de xinga-lo de cabra caquética, mas o pocionista desconhecia como acabara ali, em frente a 5 grifinórios, com 4 deles o olhando com expectativa - causando-o calafrios.
"Eu mereço." Murmurou Severus, negando-se a acreditar no que via - ou que aqueles 4 estavam em seu escritório.
"Hazz, o que fazemos aqui? Esperávamos ouvir respostas, não descobrir que você e o professor Snape possuem uma trégua. O que é louvável, não me entenda mal, mas a pergunta continua sendo: O que viemos fazer aqui?" Iniciou Hermione, sempre a mais sensata - "Um corvo em meio aos leões", concluiu Severus.
"Resumidamente, eu estou grávido. E três vezes na semana eu venho ao escritório do professor Severus para saber como meu bebê está se desenvolvendo." Respondeu Harry calmamente, chocando seus amigos - sorte eles estarem sentados.
"Quem foi o maldito? Vamos Harry, nos dê um nome!" Exigiram os gêmeos, suas mãos fechadas em punhos e suas expressões sombrias - evidenciando sua raiva.
"Isso é um pouco mais difícil de explicar." Continuou o Peverell, sua voz hesitante.
"Como? Diga logo o maldito nome!" Pediu agora Rony, seu rosto em fúria - teorizando os piores cenários.
"Foi o Diggory?" Questionou-o repentinamente Fred, calando os presentes com apenas uma pergunta - capaz de capturar a atenção até mesmo do pocionista que olhava-o alarmado.
"Céus, Merlin, não! Não foi o Cedric." Prometeu-os Harry, temendo pela vida de seu amigo lufano.
"Então quem foi? Diga-nos para que possamos mata-lo." Confidenciou-o George, suas mãos fechadas em punhos, mas seu tom de voz manso.
"A decisão é sua Potter." Assegurou-o Severus, mantendo-se neutro - confiaria nas decisões de Harry.
"A história é longa, estupidamente longa, mas em resumo, o pai do bebê é o Lord Voldemort." Esclareceu-os Harry, aliviado por ninguém ter morrido no processo - ou quase isso.
Hermione encontrava-se estupefata, paralisada para ser mais exata. Rony encontrava-se desmaiado, babando no chão de Severus. E os gêmeos? Ah, esses encontravam-se rindo histericamente, trocando galões.
"Poderia ter sido pior." Brincou Snape ao levantar-se, limitando-se a essa única provocação. Pronto para iniciar os exames em Harry e no bebê

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