Capítulo 3

1.5K 185 11
                                    

Nagini havia ficado dias fora, rastreando os sinais mágicos residuais que ficaram no castelo, identificando-os e seguindo-os um por um. Visando a sutil mistura da magia de seu filhote com a magia do desconhecido.
"Finalmente! Tom ficará maravilhado." Comemorou Nagini ao identificar o que tanto buscava, sibilando em alegria enquanto retornava para seu contratante. Encontrando-o imerso em pilhas de livros.

Tom por outro lado, havia acordado pouco depois da saída de sua familiar, incapaz de descansar sabendo que seu filho estava em algum lugar desconhecido por si. Novamente.
Sua mente conturbada o exigia respostas, e focando apenas nisso ele se debulhou em seus livros, revisando todos os passos do ritual. Lendo todo e qualquer livro que o mencionasse - o que para sua surpresa, eram muitos.
"Finalmente!" Lembrava-se de ter comemorado sua pequena conquista, após alguns dias - ele não sabia quantos exatamente - ele finalmente havia achado algo sólido, que explicava o porquê do feitiço ter sido alterado.
Em resumo, o Ritual de Transferência - Transferentia, no original, latim - exigia que o executor, quem realiza o ritual, tivesse parentesco sanguíneo com o feto transferido. De preferência de primeiro grau.
Outras exigências seriam a compatibilidade mágica - entre o executor, o feto e o indivíduo que receberia o feto - a capacidade mágica, a exímia execução e liberação mágica, e por fim, o consentimento de quem o recebia. Pois a criança passaria a ter seu gene. Bellatrix havia concordado com tudo, estava ciente das consequências, então por quê? Por que o ritual havia sido malsucedido? Ah sim, o livro o explicou isso alguns parágrafos depois.
Exceções - raras, mas não impossíveis. Sobre circunstâncias específicas, onde a compatibilidade mágica se sobrepunha ao consentimento.
Em outras palavras, o indivíduo que agora carregava seu herdeiro, possuía uma magia que complementava a sua própria, fortalecendo-a e expandindo-a, rivalizando e contrastando com todo seu poder. E outro ponto a ser destacado, o ritual não concedia a capacidade de gerar, apenas transferia o bebê para indivíduos capazes de fazê-lo. O que reduzia sua lista a todas as mulheres bruxas, e a homens bruxos capazes de gerar - algo que havia tornado-se raro devido o enfraquecimento da magia.
E o que diminuiria a lista drasticamente - para sua alegria - o indivíduo precisaria ter uma magia que rivalizava com a sua, o que convenhamos, não era algo comum.

"Tom! Tom! Eu o encontrei! Encontrei!" Sibilou Nagini ao contornar a pilha de livros que o rodeava, enrolando-se confortavelmente em seu corpo. Saudando-o. Interrompendo suas pesquisas.
"Como? Onde?" Questionou o Lord abandonando seus livros - já possuía suas respostas - e voltando seus olhos para sua familiar. Não suportaria outra pista que não daria em nada.
"Agradeça-me corretamente Tommy! Ele esta na costa leste escocesa, em uma propriedade antiga em Dundee - quarta maior cidade da Escócia." Gracejou a serpente em um sibilar contente, feliz com seus próprios feitos.
"Obrigado Nagini." Agradeceu o - sorridente - Lord das Trevas. Verdadeiramente grato por ter Nagini como familiar.

"Quero que vocês reduzam as buscas apenas para a costa leste da Escócia, focando-se em Dundee e suas redondezas." Anunciou o Lord ao que seu Círculo Interno adentrou seu escritório, ciente de seus avanços individuais. Que obviamente não resultaram em nada.
"Deduzo que Nagini teve envolvimento nisso." Deduziu Severus de forma certeira, julgando a situação como um todo.
"Obviamente." Concordou seu Senhor simples, não escondendo o orgulho que sentia de seu familiar.
"Outro ponto, foquem-se em buxos com capacidades mágicas relevantes. Isso com certeza diminuirá suas listas." Continuou falando com calma, listando as poucas características que lhes permitiriam acelerar as buscas.
"E por último, os quero aqui novamente em 2 dias. Nagini suspeita ter achado a residência daquele que possui meu filho." Finalizou em mesmo tom, dispensando-os em seguida. Havia muito que preparar.

"Por aqui criança, o rastro segue por aqui. Mas as proteções os impedirão de seguir adiante." Sibilou Nagini ao que todos aparataram em Dundee, guiando-lhes pelo caminho já conhecido por si.
"Preparem-se, desta vez suas falhas resultarão em suas mortes." Avisou-os Voldemort em um claro tom de ameaça. Seguindo os rastros de Nagini.
Seus seguidores nada disseram, apenas o seguiram em completo silêncio, concentrados em seu objetivo e nos sinais mágicos a sua volta. Atentos a tudo e a todos.
O caminho em si não foi longo, mas as barreiras se mostraram complexas - antigas - e eficazes. Repelindo-os quando chegavam próximo de mais.

Quando as proteções cederam - depois de mais de uma semana de tentativas e estudo - o Lord adentrou a propriedade junto de seu pequeno grupo, encontrando-a vazia. Embora o sentimento de familiaridade permanecesse.
"Nagini, localize-o de novo. Encontre-o!" Sibilou o Senhor das Trevas ao não encontrar nada que lhe indicasse quem residira na propriedade, nada que indicasse quem carregava seu filho no ventre.
"Não precisava nem pedir criança, já o estou rastreando." Concordou sua familiar, rondando o interior da construção em busca do último traço mágico. Encontrando-o no hall de entrada.
"Mi Lord, infelizmente terei que me ausentar das buscas a partir de hoje. O ano letivo está prestes a iniciar e ainda temos o problema do desaparecimento do Sr. Potter." Desculpou-se Severus em um tom comedido de culpa, sentindo-se amargo por não poder ajudar mais seu Senhor.
"Eu compreendo Severus, é necessários manter as máscaras. Mais alguém se ausentará?" Perguntou o Lord por fim, compassivo com seu Círculo Interno, cansado de mais para obriga-los a conciliar tudo.
"Não Mi Lord." Responderam os demais em uníssono, tendo o vislumbre de um leve repuxar na expressão de seu Lord.

"Tommy! Criança! Filhote!" Sibilou - ou talvez cantarolou? - Nagini contente ao adentrar os aposentos de Tom, encontrando-o imerso em outra pilha de livros. - "Típico", pensou ela.
"Nagini, se o sangue desse rato pingar no meu chão, eu juro que eu corto seus lanchinhos noturnos!" Ameaçou o Riddle ao elevar seus olhos de um dos muitos livros que lia, encarando mortalmente sua familiar ofídica.
"Ora Tommy, não seja ingrato! Eu os achei novamente!" Sibilou Nagini, indignada com a possibilidade de perder seus preciosos lanchinhos. Sua diversão noturna.
"Se isso for sua forma de se livrar da culpa, saiba que seus lanchinhos estarão em jogo." Informou Tom, seu olhar mordaz dirigido ao rato quase morto que sua familiar exibia.
"Criança ingrata, eu nunca brincaria sobre o paradeiro do seu filhote!"" Sibilou a cobra descontente, dramatizando o máximo que conseguia.
"Nesse caso, triplicarei seus lanches noturnos. Algum pedido em específico?" Idealizou seu contratante, mais que apenas satisfeito com os esforços de sua familiar.
"Os quero vivos, gostos de caça-los sozinha." Pediu a familiar em um sibilar manhoso, imaginando quais lanchinhos recheariam suas noites.
"Anotado, agora poderia me informar o paradeiro do meu filho." Pediu Tom, ansiando pela resposta. Pronto para ir buscar seu pequeno herdeiro.
"Claro! Ele está em Hogwarts." Sibilou Nagini em resposta, deleitando-se com o sabor de seu lanchinho. Não vendo o sangue que pingava no chão.
"Maravilhoso, agora que eu já sei onde ele está, vamos discutir seus lanchinhos noturnos." Sibilou o Lord, olhando mortalmente para o sangue que manchava seu chão.

Felizmente - ou não - Nagini não perdeu o direito a seus lanchinhos noturnos. Muito pelo contrário, Tom realmente os triplicou, mas os limitou aos aposentos da própria serpente - créditos a ela por ter achado seu herdeiro.

"Severus, creio que o interrompo." Comentou - ou brincou? - Tom ao adentrar os aposentos de Snape em Hogwarts, ambos desprovidos de seu próprio glamour.
"Nunca meu Senhor, é sempre uma honra receber sua presença." Afirmou Severus casualmente, sentando-se em uma poltrona e indicando outra a seu Lord.
"Apenas me faz questionar, o que o traz aqui?" Perguntou por fim o - curioso - herdeiro Prince.
"Exemplificando, meu herdeiro está aqui." Iniciou o Lord, divertido com o aparente choque de Severus.
"Aqui em Hogwarts? Mas, meu Senhor, se retirarmos o corpo docente, nos resta apenas os alunos." Exasperou o Prince, sua mente traindo-o ao pensar em um nome.
"Eu sei, mas Nagini não se equivocou. Meu herdeiro está dentro dos muros desse castelo." Afirmou o Lord, conformado com a possibilidade de que um aluno carregava sua prole.
"Receio que esse fato seja indubitável então." Cedeu o pocionista, sua mente novamente voltando ao nome de seu aluno.
"O Senhor tem algum nome em mente?" Perguntou Snape, buscando ter uma base para iniciar sua pesquisa - busca.
"Nenhum relevante, esperava que você me auxiliasse com isso." Pediu - a seu próprio modo - o Lord da Trevas.
"Oh, nesse caso, seria uma honra poder ajudá-lo." Garantiu Severus, feliz por poder voltar a ajudar seu Senhor. Ainda sentia-se culpado por ter abandonado as buscas.

"Creio que devo ir-me." Comentou seu Senhor após alguns minutos de conversa - talvez 1 hora. Certo de que Severus o avisaria sobre qualquer avanço em suas buscas.
"Certamente." Concordou Severus levantando-se, recolhendo as xícaras - já vazias - de chá e acompanhando seu Senhor até a lareira. Respeitosamente esperando-o usar a Rede de Flu.
"Boa noite, Severus." Desejou seu Senhor de modo cortês, cumprimentando-o com um acenar de cabeça.
"Boa noite, Mi Lord." Desejou em retorno o Prince, curvando-se em respeito ao seu Senhor.

Severus preparava-se para dormir - conformado que perdera algumas horas de sono - quando batidas soaram em sua porta.
O pocionista - a contragosto - dirigiu-se a mesma, levantando seu glamour no caminho, e abriu-a secamente. Encontrando um - esverdeado - grifinório.
"Sr. Potter?"

◆━━━━━━◆❃◆━━━━━━◆

Hey, princesses! Comment allez-vous?
Je vous aime (◍•ᴗ•◍)❤

1564 palavras.

TransferentiaOnde histórias criam vida. Descubra agora