Capítulo 04

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Maria Luísa

Depois de muito chorar, subi para meu quarto. E que merda viu, tudo aqui me lembra o Rodrigo.

Joguei no lixo todas as nossas fotos e tudo que me recordava a farsa que aquele cretino foi. Minha mãe, tão amável, me acompanhou o tempo todo.

Hoje toda minha expectativa em ter um dia perfeito se tornou um pesadelo.
Me olho no espelho e nossa, eu estou horrível, mas por dentro eu estava ainda pior, destruída e desolada.

Soube ainda, que a Flávia havia pedido demissão ontem e hoje não apareceu, ainda bem, espero nunca mais ter que olhar pra cara dela. [...]

De repente escuto uma gritaria, e a voz da Lore, desci as escadas correndo e quando cheguei na sala, me deparei com ela e o Rodrigo discutindo.

— Lorena eu não fiz nada, já falei

— Você não tem vergonha não, seu cara de pau do caralho.

— Lore, deixa, não perde seu tempo. Eu falo com ele. - Falei me aproximando dele.

— Amor, eu não sei o que está acontecendo, eu cheguei aqui e ela já veio me atacando. - Ele se aproximou, quando estava próxima o suficiente, dei um tapa em seu rosto, com toda minha força.

— Desgraçado! - Senti minha mão arder.

— Que porra é essa Malu. O que foi isso?

— O que foi isso? COMO VOCÊ TEVE CORAGEM SEU FILHO DA PUTA, VOCÊ ME TRAIU E AINDA FINGE QUE NAO SABE DE NADAA - Fui socar ele, mas sendo ele mais forte, me empurrou e se não fosse a Lore atrás, eu teria caído no chão.

— Você enlouqueceu? - Me olhou com raiva.

— ENLOUQUECI PORRA NENHUMA. VOCÊ É UM DESGRAÇADO RODRIGO, ME TRAIU COM A FLÁVIA EMBAIXO DO MEU NARIZ.

— Aquela filha da puta... Você não pode acreditar no que ela falou, ela é uma mentirosa. Acredita em mim, eu te amo, nós estamos noivos, vamos nos casar porquê somos felizes juntos. Aquela falsa da Flávia nos inveja e por isso armou isso. Meu amor acredita em mim.

— Cala a boca Rodrigo, não tem explicação para o que nós vimos. - Lore falou com raiva.

— Eu.. eu posso explicar, eu te amo Malu.

— Explicar o que? Que você estava transando com a minha amiga? Que você engravidou ela, ISSO TEM EXPLICAÇÃO SEU MERDA? - Eu queria mata-lo, a raiva que eu estava sentindo, queria que ele sentisse ao menos um pouco da minha dor.

Mas por bem a Lore me segurava e não deixava eu avançar. Minha mãe tinha ido em sua casa e voltou na hora certa com um segurança.

— Rodrigo é melhor você ir embora daqui e nos faz favor, de nunca mais aparecer em nossas vidas. - ela chegou falando.

— Me perdoa, tem algo de errado, Roberta vocês não podem acreditar nas palavras daquela falsa.

— Nós vimos tudo Rodrigo, para de mentir, me dá nojo só de lembrar. Vimos o teste de gravidez da Flávia. Eu confiei o teto da intimidade da minha filha à você e para aquela inútil da Flávia e foi dessa forma que vocês nos retribuíram.

— Eu não tenho filho nenhum com aquela vadia, desgraçada, fez tudo isso e ainda sumiu só pra não tirar aquela coisa. - Falou baixo mas dava pra ouvir.

— Você é ainda pior do que eu imaginei. SOME DAQUI. - Falei com raiva.

— Para de falar assim comigo, Eu te amo. - Tentou se aproximar mas o segurança o impediu.

— Chega Rodrigo, vai embora agora! Antes que eu perca o pouco de equilíbrio que me resta com você. - Roberta fala se exaltando.

— Eu não saio daqui até a Malu me perdoar, eu te amo, não acreditem na Flávia, eu te amo Malu, nós vamos casar, você é a única que eu quero ter um filho.

— EU TE ODEIOOOOO, SOME DA MINHA CASA, SOMEEE - Gritei com tanto ódio, depois de tudo ainda tem coragem de dizer que me ama. Comecei a chorar novamente e a Lore me abraçou.

— Some daqui agora Rodrigo, agora basta! E se você chegar perto da minha filha outra vez eu juro pelo o amor que eu sinto por ela, que você vai se arrepender. - Minha mãe falou forte e bravamente e alguns segundos depois, escutei a porta se abrindo e fechando.

Caí sobre minhas pernas, apoiada por Lore. Chorei com toda minha alma, como se tudo que eu acreditasse na vida, tivesse ido por ralo abaixo. Era o homem que eu amava indo embora da minha vida pra sempre e levava com ele, meu sonho de formar uma família perfeita e feliz.

— Fica assim não filha, isso vai passar, você é forte, a mamãe tá aqui do seu lado. - Ela fez carinho em minhas costas. [...]

— Eu preciso arrumar minhas malas - falei depois de um tempo aconchegada no colo da minha mãe.

— Que malas Malu? Você não precisa ir, deixa que eu vou no seu lugar, ou remarcamos. - Lore falou e deu um sorriso fraco.

— Não, eu vou, preciso trabalhar e ficar longe dessa casa cheia de lembranças. Preciso respirar vida, porque o que to sentindo por dentro, está matando a Malu que eu sempre fui - Falei me levantando.

— Eu te entendo filha, você tá certa e é desse jeito que se fala. Você vai respirar uma nova vida e vai se reerguer. Vamos, eu te ajudo! - Minha mãe falou e subimos pro meu quarto.

Depois que minhas malas estavam prontas e organizadas, entrei no meu Instagram e fiz um limpa, apaguei todas as fotos, curtidas, comentários. Todos os vestígios do Rodrigo e da Flávia, bloqueei os dois e privei minha conta.

Apesar do meu dia ter sido horrível, a noite meus avós chegaram aqui em casa, eles vieram mesmo a comemoração tendo sido cancelada, não aceitaram não me ver nesse dia excepcional, foi assim que eles intitularam meu dia, fantásticos meus avós. Jantamos em família e nos curtimos muito.

O carinho que recebi, me preencheu demais. Eu não sei como estarei amanhã, mas olhando pra família que tenho, não me resta dúvida que sempre estarei bem amparada por eles.

E meu sonho de formar a minha família? Por enquanto ficará guardado na gaveta, não sei se tenho condições de confiar em outro homem como confiei no inescrupuloso do Rodrigo. Me resta viver e aproveitar. É como diz o ditado: "Se a vida ter der limões, faça uma limonada." E de preferência, beba com caipirinha.

Vou dormir com a ajuda de um tranquilizante da vovó, não queria pensar em mais nada e logo cedo acordo pra viajar.

Vida nova me espera, agora é assim: Viva la vida baby!

Dia seguinte.

Como de costume, já se tornou normal os vôos atrasarem, com 2 horas de atraso cheguei em São Paulo capital e pra ajudar o trânsito aqui é muito rápido, só que não.

Cheguei no hotel, fiz o check-in e subi correndo para meu quarto, me troquei rapidamente, tinha que chegar no congresso em 30 minutos, ainda bem que o local fica perto do hotel.

Sai do quarto, entrei no elevador e o Uber tinha chego. Saindo do elevador meu celular vibrou, olhei e era a Marcela, responsável pelo evento, me perguntando se eu estava indo, a respondi e do nada senti uma forte dor em meu ombro.

— Aiii - reclamei
— Você tá cego? - Falei olhando pro homem que esbarrou em mim.

— Uai - respondeu baixo e ficou me olhando. Eu mereço mesmo!

— Vê se olha por onde anda, caramba! - Falei e sai do hotel.

E finalmente partiu congresso.

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"A apunhalada nem doeu, o que doeu foi ver quem apunhalou."

lutrios

Ela & Ela | Ricelly Henrique Onde histórias criam vida. Descubra agora