Capítulo 11

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Ricelly Henrique

Algumas semanas se passaram.

Voltando pra casa após um fim de semana intenso de show, vejo Helena correr em minha direção.

Como sempre com o sorriso no rosto, me abraça apertado.

— Oi filha, papai estava com saudades. - Falei pegando ela no colo e enchendo de beijos.

— Papai, papai - Falou repetindo mostrando o quanto estava feliz em me ver.

Me sentei na varanda e fiquei um bom tempo ali com Helena, tentando entender umas palavras que ela ainda não fala certo.

— Mamãe - Apontou para Amanda que estava parada em um canto nos observando.

— Oi Amanda. - Falei normal e já me arrependi por ela estar de cara fechada.

— Só percebeu que eu estou aqui agora?

— Não, já tinha te visto.

— Hum, pensei que era invisível pra você. - Respirei fundo.

— É que não estou com paciência pra olhar pra sua cara fechada, prefiro ver o sorriso de Helena.

— E me diz quando você tem paciência pra mim?

— Já vai mesmo começar? Deixa eu chegar primeiro.

— Eu não estou começando nada, é você quem não me nota, não sente minha falta... - Falou e começou a chorar.

Respirei fundo, coloquei Helena no chão e fui até ela.

— Amanda, por favor, eu acabei de chegar, já ia falar com você. - Dei um beijo em sua testa e um leve abraço.

Não é nada bom Helena vê-la assim e muito menos o bebê sentir tantas emoções.

— Vamos dar uma trégua, por favor. - Ela não se moveu, apenas ficou quieta.

Ergui seu queixo e dei um selinho nela, mas fomos interrompidos por Helena grudando em nossas pernas.

Ela nos olhava esticando os bracinhos e resmungando algo. Rimos da cena.

— Vou tomar banho, tá? - Ela concordou e parecia já estar melhor.

Subi para o quarto e ela ficou brincando com Helena na sala.

As horas até que passaram rápido, Amanda foi ver algo com a Moh e as crianças e Juliano foi atrás do pai lá em baixo ver os animais.

Queria ver minha mãe, e soube que ela tinha feito as pamonhas maravilhosas que só ela sabe fazer.

— Fala minha rainha - A encontrei na cozinha.

— Oi príncipe, estava te esperando. - Nos abraçamos.

— Já sabia que eu viria né? O cheiro tá dando pra sentir longe.

— Senta, vou te servir filho. - Sorriu.

Me sentei e fiquei a observando.

— E essa carinha abatida? Nem o cheiro da pamonha tá dando jeito? - Sorri fraco.

— São as mesmas coisas de sempre. - Falei breve e ela me observa enquanto me serve.

— Por isso não concordava com esse casamento desde o início, os dois sofrem.

Continuei de cabeça baixa comendo e a ouvindo falar.

— Poderia ao menos dar mais atenção a ela, ela está grávida e precisa de você. Mesmo que não seja fácil a convivência, tente.

— Eu sei mãe, eu tô tentando. Mas não está sendo fácil. - Suspiro e passo a mão no rosto e encaro minha mãe.

— Não é o que parece, vi vocês dois mais cedo na varanda.

— A senhora sabe que eu não consigo disfarçar meus sentimentos. Então o que eu tento consertar, muitas vezes acabo piorando.

— Tem que ter mais paciência, Ricelly, por seus filhos, que seja.

— Ô mãe, até parece que não me conhece, a senhora acha que eu não gostaria de viver bem com a mãe dos meus filhos?

— Sei que sim filho, mas tenho visto um esforço menor seu. Tem alguma coisa a mais acontecendo? - Ela fala e eu gelo.

Será que Juliano tinha falado algo pra ela?

— Claro que não mãe, não tem nada acontecendo. - Falo e me lembro imediatamente da Malu.

— Filho, tem certeza?

— Tenho mãe, fica tranquila. Eu só estou um pouco cansado disso tudo. - Sorri fraco e ela fez carinho em minha mão.

Por mais que eu quisesse compartilhar com ela sobre a Malu, não queria decepciona-la, sei muito bem o que ela pensa...

Voltei pra casa e Amanda tinha organizado um belo jantar com tudo que eu gosto.

Ela se esforçou pra me agradar, reconheço.

Minha mãe está certa, preciso trata-la melhor, tenho que me esforçar também, fazer minha parte. Amanda é a mãe dos meus filhos e eu preciso respeita-la.

Jantamos como uma família feliz que deveríamos ser.

Após o jantar coloquei Helena para dormir e fui para nosso quarto.

Amanda estava na cama apenas de lingerie preta, a cor que gosto, ela alisava a barriga passando algum creme.

— Helena dormiu rápido. - Pronuncia se levantando e vindo até mim.

— Sim. - Falo e quando percebo ela está com as mãos em volta de meu pescoço.

Começamos a nos beijar e penso em esquecer de nossas diferenças.

Ela me empurra até a cama e nos deitamos trocando carinho. Tiro minha camisa para ficar mais a vontade e nos beijamos mais uma vez.

O foda é que estou tentando, mas não consigo sentir tesão, enquanto ela já estava acesa.

Sinto sua mão percorrer por meu abdômen e descer até os botões de minha calça.

Porra Henrique, você já foi melhor.

— O que foi? - Amanda pergunta me alisando e eu suspiro frustado.

— Você não sente nem mais desejo por mim Henrique. - Bufa se afastando.

— Não é isso meu amor, eu só tô cansado da viagem.

— Mas isso nunca impediu você... Não precisa arrumar desculpa, está na cara. - Ela foi pra se levantar mas a segurei pelo braço, a puxando até mim.

—  Não, fica aqui. - Vou até ela e a beijo com calma.

Mas está foda, cada dia pior.
Maria Luísa não sai da minha cabeça.

Lembro daquele dia, do nosso sexo e de nossos corpos suados exalando desejo.

Trago a memória o que senti naquele dia e quando menos espero, estava excitado.

Como pode meu corpo reagir a ela, apenas com lembranças...

Fecho meus olhos e como não consigo esquecer da Malu, lembro dela para poder comparecer e assim dou a Amanda a melhor noite que tivemos nos últimos meses...

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"E na hora da cama
O corpo não aceita
A pele não esquenta
Nem beijar a gente beija

Respiro fecho os olhos
E já que eu não esqueço
Lembro de quem eu amo
E só assim eu compareço..."

lutrios

Ela & Ela | Ricelly Henrique Onde histórias criam vida. Descubra agora