Capítulo 03

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— Acorda Nessa! — Minha mãe gritou

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— Acorda Nessa! — Minha mãe gritou. Eu gemi e cobri todo o meu corpo com a colcha. — Já está na hora de ir para escola.

— Mais cinco minutos, mãe! — Pedi e ela tirou-me o cobertor.

— Mais cinco minutos e eu acabo com a tua mesada. — Minha mãe emendou e eu suspirei ainda de olho fechados. Lentamente abri os meus olhos e fechei novamente por causa da forte luz do sol.

— Mãe, hoje poderia ser tipo, um dia que você acha que não posso ir a escola. — Sugeri, erguendo o meu corpo e sentei na cama. — Por favor. — Pedi.

— Não Nessa. Ontem você esteve muito tempo fora? — Minha mãe perguntou. Estava encostada a minha porta.

— Não, apenas saí do museu, fui a praça dos apaixonados e, ah, visitei a praça da heroína. Apenas isso. — Respondi, saindo da cama. Calcei as minhas pantufas e passei as mãos no meu cabelo.

— Ok. É que chegamos cá e encontramos-te dormindo feito uma pedra, com o comando da televisão na mão e um balde de pipocas no chão. — Comentou a minha mãe.

— Estava com sono, a agitação da cidade tomou conta de mim e logo o cansaço se apoderou também. — Tirei a minha toalha do guarda-roupa, minha mãe abriu a porta do meu quarto. — Bom dia, mãe.

O dia de ontem foi pouco cansativo, a melhor parte foi quando eu fui no museu do amor a noite, pude ver a exposição, não vi tudo por causa do Lucca, bom, a companhia dele não foi desagradável de todo, foi bom ter alguém para conversar, mesmo que esse alguém é um estranho que você acha que o encantou com as palavras talvez mágicas do livro do são Valentim.

Entrei na banheira e liguei o chuveiro. A essa altura, ele devia ter esquecido do encantamento, se eu o encantei, e talvez não se encantou e apenas queria amizade.

Eu não era muito boa nisso e esse facto levou-me a ter apenas duas amigas que são também as minhas melhores amigas: Ruth e Dani. Elas sempre tentaram levar-me as festas, as fraternidades clandestinas, mas eu sempre preferi continuar no meu sofá assistindo romances e ler livros ou escutar as fanfics do meu pai. Ler o livro de receitas da minha mãe ou apenas chorar com eles comendo pipocas e assistindo Titanic.

Saí do banheiro com a minha toalha enrolada no meu corpo e caminhei apressadamente até o meu quarto. Sentei-me na penteadeira e abri a primeira gaveta a esquerda, tirei de lá uma escova rosa, o único presente que eu ainda tinha da minha avó.

Passei a escova no meu cabelo lembrando dos verões passados que estive na sua fazenda. Ela fazia-me tranças e cuidava de mim como uma bebé pequenina mesmo tendo catorze anos de idade naquela época.

Quando ela faleceu, os meus pais doaram a casa para o orfanato local e eu apenas fiquei com a penteadeira e a minha escova.

Entretanto, para mim a sua morte não é de toda dolorosa, eu sinto que ela está num lugar melhor que aqui na terra, cultivando ainda mais a sua bondade e caridade.

Enviado Pelo CupidoOnde histórias criam vida. Descubra agora