Acordei escutando o som dos pássaros chilreando. Ao menos tinham seres que acordavam felizes.
Levantei-me da cama e tomei um banho frio.
Vesti uma t-shirt branca e calças de ganga azul, passei gel nos meus cachos e coloquei a minha típica corrente de prata.
Olhei-me no espelho e esbocei um sorriso fraco. Eu estava totalmente destruído.
Saí do quarto e desci as escadas até o rés do chão. Eu odiava a auréola dessa casa. Toda ela negra e maldosa.
Mesmo tendo cores vivas e chamativas, essa casa nunca mais seria o meu refúgio, mas sim uma espécie de purgatório.
— Lucca! — o meu pai chamou-me, descendo as escadas. — como assim vais apresentar uma peça no sábado? — Ele estava vestindo um terno preto, os seus fios de cabelo para trás por causa do gel e o seu guarda-costas carregando a sua mala.
— Pai. — eu disse, olhando para ele. — Eu já estou ensaiando a um mês para essa peça de teatro e o senhor só está descobrindo hoje?
— Tu não me disseste, como o resto das coisas que descobri sozinho. — Meu pai disse e eu abanei a cabeça negativamente.
— Mas o Alfred sabia. O Alfred, o nosso mordomo pai.
— Mas tu pretendes mesmo subir em cima de um palco e atuar como príncipe encantado?
— É o que mais quero agora nesse momento. Poderei ficar ao lado da rapariga que eu amo.
— Ah, tens uma namoradinha e também não me contaste? — Meu pai perguntou sério e eu revirei os olhos.
— Pai, eu só vou pedir uma vez. Tenta ser mais próximo a mim por favor, todos os meninos na escola são deixados de carro com seus encarregados e eu só comecei a ir numa escola pública esse ano. Todos eles falam dos seus pais, menos eu, pois o meu não tem tempo para mim. Mas para a Stacy, uau, a filhinha preferida do papá você tem pai. Quando o Brunno está triste, você fala com ele, quando a Stacy está com nervos da universidade, você consola eles. Eu sou seu filho também pai. Se não me querias por seu fruto de uma traição poderias ter-me deixado com a minha mãe que por sua vez, você disse que ela estava morta, mas ela está viva e ela é uma cantora de bar em Portland. — Redargui e o meu pai mudou o seu semblante sério para uma expressão preocupada.
— Lucca, a noite teremos uma conversa privada no meu escritório. Agora vá para escola. — Meu pai declarou e eu saí de casa. Entrei no carro e esperei o meu motorista entrar no carro.
Nunca havia confrontado o meu pai, mas já bastava ficar olhando ele mimar os meus irmãos e me deixar de escanteio como se eu fosse o cachorrinho vira-lata do vizinho que invadiu o quintal. Poxa, eu sou o filho dele.
— Menino Lucca, sente-se bem? — Arnald, meu motorista perguntou, ajeitando o espelho retrovisor.
— Sim Arnald, está tudo bem. — Menti, olhando pra a janela. Eu estava muito nervoso. — Quando eu sair da escola, podes fazer-me um favor e levar-me a Portland?
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Enviado Pelo Cupido
Novela Juvenil🎖️Destaque do mês de setembro/2023 no perfil @WattpadRomanceLp 🎖️Destaque na lista de leituras: Romance adolescente do perfil @WattpadYoungAdultLP 🎖️Destaque na lista de leituras: Amor Jovem do perfil @WattpadRomanceLp Nessa Carter, sempre gostou...