Não vá para diretoria se tiver um ciclope como diretor

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CHARLOTTE

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CHARLOTTE

O doce Ensino Médio, com adolescentes irritantes, matérias super complicadas e pressão psicológica sem igual. Eu, Eloise e Manuella havíamos acabado de começar nosso segundo ano, havia tido pouco mais de um mês de aula e eu já não aguentava mais. Manuella por outro lado estava empenhada em fazer daquele o seu ano, lutando contra o TDAH para orgulhar o seu pai. E era exatamente isso que ela fazia no momento, sentada na primeira carteira anotando tudo que a professora dizia. O cabelo ondulado recém pintado de ruivo estava preso atrás da orelha para não atrapalhar e os óculos redondos escorregavam de vez em quando até a ponta de seu nariz. Eu era o oposto, sentada no fundo da sala com os fones de ouvido tocando AC/DC no máximo escondidos pelos longos cabelos pretos, e batucando na mesa. Não prestava atenção na senhora Wine e sim em Harry, o repetente problemático, que jogava bolas de papel em Eloise sentada na fileira ao lado. A garota ignorava, continuando o desenho que fazia.

Mas como eu não tenho sangue de barata, e jamais deixaria alguém tratar minha amiga assim, decido intervir. Discretamente abro meu caderno - a primeira vez no dia - arrancando uma das folhas e a  amassando para jogar no garoto irritante. Quando ela acerta os cabelos loiros curtos, ele se vira para mim completamente raivoso, então lhe dou um sorriso e um tchauzinho. Harry vira para frente novamente e repete as mesmas ações que eu havia feito alguns segundos atrás, revidando com outra bolinha de papel. Aquilo fez meu sangue ferver e quando dou por mim já estou sentada na secretaria esperando para falar com o diretor, Eloise e Manuella ao meu lado - o que não fazia sentido considerando que as duas não tinham se envolvido no conflito - e Harry na enfermaria com um nariz quebrado.

A porta da diretoria foi aberta e assim que o homem alto pôs o pé para fora sua careca reluziu com a luz do local, ele usava um terno mal feito e óculos escuros - algo bem estranho pra se usar dentro de uma escola, mas era assim desde que o ano letivo havia começado. Ele murmurou um "Entre" e abriu espaço para que passássemos. Manuella foi a primeira, suas mãos tremiam e ela estava mais pálida do que de costume, Eloise entrou logo após, estava distraída mexendo em suas tranças, e por último fui eu, nem esperei que o diretor voltasse e já comecei a defendê-las.

— Olha, senhor Wilson, minhas amigas não fizeram nada, nem deviam estar aqui. Só deixa elas voltarem pra aula e me diz quantos dias de detenção vão ser, beleza? – Já estava acostumada com aquela posição, não era nenhuma novidade já que vivia me metendo em confusões.

Porém, daquela vez, tinha algo errado. O diretor começou a rir, uma risada alta e maléfica, como aquelas que vemos os vilões fazerem nos filmes, só que bem mais assustadora. Manuella e Eloise arregalaram os olhos completamente amedontradas. Inclinei a cabeça confusa, aquele homem era muito estranho.

— Acha mesmo que eu ligo para um garotinho com nariz quebrado? Eu vim para essa escola atrás de vocês, tive que passar por toda essa farsa. Mas agora, finalmente poderei ter uma boa refeição. – O senhor Wilson abriu um sorriso digno do Coringa e retirou os óculos escuros, e de repente fez muito sentido ele usá-los.

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