Capítulo sem título 6

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Castiel chegou em casa com tempo suficiente para fazer uma xícara de café antes que a campainha tocasse. Ele não teve a chance de beber seu café. Ele supôs que isso era bom. Ele achou que se lembrava de ter lido em algum lugar que beber café era ruim durante a gravidez. Ele abriu a porta para encontrar Anna parada ali. Ele lhe deu o café e pegou um copo de água.

Alguns minutos depois, a campainha tocou novamente. Desta vez foi Gabriel.

"Pensei em trazer algumas cervejas, mas achei que não era uma boa ideia na sua situação," ele disse levemente.

Castiel sorriu para ele.

"Eu tenho água. Quer alguma coisa para beber?"

"Não, eu estou bem", disse Gabriel, rejeitando a oferta e sentando-se no sofá de Castiel ao lado de Anna.

Castiel fechou a porta, demorando-se por um momento. Ele pensou que tinha decidido, mas ainda era uma grande coisa passar de pensar sobre isso para expressá-lo. Ele não sabia quais seriam as reações de seus amigos. Ele esperava que eles o apoiassem e entendessem por que ele estava fazendo a escolha que fez. Ele se virou lentamente e se moveu para se sentar na poltrona em frente a Anna e Gabriel.

"Nós iremos?" Gabriel perguntou, quebrando o silêncio. "Você tomou uma decisão?"

"Gabriel!" Anna disse, estendendo a mão para bater em seu joelho. "Não o pressione! Isso é difícil para Castiel. Seria difícil para qualquer um."

"Não, Ana. Está tudo bem," Castiel disse rapidamente. "Eu me decidi."

Ambos olharam para ele, interesse e suspense escritos em seus rostos. Por um momento, Castiel hesitou. Ele podia ver Gabriel ficando agitado, ele nunca ficava feliz com longas pausas e espaços vazios em uma conversa. Castiel se apressou, tentando dizer as palavras antes que Gabriel lhe fizesse outra pergunta.

"Vou ficar com o bebê", disse ele.

"Oh," Anna disse suavemente.

Ela pareceu surpresa. Castiel também ficou surpreso. Ele ficou tão horrorizado com o pensamento de estar grávido na hora do almoço. Ainda não parecia real para ele que algo estava crescendo dentro dele, mas ele pensou que isso mudaria à medida que o bebê crescesse.

"Por que?" Gabriel perguntou. Ele parecia curioso.

Ele não parecia estar condenando Castiel por sua escolha e ele certamente não parecia estar prestes a tentar fazê-lo mudar de ideia. Ele apenas parecia genuinamente interessado no que havia motivado a escolha de Castiel.

"Eu quero um bebê", disse Castiel. "Eu quero esse bebê. Eu sei que nem tudo é perfeito. Eu sei que não sei nada sobre o pai, mas estou grávido e quero tê-lo."

Gabriel assentiu pensativo.

"Eu tenho o suficiente de crianças na escola. Eu não iria querer eles quando chegasse em casa."

"Vai ser difícil, Castiel", disse Anna.

"Eu sei", disse Castiel. "Mas acho que é diferente quando é seu. Estive pensando sobre isso, o bebê, quero dizer, e que tipo de pessoa ele pode se tornar. Eu já tenho todas essas esperanças, esses sonhos para isso. Eu já o amo."

"Gabriel e eu estaremos aqui para ajudá-lo", disse Anna. "Eu não me importo de ser babá."

"Eu faço", disse Gabriel com um pequeno estremecimento. "Mas quando o garoto for mais velho, eu fico bem em ser o tio divertido. E eu posso pintar um mural de arco-íris malvado. Eu também faço um bom piquenique com ursinhos de pelúcia."

"Obrigado", disse Castiel. "Suponho que haverá muito em que pensar. Vou ter que tirar uma folga do trabalho."

"E todos nós sabemos o quanto você vai odiar isso", disse Gabriel, sorrindo. "Aposto que você vai tirar a licença mais curta possível."

"Você quer um menino ou uma menina?" perguntou Ana.

"Eu nem tinha pensado nisso", disse Castiel. "Ainda estou entendendo a ideia de que ele existe. Ficarei feliz com qualquer um."

"Então você não vai descobrir antes do nascimento?" disse Gabriel. "Ah, bom. Eu posso começar as apostas de quando você vai dar à luz e no sexo do bebê!"

"Você é impossível", disse Anna, balançando a cabeça e suspirando. "Não sei como alguém como você foi contratado como professor de jardim de infância."

"Ei," Gabriel objetou. "Eu não me comporto assim com as crianças. Cantamos canções de ninar e eu conto histórias. Você acha que estou ensinando a eles como jogar Poker ou algo assim?"

"Eu não duvidaria isso de você," Anna disse secamente.

"Não, eles são meus bebezinhos," Gabriel disse, sorrindo. "Quero que eles fiquem pequenos para sempre."

Castiel recostou-se em sua poltrona e os ouviu discutir. Era uma provocação bem-humorada, sem malícia alguma, e era normal. Sua vida mudaria, Castiel sabia disso. Ele ia ter um bebê e isso mudaria tudo, mas algumas coisas ainda seriam as mesmas. Ele ainda teria Anna e Gabriel.

Castiel colocou a mão em sua barriga, sorrindo suavemente para si mesmo. Ainda era cedo para sentir alguma coisa. Não havia nenhum inchaço, nada para lhe dizer que estava grávido, mas Castiel sabia e ele sentiu como se tivesse um segredo maravilhoso. Ele ia ser pai; ele ia ficar com seu bebê.

Ele sabia que tinha feito a escolha certa.

Nada PlanejadoOnde histórias criam vida. Descubra agora