Capítulo sem título 15

702 83 5
                                    


Dois dias depois:

Castiel não sabia muito sobre a rotina de Dean, mas ele não ficou surpreso quando ele entrou na cozinha uma manhã e não o encontrou mas sim seu amigo Benny sentado à mesa da cozinha, tomando café.

Castiel conheceu Benny brevemente no dia em que se mudou, mas eles não se falaram muito no dia. Castiel se perguntou onde Dean estava, mas o bebê estava exigindo suco de laranja, então ele pegou um copo antes de dizer olá para Benny. O suco desceu perfeitamente e Castiel afundou em uma das cadeiras da cozinha.

"Dean teve que sair", disse Benny, pousando sua xícara. "Eu não posso acreditar que todos vocês dormem até tarde."

"Eu vou ter um bebê", disse Castiel. Ele pensou que era uma explicação perfeitamente boa de por que ele não estava acordado antes.

Beny sorriu.

"Não justifica os meninos", disse ele.

"Onde está Dean?" Castiel perguntou, mudando de assunto.

"Ele não disse. Ele apenas disse que não queria te acordar e se eu me importaria de vir. Não me importo", disse Benny.

Castiel o encarou. De repente, ele se sentiu muito desconfortável.

"Há quanto tempo você conhece Dean?" ele perguntou.

"Há muito tempo, desde a escola", respondeu Benny.

Castiel mordeu a língua. Ele queria perguntar por que Benny veio tão rápido. Ele queria perguntar se Benny estava apaixonado por Dean, mas as palavras ficaram presas em sua garganta. Ele poderia ter o bebê de Dean, mas isso não significava que ele poderia simplesmente começar a fazer acusações. Ele estava nervoso, hormonal e não era justo de repente ficar possessivo com Dean por causa disso.

Benny o olhou friamente do outro lado da mesa.

"Se você está pensando que estamos próximos, estamos, mas não do jeito que você pode estar pensando. Somos como irmãos. Quando o pai de Dean morreu, eu o ajudei. Ele estava lutando. É difícil criar filhos, organizar funerais, organizar contas e outras coisas. Eu só intervim para dar a ele algum tempo livre para fazer as coisas difíceis e continuei fazendo isso desde então."

"Ah", disse Castiel. Saiu como um suspiro de alívio.

"Foi muito difícil para ele quando seu pai morreu", continuou Benny. "Ele poderia ter saído dos trilhos se não fosse por Sammy e Adam. Ele tinha que continuar por eles. Dean sempre coloca a família em primeiro lugar."

Castiel assentiu lentamente.

"Eu nunca gostaria de ficar entre eles", disse ele.

Ele tinha a sensação de que Benny o estava testando. Foi estranho. Ele não podia dizer que Benny não gostava dele, mas certamente havia um elemento de incerteza ali. Era como se ele não soubesse como agir com Castiel.

"Achei que ele estava louco quando disse que engravidou um cara e queria que ele se mudasse", disse Benny. "Mas você parece bastante decente. Você tem um emprego, pelo menos."

"Hum, obrigado", disse Castiel, não tendo certeza de que era realmente um elogio que Benny estava fazendo a ele.

"Você é a primeira pessoa em quem ele está realmente interessado desde que o acidente aconteceu," Benny disse pensativo, recostando-se na cadeira. "E se Dean gosta de você, você deve ser alguém especial."

"Esta é a parte em que você me diz que se eu o machucar, você vai cortar meu coração?" perguntou Castiel.

Beny riu.

"Algo parecido. Eu só estava dizendo que se Dean gosta de você, eu gosto de você também."

"Você tem uma maneira estranha de mostrar a alguém que você gosta dela", disse Castiel.

"Eu vou aprender a gostar de você," Benny emendou. "Nós dois podemos fazer isso, pelo bem de Dean."

"Ok," Castiel concordou.

Benny se levantou, empurrou a cadeira para trás e se espreguiçou. Ele era enorme, um grande urso de um homem. Castiel estava feliz por terem tirado as formalidades do caminho antes de Benny se levantar, porque senão ele poderia ter se sentido um pouco intimidado por ele. Do jeito que estava, ele achava que Benny era mais um gigante gentil. Seu rosnado foi pior que sua mordida.

"Estou fazendo o café da manhã. Eu tenho que tentar acordar essas crianças preguiçosas. Você quer algo?" Benny perguntou.

"Talvez alguma torrada?" sugeriu Castiel.

Ele não queria colocar Benny em problemas. Pedir um grande café da manhã parecia forçar sua sorte, especialmente porque ele e Benny estavam em um terreno provisório no momento.

"Você acabou de me dizer que você está crescendo um bebê, você precisa mais do que torradas", disse Benny, horrorizado.

Ele acabou fazendo batatas fritas, salsichas, torradas fritas e cogumelos, todos os ingredientes escavados na parte de trás da geladeira e freezer de Dean. Castiel teve que admitir, era delicioso e muito melhor para o bebê do que apenas uma torrada por si só teria sido. A comida estava tão boa, o cheiro da comida até acordou os meninos adormecidos.

Dean chegou no final do café da manhã, pegou uma salsicha do prato de Sam, bagunçou o cabelo de Adam e beijou Castiel na bochecha. Era estranhamente doméstico e Castiel evitou o olhar de Benny, sentindo que ele poderia não apreciar o carinho fácil com que Dean o cumprimentou.

"Onde você estava?" perguntou Adam.

Dean sentou-se na cadeira ao lado de Castiel, lançando um olhar rápido para Benny.

"Eu não disse nada", disse Benny. "Eu nem diria a Castiel onde você estava."

Dean suspirou.

"Eu realmente não posso guardar nenhum segredo de vocês, posso? Fui visitar o túmulo do papai. Eu contei a ele sobre Cas e o bebê," ele disse, estendendo a mão para pegar a mão de Castiel debaixo da mesa. Ele deu um leve aperto. "Eu queria que ele soubesse que algo bom está acontecendo."

"Tudo bem", disse Adam, a resposta o satisfazendo.

Sam franziu a testa.


"Nós poderíamos ter ido também", disse ele.

"Eu queria ir sozinho," Dean disse calmamente. "Vou levar vocês na próxima vez. Eu só precisava de algum tempo para falar com ele sozinho."

"Ele disse alguma coisa?" Adam perguntou, levantando os olhos antes de enfiar seus cogumelos em sua torrada frita.

"Sim", disse Dean, sorrindo. "Ele disse que eu era um sortudo filho da mãe."

Sam bufou, comendo seu café da manhã e Castiel sentiu a tensão na mesa diminuir. Dean estava cheio de surpresas, mas Castiel descobriu que gostava disso nele. O fato de Dean querer contar a seu pai sobre ele, sobre o bebê, deixou Castiel feliz, embora ele não pudesse descrever exatamente o porquê. Ele esperava que um dia, Dean o deixasse visitar o túmulo com ele. Talvez quando o bebê nascesse, eles pudessem mostrar o bebê ao avô juntos. Castiel esperava que o pai de Dean tivesse gostado dele.

Gentilmente, ele apertou a mão de Dean de volta, entrelaçando seus dedos. Ele comeu o resto de seu café da manhã com uma mão.

Nada PlanejadoOnde histórias criam vida. Descubra agora