Capítulo 23:O Enlace

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No outro dia, todos os preparativos para o casamento estavam prontos  para se iniciarem. Roshlyn tinha acordado bem cedo porque vão conseguiu dormir durante a noite pensando na conversa que havia tido com o rei na tarde do dia anterior.
Ele era tão bonito! Pena que não era digno! Ela sabia que não devia esperar nada dele. Ele era o rei, um senhor feudal poderoso e sabia que no fim de tudo, ela teria que cumprir com o que ele decidisse de suas vidas.
Bozena a ajudou a se arrumar. Roshlyn decidiu  usar a coroa  que Lady Margot a havia lhe presenteado, numa forma de homenageá-la, Pois sabia que sua majestade  não compareceria a cerimônia. Porém depois  do desjejum ela foi convidada a ir a câmara da rainha e para sua surpresa encontrou o rei que acompanhava sua mãe sentado ao seu lado. Ele estava surpreendentemente sério e calado.
A rainha então  abençoou a união do casal, desejando boa sorte e que tivessem paciência um com o outro.
Os noivos ficaram calados enquanto a velha monarca falava. Cada um perdido em seus pensamentos mais íntimos e profundos.
Depois de alguns minutos, eles se retiraram para continuar seus preparativos pessoais.
Chegando ao quarto, Bozena lhe trouxe uma bandeja com várias joias de família. Aysha havia deixado uma ordem expressa que ela deveria escolher e usar uma delas ou todas que desejasse, segundo uma aflita Bozena.
Mas Roshlyn se recusou. Não queria usar joias. Bastava-lhe o pequeno crucifixo que ela sempre carregava consigo.
Bozena tentou de tudo para dissuadi-la, mas Roshlyn foi enfática: ela era contra luxos e extravagâncias.
Ao descer para o salão principal esperava que o rei já tivesse saído com seus cavaleiros para af frente  da igreja onde aconteceria a cerimônia.
Mas todos ainda estavam no salão.
Seu coração disparou.
O que estava acontecendo ali? -Então ela viu o rei Theo adentrar o salão procurando alguém com os olhos.  Ele demonstrava preocupação é nervosismo. Theo se encaminhou rapidamente até o rei Cornell. Ele  sussurrou algo para o rei de Dalibor.
E a expressão de Cornell foi de surpresa a preocupação em questão de minutos.
...
Theo se aproximou de Beatrice e Cornell . Ele parecia agitado, e murmurou para o amigo:
-Onde está o Derek?
Cornell parecia perdido em seus pensamentos, mas respondeu:
-Eu não o vi desde cedo.
Beatrice  ouviu o que Theo falou ao marido  e olhou ao redor, procurando por algum sinal que indicasse a presença de Derek.
A nobreza do castelo e convidados estavam todos na frente da igreja. A noiva já havia chegado e estava em pé ao lado do sacerdote, com um vestido verde tão pálido quanto as suas faces. Suas mãos retorciam e ela tinha uma postura altiva, embora seus olhos demonstrassem toda a humilhação que sentia.
As pessoas cochichavam entre si, murmurando palavras de piedade e escárnio.
Cornell olhou a cena e não gostou do que viu.
-Vamos  atrás desse famigerado.
...

Cornell e Theo o encontraram na sala de leitura , onde Derek tentava conter a ruiva voluptuosa  que era sua amante, Henriet.
Theo que desaprovava as atitudes de Derek com relação  ela, mal olhou para a mulher que estava desalinhada e tinha os olhos arregalados e as faces coradas de tanto gritar.
Aquela mulher vulgar estava gritando com o rei e ele não fazia absolutamente nada!!! pensou Theo e viu Derek  olhando de Henriet para os amigos,  envergonhado.
Henriet estava passando dos limites, ele sabia. Precisava ir com cuidado para mantê-la sob rédeas curtas senão perderia o controle dessa situação.
- Mulher, saia agora mesmo! Disse Theo com a voz fria.
Henriet o olhou com ódio. Quem aquele rei bastardo achava que era para falar com ela daquela maneira? Olhou para Derek desafiando-o com o olhar para que ele tomasse seu partido. Mas ele não o fez. Preferiu assentir com a cabeça, reforçando a ordem do rei de Walden.
Fazendo uma reverência aos três reis, ela saiu murmurando impropérios.
-Todos vocês me pagarão com a mesma moeda!!!
Theo o olhou com raiva
-Como ousa atrasar o seu casamento com uma lady tão digna como a princesa Roshlyn para estar com uma dessas qualquer? Onde anda com a cabeça Dek?
Cornell também decidiu intervir.
-Meu amigo, sua noiva está aguardando que você a espere no altar. Não a humilhe mais. Vamos.
-....

Roshlyn já vivia no castelo a algum tempo, e o casamento selaria o pacto entre as  duas famílias de Craig e Havema. Todos notaram que sua postura altiva estava se desfazendo. Seus ombros estavam se arqueando e ela parecia extremamente vulnerável.
Beatrice se enterneceu  com o que estava acontecendo com Roshlyn e no momento que seus olhos se cruzaram, ela enviou uma mensagem a ela : Não deixe que os infortúnios sejam maiores do que você!
Roshlyn pareceu entender e rapidamente ergueu a cabeça e como uma futura rainha manteve  o porte altivo  e  no mesmo instante, seu rosto assumiu um ar de serenidade. Ou resignação?
E foi nesse momento que Derek chegou ao pátio em frente à igreja acompanhado de Cornell e Theo.  Derek Tinha a roupa desgrenhada e parecia ligeiramente bêbado.
Ao chegar em frente a Roshlyn ele sequer a olhou. O arcebispo que se encontrava presente deu olhares fulminantes ao rei e imediatamente começou a cerimônia.
Derek deveria dar um anel para Roshlyn. O pajem que deveria  entregar  levar o adorno ao casal queria se esconder. Ele não tinha o anel! Ninguém  o havia dado anel nenhum para entregar na cerimônia!
O chanceler mor olhou para o rei e mortificado abaixou os olhos. Derek lembrou-se que havia entregue  o anel de rubi na noite anterior para Henriet.
Ela havia enlouquecido a depois que o rei lhe disse que teriam que mudar os termos de seu relacionamento por causa de Roshlyn. E para calar a sua boca e os seus ânimos, lhe deu o anel de rubi que carregava no alforje
...
E agora o rei estava numa situação em que não sabia qual o próximo passo a dar.
Com uma auto crítica severa, sabia que havia comprometido seriamente o seu combinado com Roshlyn. E agora, só lhe restava a remissão.
...
Revirou  os dois alforjes que mantinha na cintura  até que achou  uma moeda, e então entregou-a  para Roshlyn.
Não era a melhor solução, nas era a única que dispunha no momento.
Essa atitude causou uma verdadeira  consternação em  todos os presentes, afinal essa era a atitude que camponês teria  ao tomar  como  esposa, uma  camponesa.
Roslyn parecia mortificada. Aquilo era o cúmulo da humilhação! Ela olhou para a moeda e  de repente Derek lhe deu um rápido beijo na bochecha dela, selando a união.
Roshlyn  abaixou os olhos consternada.  O beijo mesmo dado de qualquer maneira fez o coração dela pular. Ela nunca havia sido beijada por um homem antes. Mas estava envergonhada por aquela cerimônia incomum. Se esses eram os ajustes que ele iria fazer, o que mais viria a seguir? Roshlyn Queria morrer. Queria sair correndo e nunca mais voltar ali e ver aquelas pessoas e seu... seu... marido.
No altar organizado no pátio externo,  o sacerdote  entendeu que o mais satisfatório naquela ocasião era acabar com aquele enlace o mais rápido possível. O Rei Derek era um verdadeiro sem juízo!  E a pobre princesa! Que Deus a tomasse em seus braços!
O velho sacerdote fez  um rápida oração, deu sua  bênção, terminando assim a cerimônia de casamento.

O Rei ProfanoOnde histórias criam vida. Descubra agora