Capítulo II

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Não tem como saber ao certo em que momento Stiles se tornou consciente o suficiente para entender que estava acordando. Foi de maneira gradativa, ele sabia que estava aos poucos voltando a si.

Sentia os lábios secos, uma leve dor percorrer pelo seu corpo, uma sensação desagradável na nuca e a angústia que tanto conhece aumentando cada vez mais. Até atingir o nível necessário para conseguir abrir os olhos - que decisão horrível - a sala em que está é muito iluminada, fez seus olhos doerem. Apertou os olhos como instinto.

- Finalmente acordou, Bela Adormecida? - Miguel brinca, pegando na mão do primo.

Stiles abriu novamente os olhos e os obrigou a manterem-se um pouco abertos desta vez. Miguel está sentado a sua direita, parece um pouco cansado.

- O que aconteceu? - O menor pergunta. Sua voz está rouca.

- Você teve uma convulsão, ficou quase vinte minutos se debatendo. Felizmente, quando seu pai chegou em casa você estava apenas dormindo... Isso foi há dois dias.

- Eu estou dormindo a dois dias? Sabem o que causou isso? - Olha ao redor e nota que está em um quarto de hospital, antes de voltar a encarar o maior.

Miguel espera alguns segundos para responder.

- Os médicos acreditam que foi causada por falta de sono e por isso você ficou inconsciente por tanto tempo. Falaram que você estava muito fraco, que não deveria conseguir dormir direito há muito tempo - Morde o lábio inferior.

Claro que foi por isso - pensa Stiles. Fazia meses que não tinha uma boa noite de sono - Ótima sorte a minha, explodir quando todos os meus amigos estavam comigo.

- Como tá todo mundo? E o meu pai? - Stiles questiona.

- Seus amigos estão na escola, tio Noah praticamente os expulsou do hospital para que fossem descansar. O seu pai tá aqui também, me pediu para te fazer companhia enquanto ia comprar um café... Ele tá bem preocupado.

- E o trabalho dele?

- Ele deixou um tal de Parrish no comando da delegacia por uns dias, disse que você é a prioridade no momento.

Stiles fica calado. Está decepcionado consigo mesmo, por causa dele o pai precisou se afastar do emprego e deixou todos as pessoas importantes para ele preocupadas.

- Que droga - O menor solta de repente.

- Pois é...

Ambos se encaram sérios, até que começam a rir da situação. Sempre faziam isso quando um dos dois ficava doente, riam do problema. Era uma maneira que encontraram de elevar o ânimo.

- Seu pai já está voltando - O maior fala, olhando para a porta - Eu já vou, tenho que fazer algumas coisas - Se levanta e vai em direção à saída, onde para - Vou na sua casa amanhã. Precisamos conversar - fala e sai.

••۞••

Stiles recebeu alta ainda naquela noite, os exames constavam que ele já estava bem. Já em casa, Stiles foi direto para o quarto, mesmo após dormir por dois dias se sentia cansado.

Aquela foi a primeira noite nos últimos meses em que não sonhou com vozes assustadoras, escuridão ou ameaças. Na verdade, não sonhou com nada.

••۞••

Acorda pela manhã e percebe que não foi em pânico, não está com medo, o que é bom, mas o deixa desconfiado, estava tão acostumado em despertar daquela maneira que o causa uma sensação de desconforto acordar com tranquilidade. Entretanto, não iria reclamar, - Antes desconfortável do que em pânico - Pensa.

Lua Violeta - SterekOnde histórias criam vida. Descubra agora