⚠️Aviso de gatilho: violência, TEPT, ideação suicida, abuso sexual passado.⚠️
O jardim parecia mais vívido desde a última vez que Minho o viu.
Talvez por conta do retorno de seu cuidador, ou das chuvas constantes dos últimos dias, lembrando-os do quanto são necessárias. A verdade é que, mesmos em um jardim repleto de plantas esverdeadas e flores de cores exuberantes, o ponto mais vívido de todo espaço aberto ainda era o garoto de cabelos esverdeados vestindo uma jardineira jeans e óculos tão arredondados quanto os próprios olhos; sentado no chão com vasos em diferentes estágios de preparação para receber mudas ou terem as suas podadas pelas mãos gentis sujas de terra.
Por um momento, o rapaz sentiu-se compelido a parar ainda no topo da escada, observando-o silenciosamente de longe. Não havia uma razão particular para isto, não fazia-o por preocupação, tampouco para encontrar motivos ou oportunidades para zombar dele - únicas razões pelas quais esporadicamente observava seus amigos. Assim como as pessoas são impulsionadas a apreciar, mesmo que brevemente, o florir dos primeiros dias de primavera, Minho sentia que deveria tomar um tempo para olhá-lo.
Tão breve quanto os olhos grandes do rapaz sentado no chão encontraram os seus, suas gengivas se tornaram visíveis tamanho o sorriso que agraciou os lábios.
Han Jisung era um verde viçoso, em todas estações.
— Hyung! Eu não ouvi você chegar — abandonou brevemente o vaso onde colocava terra, sua atenção inteiramente voltada ao detetive que se aproximava.
— Eu percebi. Você parecia concentrado, até pensei em não te atrapalhar.
Jisung ainda sorria ao olhar brevemente para os sacos dispostos de terra e adubo, os vasos de cerâmica e algumas mudas que ainda aguardavam pelos seus novos lares. Ele afastou os fios esverdeados de seus olhos com o dorso de sua mão suja de terra, olhando novamente para o detetive com mais vivacidade do que o rapaz jamais havia visto.
— Concentrado, sim. Sempre disponível pra uma visita, também — inclinou levemente a cabeça, olhando-o curiosamente. — Na verdade, tô surpreso por você não estar ocupado com, você sabe, coisas de detetive.
— Coisas de detetive? — riu, encostando-se no parapeito logo à frente do Facilitador ainda sentado no chão. — Desculpe quebrar pra você, mas uma das maiores coisas de detetive é ter que esperar.
Jisung voltou a preencher o vaso, no qual trabalhava, com a terra escura. Afofando-a com seus próprios dedos, despidos dos típicos anéis que usava para mantê-los no devido lugar.
— Ainda sem notícias da menina?
— Nenhuma.
Já havia se passado quase uma semana e Chan ainda não tinha recebido qualquer ligação do contato duvidoso de Felix. Minho não era particularmente pessimista, reconhecendo-se mais como realista, ele não podia deixar de pensar que fora uma tentativa em vão. O fato do pessoal da Moonlight estarem claramente inquietos era o único motivo para ainda acreditar que a garota estava viva e livre deles. A perspectiva de que isso poderia mudar a qualquer momento era como um peso quase palpável sobre a Divisão 3, especialmente Chan.
— Espero que vocês ainda consigam essa informação, Felix literalmente quase deu a vida por ela — Jisung murmurou, as sobrancelhas franzidas denunciando seu desconforto com tal fato.
Minho não o culpava. Embora não soubesse sobre tudo que havia acontecido em Wonju, não era difícil imaginar que Felix não foi exatamente bem-vindo se os hematomas e feridas em seu rosto fossem qualquer indício. Além dos que estava além dos olhos de todos e ele sabia que provavelmente havia mais apenas pela forma quase rígida que o garoto por vezes se movia em torno do escritório, vislumbres sutis de caretas de dor passando rapidamente pela sua feição indiferente.
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Solivagant • chanlix
Fanfiction[EM REVISÃO] ❝O departamento de crimes violentos de Incheon era mais enfadonho do que o nome fazia parecer. Bang Chan não se importava, sendo isto um indício de que a taxa de homicídios da cidade estava mais baixa do que já esteve no passado que tod...