A fechadura se abriu com facilidade sob seus dedos.
O som suave ecoou pelo jardim silencioso, mas Felix não se importou. Empurrou levemente a porta aberta.
— Cuidado.
— Pensei que tinha dito que a casa estaria vazia — debochou enquanto guardava seus grampos.
O suspiro de Han atravessou o ponto em seu ouvido.
— E está, mas Deus sabe que você atrai problemas até quando está dormindo — disse baixinho, como se estivesse ao lado de Felix e não sentado em seu computador, há quilômetros de distância, no conforto da sua casa. — Ainda acho que deveríamos ter falado com a Ajumma.
Felix apenas revirou os olhos, tirando o celular do bolso para acender a lanterna - algo menos chamativo para os vizinhos do que se acendesse as luzes, embora preferisse a última opção. Olhou para o espaçoso corredor que levava ao que parecia ser a sala de estar.
Ele entrou.
O ar pareceu ficar mais denso, sua respiração rasa era tudo que escutava na casa silenciosa. Forçou-se a andar, assim como se forçou a focar na claridade do celular que segurava com força.
Quanto mais rápido ele fizesse aquilo, mais rápido poderia sair daquele lugar.
O Emissário passou pela sala de estar, então a sala de jantar e, logo à frente, a cozinha. Se não tivesse virado a luz da lanterna, teria deixado passar facilmente as longas portas duplas de madeira ao lado da sala de jantar.
Felix congelou por um momento ao sentir a escuridão mover-se ao seu redor. Por impulso, ele buscou com o olhar a porta ainda entreaberta da entrada, cada centímetro dos seus nervos o mandavam correr. As sombras cresciam, a escuridão alcançava seus pés ameaçando arrastá-lo consigo.
A mão que segurava o celular tremeu.
— Felix, tá tudo bem aí?
A voz de Han surgiu em seu ouvido como uma âncora, afastando a escuridão mais do que sua lanterna faria.
Com a respiração pesada, ele respondeu de forma seca:
— Eu tô bem.
Felix voltou a iluminar as portas, alcançando a maçaneta.
Antes que pudesse girá-la, algo enroscou-se em seu pescoço e o puxou violentamente para trás, quebrando todo o ar de sua garganta com um ganido. A voz preocupada e frenética de Han era um ruído distante. O chão escapou de seus pés, fazendo seu próprio peso corporal esmagar sua traqueia enquanto lutava para se soltar do tecido que usavam para enforcá-lo. Mas foi o cheiro familiar de nicotina que fez o terror assentar-se em seus ossos.
Felix alcançou sua faca e golpeou cegamente a pessoa atrás de si.
Ele acertou de primeira, se a abrupta frouxidão no tecido em seu pescoço e o xingamento de dor fosse qualquer indício.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Solivagant • chanlix
Fanfiction[EM REVISÃO] ❝O departamento de crimes violentos de Incheon era mais enfadonho do que o nome fazia parecer. Bang Chan não se importava, sendo isto um indício de que a taxa de homicídios da cidade estava mais baixa do que já esteve no passado que tod...