Jeon Wonwoo, Kim Mingyu e os motivos pra te amar
Eu estava um caco. O quadro da dor. A pura imagem da derrota.
Fazia umas quatorze horas que Heather não saía do replay, eu achei que já tinha passado da fase de sofrer ouvindo essa música e cantando enquanto chorava com o refrão, mas desde que meu coração foi quebrado da pior forma possível eu simplesmente não sabia fazer outra coisa.
Eu não queria sair da cama, eu não sentia vontade de comer mesmo que meus pais tenham me forçado a isso, eu não queria fazer nada que não fosse chorar e pensar no que iria fazer a seguir.
E eu não sabia.
Desde que me lembro, eu sempre tive Mingyu ao meu lado, eu nunca pensei em uma possibilidade de futuro onde ele não estava comigo. Eu não pensava como meu namorado, eu só queria meu melhor amigo, por mais que eu ainda fosse completamente apaixonado por aquele idiota e sua cabeça de vento.
Nas poucas vezes que eu consegui fechar meus olhos e dormir, eu sempre sonhava com ele vindo até mim, pedindo desculpas e dizendo que ainda queria ser meu amigo, e às vezes com ele dizendo que também gostava de mim.
Porque meu coração se recusava a se render, eu ainda não queria acreditar que toda aquela merda tinha acontecido. Tentava colocar pra fora escrevendo em várias páginas diferentes como me sentia, molhando o papel com minhas lágrimas, inventando poesias e rimas para tentar expulsar Kim Mingyu dos meus pensamentos, mas nada adiantava.
Eu só queria que ele voltasse e acabasse com toda essa dor.
— Wonwoo — ouvi a voz da minha irmã e logo ela entrou no quarto se apoiando no batente da porta. — O almoço tá pronto.
— Não tô com fome — recusei, voltando a rabiscar a folha do meu caderno.
Ouvi ela bufar e logo ela estava sentada ao meu lado.
— Você tomou banho, pelo menos?
— Óbvio que sim — exclamei. — Eu posso ser um fodido que não tem mais um melhor amigo, mas fedorento eu não vou ser.
Ela riu baixo, negando com a cabeça.
— Você quer sair e comer outra coisa? A gente pode ir comer naquela lanchonete que você gosta — propôs.
— Tentador — ponderei por um tempo, sentindo minha barriga roncar só de pensar.
— Vamos, você precisa sair de casa — Minji falou, me puxando para levantar.
— Você vai pagar?
— Óbvio, seu besta, você não tem nem um tostão furado — riu.
Revirei os olhos e me levantei, cedendo a tentação de um lanche de graça. Acho que quebrar o coração tem lá suas vantagens.
Minji me levou de carro até o local que não era muito longe, mas como era sábado, eu não queria andar pela rua e arriscar encontrar Mingyu ou algum dos meus amigos.
Passamos boa parte da tarde fora, comemos e depois ela me convenceu a caminhar um pouco pelo centro da cidade com a desculpa de que eu precisava pegar sol, já que estava mais branco que o normal.
Minha irmã tinha esse dom de sempre fazer eu me sentir melhor, ela sabia como me animar mesmo nessa situação de merda. Eu saí de casa quase chorando e agora eu estava até conseguindo sorrir um pouco pelo jeito bobo dela de cantar a música que tocava na rádio.
Depois de algumas horas, nós voltamos para a casa, ela só me deixou no portão porque teria que fazer um trabalho para a faculdade na casa de uma amiga, que eu acho que foi só uma desculpa pra ver o namorado feio dela, mas tudo bem, eu já estava minimamente melhor.
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Cem razões para dar certo • meanie
Fanfiction[CONCLUÍDA] Existe algo mais clichê e gay do que se apaixonar pelo melhor amigo? Eu duvido muito, e não me orgulho nem um pouco de dizer que eu estou vivendo essa droga de clichê gay, tirando a parte em que eu confesso meus sentimentos a Kim Mingyu...