Salve o Olimpo | 𝐈𝐦𝐚𝐠𝐢𝐧𝐞𝐬 𝒑𝒋𝒐

CAPÍTULO NOVE - Somos salvos

Consegui puxar Luke a tempo, ele ficou deitado no chão durante um tempo, processando todo o ocorrido.

Eu, Percy e Annabeth estávamos em pé preparados para qualquer ataque dele, mas única coisa que ele fez foi se levantar e limpar suas roupas.

- Obrigado por terem me salvado. - Luke disse em tom normal, e isso não me soou sincero.

- Por nada. - Respondi seco.

- Por que fez isso? - Luke me perguntou.

- Você não merecia isso.

- Obrigado mesmo. - Luke ficou olhando sem jeito para baixo.

- Bem, temos que voltar para o acampamento. Não podemos ficar aqui por muito tempo. - Percy disse, em seguida pegou uma corda e amarrou as mãos de Luke, que não resistiu em momento algum.

- Não estou achando as pérolas, como voltaremos? - Annabeth disse preocupada.

- Eu coloquei na mochila, tenho certeza que sim. - Percy disse. - Pegue a lanterna, será mais fácil para achar.

- Eu trouxe. - Disse e tirei uma lanterna na mochila. Quando a ascendi, Luke me deu um soco na barriga e eu caí no chão.

- Imbecil, como se soltou? - Percy disse bravo e preparou para pegar sua espada. Luke também foi ágil e conseguiu pegar a sua no chão.

Fiquei deitade no chão, com a barriga doendo, queria ajudar Percy mas não conseguia me levantar.
Quando consegui me levantar, Luke veio até mim e me puxou pela gola da camisa, me arrastando até o abismo.

- Solte-e! - Percy gritou furioso.

- Não ouvi direito.

- Solte elu logo! - Percy correu até Luke e ele me empurrou para dentro do abismo.

Percy e Annabeth gritaram e eu comecei a cair no breu, o cheiro era fétido e me dava náuseas. A única coisa que eu sentia era arrependimento por ter salvado Luke, eu era o culpade de tudo. Eu era o meio-sangue que morreria, segundo a profecia.
Fechei os olhos e esperei que a minha morte chegasse, mas senti algo me segurar e me levantar. Não sabia o que era, apenas fiquei feliz porque eu estava subindo, subindo novamente para a caverna.

Quando cheguei na superfície pude ver - e com grande dificuldade e surpresa - que era Thalia, sob um cavalo com asas, um pégaso. Ela me colocou no chão e eu fiquei a analisando estaticamente.

- Você me salvou! - Disse sorrindo.

- Não pode ser, como você surgiu aqui? - Luke estava caído no chão.

- Acabou para você, Luke. - Thalia disse firme.

- Não, não. - Luke disse se arrastando até a beirada do abismo. - Você estragou tudo, Thalia! Tudo!

- Luke, não precisava ser assim. Mas foi você quem escolheu isso!

- Vocês não entendem. Nunca entendeu. - Luke disse e correu até a beirada do abismo, saltando logo em seguida.

- Luke! - Annabeth gritou.

- Vá salvá-lo, Thalia. - Eu disse extasiade.

- Não posso, S/n. - Thalia disse triste.

- Por que não? Você me salvou.

- Ele é uma ameaça ao mundo, Percy. Será melhor assim.

- Ele pode mudar.

- Tem que ser assim, S/n... a profecia dizia isso. - Annabeth disse e ficamos em silêncio por um tempo.

- Temos que ir, pessoal. Não podemos ficar aqui por muito tempo. - Percy disse e retirou quatro pérolas brancas do bolso. - É, não estava na mochila.

- Pise nisso, S/n. - Arabela disse e pisou em uma.

Peguei uma e fiz o mesmo.
De início nada aconteceu, mas depois os fragmentos sob os meus pés explodiram em uma luz verde e uma rajada de ar fresco do mar invadiu minhas narinas. Eu fui encapsulado em uma esfera branca leitosa que começava a flutuar para fora do chão. Deixando os esqueletos mais frenéticos ainda.

Por alguns momentos, não vi nada além das paredes macias da minha esfera, então minha pérola irrompeu no fundo do oceano. As outras duas esferas leitosas de Annabeth, Percy e Thalia com seu pégaso me acompanharam enquanto disparávamos para cima através da água. E... pimba!
Explodimos na superfície, no meio da baía de Santa Monica.

Ficamos estatelados no chão da praia durante um tempo. Tentando processar todo o ocorrido, o céu agora estava mais estrelado, fiquei observando-o serenamente, até Percy sentar-se na areia.

- S/n. Nós sentimos muito.

- Luke já foi meu amigo, nunca pensei que ele fosse se revoltar contra nós. - Annabeth disse triste e se levantou.

- Nosso amigo, é muito triste ver o que ele se tornou. - Thalia disse e montou em seu pégaso. - Tenho que ir, gente. As caçadoras estão à minha espera.

- Ei, Thalia. Como nos achou? - Annabeth perguntou.

- Eu sei quando estão em perigo.

- Como?

- Não sei, apenas sinto.

- Obrigada por tudo. - Annabeth sorriu.

O pégaso levantou e saiu voando rumo ao horizonte, nós observamos Thalia, até ela desaparecer na escuridão.

- Eu queria ter o salvado. - Eu disse e algumas lágrimas começaram a sair dos meus olhos.

- Nós também, S/n. - Percy disse e me abraçou. Annabeth fez o mesmo. Ficamos abraçados durante um tempo, até que um carro brotou na areia, era Argos e Grover.

- S/n! - Grover saltou do carro e me abraçou. - Você está bem?

- Agora estou, mas eu senti tanto medo.

- Você foi muito corajose! Estou orgulhoso de ti. Muito mesmo, S/n.

- Obrigado, Grover. - Abracei Grover novamente.

- Acho que devemos explicações à Quíron, não é? - Percy disse e Grover me soltou para poder abraçá-lo.

- Com certeza, todos do acampamento estão aflitos para vocês chegarem.

- Mas é bom saber que o mundo está salvo, não é? - Annabeth disse.

- É um grande alívio.

Disse e era verdade, parte de mim estava triste por tudo o que acontecera e a outra aliviada, eu havia salvado o mundo, não da forma que eu queria, longe disso, mas agora eu teria sossego (pelo menos por um bom tempo, já que sou um/a semideus/a).

Eu estava perplexe com tudo, e eu só queria ir para casa, e ver minha mãe. A esposa (ou quase isso) de um deus.

- Quero ir para casa. - Disse quando entrei no carro.

- E vai, depois que esclarecermos tudo à Quíron. - Percy disse e fechou a porta.

- Você acha que minha mãe acreditará se eu disser que meu pai é um deus?

- Claro que vai, se ela já não souber não é? - Percy piscou o olho.

O carro deu partida e eu caí no sono, sonhando que eu era um meio-sangue, o melhor é que quando acordei, estávamos em frente a colina, e tudo era real.