O resgate parte 1

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Josh Beauchamp

Desde o dia que aquela menina fugiu daqui, eu não tive paz, a procuro por todo o canto, eu torço muito que ela esteja viva ainda. Infelizmente encontrei alguns capangas de Melissa pelo bairro, mas felizmente eles não me viram. Devem estar me procurando também, mas estou preparado, vou matar quem for preciso para proteger aquela menina.

Hoje vai ser mais um dia de procura, então saio de casa bem cedo, e dirijo pela cidade, sempre atento. Hoje estou usando meu boné e um óculos escuro para dar uma disfarçada. Estou dirigindo, mas algo me faz ficar atento. Logo a minha frente tem um hospital, e uns caras encostado em um carro me chama atenção.

Desacelero o carro, e dirijo mais devagar, paro o carro e fico observando a movimentação deles, até que um homem sai do hospital, que vendo melhor, eu o conheço, é Cesar, um dos capangas de Melissa. Soco o volante. Merda. Ela deve estar aí. Preciso arrumar um jeito de entrar sem que eles percebam. Pego os meus itens que estava separados para fazer com que essa moreninha venha comigo. Para poder fazer isso separei um pano molhado com propofol e dormonid. Coloco o pano no bolso, e minha arma na cintura, escondendo com a minha camisa por cima. Abro a porta do carro, saindo e fechando, clico no botão para acionar o alarme do carro e vou em direção ao hospital.

Passo pelo estacionamento, vejo que os homens já não estão mais lá na frente, me olho no retrovisor de um carro para ver se tá tudo ok, e então sigo. Viro para chegar nos fundos do hospital, e o que eu vejo ali faz meu coração pular, a menina que estou procurando está correndo ali. Essa é a minha deixa. Ela deve estar tentando escapar daqueles caras. Me escondo numa pilastra, e fico olhando para onde ela vai. Ela para perto de um carro vermelho, olho a minha volta me certificando que posso ir até ela, e não tinha ninguém. Então essa é a minha deixa.

Corro, e me escondo entre um carro, ela está de costa, perfeita pra conseguir pega-lá. Me aproximo, e rápido pego o pano e coloco em sua boca, ela se bate um pouco mas logo ela apaga. Pego ela no colo e corro em direção ao meu carro.

Escuto disparos atrás de mim, então apresso os passos. Os disparam aumentam, então me escondo em uma pilastra, olho pela fresta e percebo que eles estão se aproximando. Pego minha arma e atiro com dificuldade , uma, duas, três vezes, consigo acertar César e um outro cara. Essa é minha oportunidade pra correr, então ajeito da no meu colo e corro o mais rápido que consigo, ainda escutando disparos, chego perto do meu carro e já desativo o alarme dele, abrindo, coloco a menina no banco de trás deitada, e me apresso para ir para o banco do motorista. Fecho a porta, ligo o carro e saio cantando pneus.

Olho para trás e vejo que eles estão me seguindo com o carro. Preciso despistar-los. Então pego a avenida principal, que tinha duas vias separadas, acelero, olho para o retrovisor e ainda eles estão logo atrás, então viro o carro com toda a força possível, e entro na outra pista, acelerando mais ainda, passo por eles, que estão com uma cara de poucos amigos, mas não conseguem me acessar, então acelero muito. Olho pelo retrovisor e vejo eles bem longe. Esse é o momento de respirar fundo e pensar no que faço agora, não posso voltar para o México, mas também não posso ir para nenhumas das casas que eu tenho aqui no Estados Unidos. Então uma ideia surge, vou comprar outra casa, vou para Proenix.

                                  [...]

Estou dirigindo a mais de 2 horas, e à 30
Minutos a moreninha ameaçou acordar, então coloquei o pano em seu nariz para fazer ela adormecer de novo e deixei lá. Ela precisa continuar dormindo para não estragar tudo. Foco minha atenção no volante, e vejo que já estamos entrando em uma cidade, Phoenix é linda. Avisto um posto de gasolina, e paro lá. Estaciono, olho para a morena e me certifico se ela está bem, e me direciono a mangueira de combustível. Insiro e aguardo encher. O medidor apita avisando que o tanque encheu, então coloco a mangueira no lugar e vou em direção ao caixa para pagar, pego algumas coisas para comer, beber, e dou meu cartão para a caixa.

— Você sabe de algum hotel por perto? - a frentista me olha, pega meu cartão.

— Deu 250 dólares, Débito ou crédito? - ela fala mascando chiclete.

— Débito por favor, então, você tem algum pra me indicar? - me aproximo um pouco mais do balcão, ela me olha.

— A senha por favor - eu digito a senha, e logo sai um comprovante que o pagamento foi efetuado, ela me olha de canto de olho, ainda mascando o chiclete. Que barulho irritante - Quer sua via?

— Não, você pode por favor responder sim ou não? - escuto ela rasgar o papel da máquina e colocar uma partição, ela me olha de novo, e finalmente responde.

— Eu sei o que você está fazendo, então não irei te ajudar, espero que a polícia te pegue. - meu semblante de surpresa me dedurou.

— Não adianta me olhar assim, eu sei que tem uma mulher deitada ali, eu consegui ver quando abaixou o vidro, vai embora, ou eu vou chamar a polícia - percebo que seu olha vai em direção a minha calça, e puta merda, a arma está fazendo volume entre a camiseta. Dou um passo pra trás, olho para o carro e em seguida olho pra ela.

— Não é nada disso que está pensando, eu só- ela só está dormindo, estamos viajando a muito tempo, ela só está descansando.

— Você acha que colou essa história? Vai a merda, e some daqui, eu quero você fora daqui agora, ou se não eu vou chamar a polícia. - sua voz se altera e meu coração salta, eu me viro e corro pro carro dando partida e piso no acelerador saindo o mais rápido dali.

Que mulher louca, que situação estranha, se ela queria chamar a polícia, porque não chamou logo de uma vez. Me desperto de meus devaneios, pego o celular e pesquiso casas no Airbnb, acho uma casa, paro o carro, reservo, faço o pagamento, pego o endereço e coloco no gps, e sigo a caminho do lugar reservado. Passo no lugar de locação, pego as chaves da casa, e já estou no carro para ir para a casa.

Mais uns 30 minutos dirigindo, e finalmente chego na casa, entro no estacionamento, fecho o portão, e vou em direção ao carro para pegar a menina, só que ela não está mais no carro. Onde essa menina se meteu? Viro o corpo devagar, mas sou surpreendido com um soco na cara, automaticamente minhas mãos vão para o meu rosto, que estava dolorido.

— O que você quer de mim? - escuto ela falar, levanto o rosto para olhá-la.

— Eu só estou tentando ajudar, consegui te tirar de perto daqueles caras que queriam te pegar. Aí, você tem uma mão pesada mocinha - coloco a mão no meu rosto em forma de drama - Vamos entrar - me viro e pego a chave do bolso para abrir a porta, escuto ela bufar e seus passos se aproximando.

— Por que você quer me ajudar? Você se quer sabe meu nome! - ela da de ombros, e eu rio de canto de boca.

— Por que eu não te ajudaria? - me viro de frente pra ela, ela arqueia a sobrancelha e recua - Eu perguntei inúmeras vezes o seu nome, e você não me respondeu, quando quiser falar, pode falar, sou todo ouvidos. - ela me chuta, me fazendo arfar. Que morena estressadinha.

— Que se dane, eu preciso voltar pra pegar o carro, me leve de volta - ela puxa meus poucos cabelos, e minha paciência vai indo embora, pego nos braços dela a empurrando contra parede, seu rosto está assustado, aproximo meu rosto do dela.

— Moreninha, você tem que parar de me bater, eu só estou tentando te ajudar, então se ajude também. - aproximo meu nariz do seu ouvido, ouço ela suspirar.

— Você teria sido pega por eles, se eu não tivesse te resgatado, então de nada! - a solto e me distancio indo em direção a porta da casa, abrindo e entrando nela.
Percebo que ela ainda está encostada na parede estática. Aí aí, vejo que isso não vai ser tão fácil quanto parecia ser.

PrisioneiraOnde histórias criam vida. Descubra agora