Demetria e Wilmer tinham uma linda história de amor, com seis anos de relacionamento, Demi achava que já estava na hora de darem o próximo passo, só não poderia imaginar que seu namorado seria capaz de traí-la e, pior, engravidar sua ex-secretária.
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Eu deveria me beliscar para ter certeza de que não estava sonhando e sim sentado a mesa com as duas pessoas que eu mais amava, Emmy e Demi. Não, estava definitivamente acordado e minha filha estava gargalhando de algo que não ouvi, havia acabado de servir o almoço na mesa e arrumava o prato dela.
-Hm, o cheiro está ótimo. É aquela receita da sua mãe?
-A própria, lembro que você gostava.
-Impossível não gostar.
Coloquei o prato na frente de Emmy com seu garfo de plástico e me servi, com o canto do olho vi Demi se deliciando com as almôndegas e não percebi a careta desconfiada da minha filha que cutucava o bolo de carne como se fosse uma criatura viva.
-Essa aldega está viva também? - ela perguntou e Demi fez uma careta não entendendo.
-É almôndegas, filha. E não estão cruas. Aconteceu uma vez só, mas ela não esqueceu.
-Parecem bem mortas para mim - Demi disse com um sorriso encorajador e pra mim aquilo valia tudo que tinha feito, mas tentei não demonstrar muito.
-Vou levar como um elogio.
-Papai, eu não quelo come. Eu to com medo delas estalem vivas de novo!
-Não estão, eu juro, prova só - eu disse, mas ela estava com uma careta desconfiada e eu soube na hora que havia perdido a discussão. Já estava pensando no que faria para ela comer quando Demi disse:
-Olha só, Emmy, está uma delícia. Pode provar do meu, juro que não tem ninguém vivo. Palavra de fada - ela disse oferecendo um pedaço da sua almôndega no garfo. Mesmo desconfiada, minha filha pegou o pedaço e, depois de alguns segundos mastigando, fez uma careta feliz.
-Está mesmo, papai, prova só! A da Dêni é mágica!
-A da Demi, né? - resmunguei revirando os olhos e vi a mulher de cabelos vermelhos vivos esconder um sorriso torto. Eu não estava realmente chateado, nunca poderia ficar ao lado das duas mulheres da minha vida.
O dia passou voando, com as minhas meninas, eu nem percebi o tempo passar. Emmy conseguia deixar tudo mais leve e engraçado com suas perguntas inusitadas. Eu tentei ir mais devagar e lhe dar espaço, já que ela claramente não tinha recebido bem minhas investidas iniciais, mas minha filha fazia o contrário, a enchendo de perguntas.
-Puque você não tem um cachoinho ou gatinho?
-Infelizmente eu sou alérgica, queria poder ter um cachorro.
-Eu também! Não posso i na casa da tia Deder porque ela tem muitos gatos, então eu só posso fazer calinho pelo celular.
E não parou por aí, seu interesse por Demi triplicou quando descobriu que o trabalho dela era "desenhar". Eu nunca iria sonhar em ver as duas juntas, sentadas no chão da sala desenhando com giz de cera por horas, nem precisava passar muito tempo para saber que essa seria uma das minhas memórias favoritas.