Motley Dirt - um amor perigoso

Capítulo 4

Cheguei em casa e mamãe me esperava sentada em uma poltrona na sala, no escuro. Agradeci mentalmente por estar de pés no chão, porque se tivesse de salto tinha tomado um tombo federal. Eu pedi desculpas e tentei convencê-la a ir descansar. De manhã passaria em seu quarto para me despedir. Quando me joguei na minha cama, tentei acalmar minha mente pra conseguir digerir tudo o que havia acontecido. Acabei sorrindo ao lembrar. Que noite louca.

Acordo ao ouvir o som do alarme tocar, indo rapidamente fazer minhas higienes matinais. Tomei um banho rápido e vesti roupas confortáveis para a viagem: uma calça de moletom cinza e uma regatinha branca. O telefone do meu quarto tocou, mas eu estava arrumando as coisas na mala então não deu tempo de atender. Quando caiu na caixa postal ouvi a voz dele.

- Cancún! Não vejo a hora de estar lá.

Apenas revirei os olhos. Tommy realmente era doido. Continuei enfiando as roupas dentro da mala, mamãe tinha razão quando dizia que eu não era nada preparada para viagens. Peguei biquinis, saias, vestidos e maquiagens. Acho que era isso.

- Tommy Lee vai para Cancún!

Ele deixou na caixa postal de novo. E foi assim por mais alguns longos minutos, enquanto eu deixava as coisas em ordem no meu quarto e já tinha descido para tomar café da manhã.

- C a n c ú n, C a n c ú n, C a n c ú n!

Tommy cantarolou, mas dessa vez eu fui correndo até o telefone antes que a mensagem gravada da caixa postal acabasse, e atendi.

- Tommy!

- Baby! Oi! Pronta para Cancún?

- Você não vai pra Cancún, Tommy. Eu vou! À trabalho.

- Não quer passar o final de semana comigo? Fiquei triste.

- Tommy...

- Nos vemos lá baby. Até depois!

E desligou. Eu respirei fundo, pegando a minha mala e descendo até lá embaixo. Me despedi de meus pais, que me desejaram sorte como sempre, e Knickie veio me buscar de novo, com Babi e Andy, que também iriam comigo. Elas sempre me acompanhavam em viagens do trabalho.

Algumas horas depois já estávamos dentro do avião. Eu olhei ao redor, acho que pra me certificar de que ele não pudesse estar ali. E não estava. Isso era bom. Suspirei voltando a olhar pra frente, sentindo o toque de Andy no meu braço, que me olhava com um sorriso confortante.

- Não está pensando naquele cara, está?

- O quê!? Lógico que não.

- Aham... não esquece da nossa promessa Pamela. Não aos bad boys.

Ela disse se ajeitando melhor no banco, colocando seu tapa-olho e se aprontando para dormir. Não aos bad boys. Tudo o que havia acontecido naquela noite havia ficado naquela noite. Confesso que foi muito melhor do que ter ficado trancada no meu quarto chorando por um cara qualquer.

Me ajeito no banco do avião melhor também, pegando o meu tapa-olho e o colocando. Além do mais... era óbvio que Tommy estava blefando. Claro que não viajaria para Cancún apenas pra passar o final de semana comigo. Ou será que viajaria?