>Capítulo 18<

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POV TAYLOR

  O show tinha sido maravilhoso. Estava nos bastidores vendo mais de perto, e agradeci por ter esse privilégio de ser a produtora.
  Apesar de estar aflita com a conversa que Nor queria ter comigo, e ter ideia do assunto, eu estava orgulhosa de quem ela estava se tornando.
  Depois do show, fomos todos para o camarim. Tendo alguns problemas que consegui resolver, todos os amigos e pessoas que Nora amava estavam ali com ela, celebrando o momento que particularmente eu nunca esqueceria.
  Nora me puxou quando a atenção estava em Alessia, que servia o espumante para todos. Fomos para uma parte onde os caminhões descarregam os equipamentos, e não havia ninguém naquele momento. O lugar perfeito para termos qualquer tipo de conversa, sem sermos interrompidos ou escutados.

— O que foi? — perguntei confusa. Não queria me precipitar.

— Sobre o que eu queria dizer mais cedo. — falou. — Eu queria dizer isso em voz alta, mas eu sou péssima em falar quando estou emotiva, então escrevi isso. — tirou do bolso, duas folhas de caderno um pouco amassadas. — É longa, me empolguei escrevendo e posso ter saído de foco no meio, mas é tudo o que ando sentindo nos últimos dias e que você merece saber. — explicou, entregando para mim.  Peguei aquelas folhas tremendo, começando a ler a primeira parte. Percebi a Nora nervosa na minha frente, trocando o peso das pernas e as mãos inquietantes na frente do corpo.

  A primeira folha começou falando sobre o assunto. Alguns palavrões tinham sido acrescentados ou rasurados, mas ainda conseguia ler. Não me incomodei com isso e segui lendo.
  O verso era sobre como descobriu e a conversa com o Nick. Essa parte me fez crescer a raiva que sentia, pois ela tinha contado o motivo. E odiava mais Helena nesse momento, pois tinha sido baixa o suficiente para magoar a própria neta. Pude ver algumas piadas, Nora sempre fazia como um escape e sabia que não era bom sinal.
  A segunda folha foi tudo sobre como se sentia. Tinha algumas manchas de tinta, possivelmente de lágrimas. Conhecia a garota para saber que ela era sensível demais. Tinha falhado com a promessa que fiz com Nick, sobre não magoar a garota.
  Olhei algumas vezes para Nora, quando por exemplo, ela contou num trecho que viu eu e Nicholas no show conversando, e desde aquele dia ela desconfiava de algo.
  Ler aquelas palavras em silêncio foi como uma faca no coração, pois não tinha ideia da proporção da dor dela sobre isso tudo. E saber que ela estava disposta a me perdoar, mesmo que isso demorasse um tempo, foi o que mais me fez chorar.

— É por isso que quero me mudar, é por isso que vou adiar o segundo álbum. Preciso me afastar e colocar a minha cabeça em ordem, querendo você ou não. — avisou séria. Segurava as lágrimas, tentando ser firme na decisão.
   Dava para sentir a dor em sua voz, ela me olhando como se brigasse com ela mesma para não se contradizer.

— Eu vou respeitar o tempo que for. — falei, parando de chorar e limpando o rosto com uma das mãos. Ainda segurava aquelas folhas, e provavelmente leria de novo. — Quando estiver pronta, sabe me achar.

— Eu…eu quero que saiba sobre a minha vida. Podemos nos falar de vez em quando. — disse fungando. — Só preciso me afastar um pouco. Dei um aceno, entendendo totalmente o que ela queria dizer. Agradecia mentalmente por ela ser compreensiva.

— Hey, vocês... — Nick surgiu da direção por onde viemos. Ele parecia arrependido por ter vindo. — Volto outra hora.

— Não, espera! — Nora pediu, um pouco cautelosa. — A gente já tá terminando. — confirmei com a cabeça, mesmo meu coração dizendo ao contrário. Nora se virou, veio apressada me abraçar e não neguei quando senti seus braços em volta de mim. A envolvendo com os meus braços, e sentindo o perfume maravilhoso do cabelo dela pela última vez.

— Sei que meu pai vai te dizer tudo sobre mim, mas se precisar de mim por alguma razão muito importante pode me procurar. O apartamento é no prédio dois, terceiro andar, número 31, entre a Wooster St. com a W Houston St. — falou, se soltando. — Até mais, Tay. — disse num aceno, andando até o pai.

Daughter of a Swift [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora