𝙲𝚑𝚊𝚙𝚝𝚎𝚛. 𝟜°

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— Solta ela!

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Solta ela!

O medo naquele momento me dominava, eu sentia que meu mundo iria desabar. Minhas mãos suavam frio.

— Já te disse que essa briga é com meu pai e eu! Solta ela! — não só medo me consumia como o ódio fazia parte.

Não me controlando mais, eu atiro.

Atiro sem nem pensar...

Vejo o sangue escorrendo pelo seu corpinho, sinto minha visão ficar turva, minha traqueia se fechar e não consigo respirar.

O'que que eu fiz...?

Abro meus olhos em um susto e pulo na cama. Minha respiração descompassada, meu rosto coberto de suor, sentia minhas mãos trêmulas, meus músculos tensos.

Mais uma vez tive outro pesadelo.

Isso já estava se repetindo a semanas. Meu corpo e minha mente parecia não sair daquele lugar, daquele dia, daquele momento.

A culpa me consome  todos os dias, a angústia dentro do meu peito vive crescendo. Eu poderia ter pensado melhor antes de fazer tal ação.

Ela não se machucaria se eu tivesse pensado no certo a se fazer, né?

Mais uma vez me deixei levar pela raiva, não pensei direito, só via o ódio tomando conta dos meus pensamentos, e tive meu ataque de raiva.

Me levanto da cama sentindo meu corpo vacilar mas me seguro na cabeceira e volto ao equilíbrio. Estava cansada... fiquei sem me alimentar direito todo esse tempo.

Caminho até o banheiro e passo direto pro box, não querendo me olhar no espelho pois sei a minha situação.

Vou para debaixo do chuveiro e ligo o mesmo, sinto as gotas grossas da água gélida caírem sobre minha cabeça e descer pelo meu corpo me causando arrepios.

Num estante me desperto, meus membros antes tensos agora relaxados, o calor que sentia agora fora tomado pela água gelada me fazendo se refrescar.

Mas logo esse momento passa e tudo volta à tona. Mais uma vez a culpa.

Termino de tomar meu banho e saio do box pegando a toalha e enrolando no meu corpo. Vou até a pia e pego minha escova de dentes.

Saio do banheiro após escovar meus dentes e vou direto para closet, pego peças íntimas e um conjunto moletom.

Passo um óleo e creme no meu corpo, passo desodorante e me visto. Calço o tênis, arrumo meu cabelo e passo perfume.

Pego meu celular e as chaves do meu carro, saio do quarto e tranco a porta, desço as escadas e vou direto pra porta da saída.

— Onde você vai?! — ouço a voz grossa do meu pai e me viro o olhando cansada.

— Vou visitar a Pey. — falo sentindo um bolo na garganta.

Gᴀɴɢsᴛᴇʀ||•𝐀𝐬𝐡𝐭𝐫𝐚𝐲•||¤ Onde histórias criam vida. Descubra agora